sábado, 26 de fevereiro de 2011

Área do cérebro que processa leitura dispensa visão

NEW YORK TIMES: A parte do cérebro considerada responsável pelo processamento visual de texto pode não precisar da visão, relatam pesquisadores na revista "Current Biology".A região, onde se processa a formação de palavras, processa palavras quando pessoas com visão normal lêem. Porém, pesquisadores descobriram que ela é igualmente ativada quando cegos lêem em braile."Não importa se as pessoas estão lendo com os olhos ou os dedos", disse Amir Amedi, neurocientista da Universidade Hebraica de Jerusalém e um dos autores do estudo. "De um jeito ou de outro, elas estão processando palavras." A pesquisa refuta a crença, amplamente divulgada em livros didáticos, de que o cérebro é um órgão sensorial onde várias regiões conduzem atividades de diferentes sentidos como visão, audição e tato.Em vez disso, Amedi afirma que o cérebro é uma máquina de tarefas. "O que sugerimos é que esta área constrói o formato das palavras, mesmo que a chamemos de área da formação visual de palavras", disse ele.Amedi e seus colegas realizaram exames funcionais de ressonância magnética em oito adultos com cegueira congênita, enquanto eles liam em braile.Ele e seus colegas pertencem a uma pequena comunidade de neurocientistas que tentam demonstrar que as regiões do cérebro são multissensoriais. Embora a teoria ainda não seja amplamente reconhecida, ela começou a ganhar aceitação na última década."Esperamos que este artigo seja mais um passo para convencer as pessoas", disse Amedi. "Porém, nem mesmo dez artigos seriam o bastante para alterar os livros didáticos. Isso pode levar mais uma década, até que possamos provar que não deixamos passar nada."

Cruz Vermelha Portuguesa lança projecto de cuidados a idosos e deficientes no domicílio

15-2-2011 - A Cruz Vermelha Portuguesa (CVP) lança terça-feira um projecto de cuidados no domicílio para idosos e doentes com "carências" que pretende abranger "alguns milhares" de pessoas em todo o país, disse à agência Lusa o presidente da instituição. O projecto, que será apresentado na cerimónia de encerramento das comemorações dos 100 anos da Bayer em Portugal, surgiu com a "crescente necessidade de serviços de reabilitação e prestação de cuidados aos seniores dependentes, pessoas portadoras de deficiência e crianças". "A população idosa está a aumentar", estimando-se que metade dos idosos com mais de 85 anos tem "uma situação de dependência, o que significa que precisam de ajuda", adiantou Luís Barbosa.A Cruz Vermelha entendeu que "tinha obrigação" de criar um conjunto de métodos e uma rede de referenciação de voluntários e profissionais para dar apoio aos doentes e idosos dependentes e sem recursos.O objectivo, explicou, é ser um "processo mais humanizado, porque as pessoas gostam de estar nas suas casas, junto das famílias". Por outro lado, é "encontrar alternativas que sejam sistemas mistos em que haja apoios do Estado, de esquemas de solidariedade, da família e alguma participação, em matéria dos encargos, das pessoas ou familiares quando tiverem meios para isso"."Há aqui uma necessidade de criarmos um instrumento que existe disperso e pouco referenciado e que a Cruz Vermelha pode ter condições para o poder fazer", salientou o presidente da instituição.A Cruz Vermelha já está a fazer o recrutamento das pessoas que vão integrar o projecto, que vai começar em breve em Lisboa e depois se estenderá ao resto do país.Luís Barbosa manifestou-se convicto de que, "dentro de não muito tempo", umas "largas centenas de pessoas beneficiarão deste serviço". "E se tivermos apoio e ajuda nesse sentido podemos pensar nalguns milhares", acrescenta. Para as pessoas se candidatarem, a Cruz Vermelha vai disponibilizar um número de telefone através do qual vão poder apresentar os seus problemas e necessidades."Tem de se analisar cada caso e definir o apoio necessário para essa situação e encontrar o prestador de serviço que pode encaixar-se nas necessidades da pessoa", explicou Luís Barbosa, acrescentando que o projecto irá criar "largas centenas de postos de trabalho".

