O "Kastelo" é a primeira unidade pediátrica de cuidados paliativos a surgir em Portugal. Do lado do Estado, este é um serviço ainda sem resposta, por isso a associação "No meio do nada" decidiu dar o primeiro passo e com a ajuda de mecenas está a erguer uma casa única, que vai abrigar crianças que sofrem de doenças graves.
«Aqui vai nascer a primeira unidade de cuidados paliativos para crianças. É única em Portugal e na Península Ibérica». Teresa Fraga é enfermeira no Centro Hospitalar do Porto e cuida diariamente de crianças com doenças graves e apresenta assim o seu «sonho».
Sónia Santos Silva/TSF |
Chama-se "Kastelo", porque aqui «todas as crianças vão ser príncipes e princesas e vão ter um reino à disposição». Na prática trata-se do primeiro centro de cuidados paliativos pediátricos a ser erguido em Portugal.
O terreno foi doado nos anos 80 ao Hospital Maria Pia, do Porto. Quando esta unidade transitou para a alçada do Centro Hospitalar do Porto, Teresa apresentou o seu projeto ao diretor, no âmbito da associação que dirige, "No meio do nada". O protocolo avançou e é válido, no mínimo, por 28 anos.
O terreno fica em São Mamede de Infesta, no concelho de Matosinhos. Tem uma casa senhorial do início do século passado e no extenso quintal está a nascer um outro edifício térreo, com 16 quartos.
O "Kastelo" vai ter todo o tipo de apoio que as crianças com doenças graves necessitam. Terá internamento e serviço de dia, onde os pais podem deixar ficar os filhos para poderem trabalhar. O acompanhamento clínico está também assegurado. Para as várias atividades previstas haverá um ginásio, uma biblioteca, um jardim e uma horta.
Outra oferta que faz parte dos planos contempla quartos para os pais que moram longe e querem passar uma temporada junto dos filhos. O projeto já está a suscitar muita procura. Os pedidos de ajuda chegam de todo o país «de Bragança a Sesimbra», diz Teresa Fraga.
Quando estiver a funcionar, o "Kastelo" vai acolher crianças e jovens até aos 17 anos. Para acabar a obra, Teresa Fraga ainda necessita de 300 mil euros, mas acredita que os mecenas vão continuar a aparecer como até agora, para ajudarem a construir este reino, com abertura prevista para o início do próximo ano.
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