Livros dão lugar a caixas que contam histórias na biblioteca acessível de Sabrosa

Sabrosa, 8 fev (Lusa) -- Os livros deram lugar a caixas onde se escondem objetos que contam histórias.
A biblioteca acessível de Sabrosa, hoje inaugurada, é um projeto pioneiro na Europa que é dirigido às pessoas com deficiência. Uma pequena caixa redonda e vermelha esconde um poema do mais famoso escritor transmontano, Miguel Torga.
A professora Paula Proença abriu a caixa e tirou um ninho de brincar ao mesmo tempo que declamou: "Sei um ninho. E o ninho tem um ovo. E o ovo, redondinho, tem lá dentro um passarinho novo". A seguir ao ninho, a professora tirou um pequeno pássaro de peluche.
A biblioteca acessível da Associação Portuguesa de Pais e Amigos do Cidadão Com Deficiência Mental (APPACDM) de Sabrosa trocou os livros por 60 caixas multisensorais.

quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011

Formação

Oficina de Formação (25 horas)
Elaboração de Programas Educativos Individuais com base na avaliação por referência à Classificação Internacional de Funcionalidade (CIF)
Destinada a docentes de educação especial e outros profissionais da educação, do ensino regular e directores de turma, nesta oficina serão abordadas as novas exigências na elaboração dos Programas Educativos Individuais de acordo com o decreto-lei 3/2008.
Turma 2: 14 de Março a 26 de Maio de 2011
Acção creditada com 2 créditos

Oficina de formação (30 horas)
Avaliação Transdisciplinar de Crianças
Destinado a profissionais da educação, esta oficina de formação abordará a Avaliação Transdisciplinar de Crianças, que permite uma visão holística da criança (características, forças e necessidades).
Serão abordados os diferentes domínios do desenvolvimento de acordo com o Transdisciplinary Play Based Assessment (TPBA), de Toni Linder, que contempla os domínios cognitivo, linguagem, sensório motor e sócio emocional, que se interligam numa perspectiva transdisciplinar.
Data de início: 14 de Março de 2011 Data de fim: 26 de Maio de 2011
Acção creditada com 2 créditos As datas propostas estão sujeitas a confirmação.

Para validar a inscrição, pedimos-lhe para a enviar via CTT com os seguintes documentos: Ficha de candidatura, copia de BI e Cartão Contribuinte para:
Formação Contínua
Escola Superior de Educação do Porto
Rua Dr. Roberto Frias, n.º 602
4200-465 Porto

terça-feira, 22 de fevereiro de 2011

Hospitais de Barcelos e Guimarães Hospitais de Barcelos e Guimarães

Num acto apadrinhado pelo Governador Civil de Braga, Fernando Moniz, a Associação de Apoio aos Deficientes Visuais de Braga (AADVDB), celebrou, na tarde de sexta-feira, dois protocolos de cooperação com duas unidades hospitalares.

Os hospitais de Barcelos e Guimarães, representados pelos presidentes dos Conselhos de Administração, Lino Mesquita Machado e António Barbosa, respectivamente, foram as entidades que celebraram os protocolos de cooperação com a associação de invisuais que visam, entre outros aspectos, o desenvolvimento de estratégias de melhoria permanente no acompanhamento dos cidadãos portadores de deficiência visual da área de referência directas daquelas unidades.

O acompanhamento do deficiente visual quando o mesmo não tem consigo um acompanhante ou guia, assim como o seu acompanhamento até à saída daquela unidade hospitalar e a referenciação ao serviço social do hospital, no caso de consulta externa, internamento ou serviço de urgência, constitui outro dos objectivos do acordo.

Invisuais mais acompanhados

Agradecendo a ajuda e solidariedade, por parte dos presidentes dos conselhos de administração das duas unidades hospitalares, Domingos Silva, presidente da AADVDB, destacou a importância dos acordos celebrados, uma vez que, a partir daquele momento, os deficientes visuais vão ser acompanhados, a par e passo, quando se deslocaram àquelas unidades hospitalares.

A articulação entre os serviços sociais daquelas unidades e a AADVDB foi também destacada por Domingos Silva. Agradecendo a oportunidade de se tornarem parceiros da Associação de Invisuais, o responsável do Hospital de Barcelos, Lino Mesquita Machado, deu conta da necessidade que houve de adaptar o protocolo, tornando-o pragmático e eficaz.

O entusiasmo de Domingos Silva

Colocar o protocolo em vigor e levá-lo à prática todos os dias é, pois, o objectivo do Hospital de Barcelos. Mostrando-se orgulhoso pela celebração do protocolo, António Barbosa, do Hospital de Guimarães, destacou o entusiasmo e o empenho de Domingos Silva na concretização dos mesmos. “Através de coisas simples, esta associação construiu elevadas realizações de um enorme alcance cívico”, destacou Fernando Moniz, Governador Civil de Braga.

Destacando que os hospitais e os responsáveis pela saúde devem estar sempre em permanente contacto com as populações e perceberem quais são as suas necessidades, o Governador Civil de Braga considerou que os protocolos vão ser uma ajuda importante para os invisuais. O momento de celebração dos protocolos contou com a presença de elementos dos órgãos sociais da AADVDB, assim como de Gabriela Fonseca, vice-presidente da Câmara Municipal da Póvoa de Lanhoso.

Site divulga associação

Divulgar a história da Associação, assim como os serviços e actividades prestadas aos deficientes visuais é um dos objectivos associados à criação do site da AADVDB, cuja apresentação decorreu após a celebração dos protocolos com as duas unidades hospitalares.

Acedendo a www.aadvdb.org.pt, os interessados têm ao dispor informações relacionadas com a história da associação, órgãos sociais, plano estratégica e serviços, assim como fotografias das instalações e das actividades que marcam o dia-a-dia daquela associação. A par destes elementos, os interessados têm ao a oportunidade de consultar um conjunto de informações relativas à deficiência visual, assim como o acesso a links de instituições de interesse para a comunidade invisual.

Desta forma, e segundo Domingos Silva, a AADVDB passa estar mais perto de todos, não só em termos nacionais como internacionais. No final da cerimónia, o presidente da AADVDB entregou, ao Governador Civil e aos responsáveis dos Centros de Convívio, a história da associação escrita em Braille.

Utentes dos Centros de Convívio visitaram associação

A tarde de ontem foi de grande animação. A par dos utentes da associação de invisuais, as instalações da AADVDB receberam a visita dos utentes dos Centros de Convívio de Friande, Vilela e Esperança.

Para além de ficarem a conhecer as instalações, os mais velhos os trabalhos executados pelos deficientes visuais. A perfeição com que com os deficientes visuais executam os sacos, os tapetes e outros objectos mereceu o elogio dos mais velhos. “Acho muito importante os invisuais terem um espaço como este. Gostei de tudo e é tudo muito bonito. No nosso tempo não havia nada disto”, disse Júlia Vieira, de 81 anos, utente do Centro de Convívio de Vilela, que se mostrou muito admirada com a perfeição dos trabalhos executados pelos deficientes visuais.

Cândido Costa, técnico da associação, deu a conhecer aos presentes as ferramentas disponíveis, nomeadamente os programas informáticos que permitem acederam a um conjunto diversificado de informação.

“Os invisuais conseguem fazer tudo o que nós fazemos. Apenas temos que adaptar as coisas”, elucidou o técnico de animação.

O Museu da Cerâmica nas pontas dos dedos

No âmbito do projecto “O Museu da Cerâmica nas pontas dos dedos”, decorreu, no passado dia 4, mais uma formação para todos os trabalhadores do Museu da Cerâmica, sob a orientação de Josélia Neves, especialista em comunicação para cegos. Tratou-se de uma aquisição de conhecimentos dirigida à equipa do Museu, para sensibilização do acolhimento e acompanhamento de visitantes cegos ou de baixa visão.

Esta formação vem complementar os guiões em Braille e em negro, disponíveis ao público desde Dezembro de 2010.

A prática agora adquirida revela-se um contributo muito importante para a actuação de todos os profissionais do Museu, que assim desfrutaram da oportunidade de um grupo “ver” uma peça com as mãos, pelos olhos de um cego e receber um enriquecimento humano e pessoal por todos expresso.

sábado, 19 de fevereiro de 2011

Ómega-3 pode prevenir cegueira em diabéticos

Um estudo norte-americano publicado agora na revista «Science Translation Medicine» revela que o ómega-3 desempenha um papel essencial nas membranas celulares do sistema nervoso. No entanto, a maior parte das actuais dietas ocidentais é pobre neste tipo de gordura.

A retinopatia é o desenvolvimento anormal de vasos sanguíneos na retina (que tem altas concentrações de ómega-3) e uma das principais causas da cegueira.

Os investigadores, liderados pela oftalmologista Lois Smith, do Hospital Pediátrico de Boston (EUA), estudaram a influência dos ómega-3 na retina de ratos e descobriram que o aumento dos ácidos gordos deste tipo devido à dieta limitou o crescimento patológico dos vasos sanguíneos denominados neovasos.

Os ratos alimentados com dietas ricas em ómega-3 tiveram uma redução de quase 50 por cento do crescimento dos vasos sanguíneos na retina, em relação aos alimentados com dietas ricas em ómega-6 (tipo de gordura presente nos óleos de fritar).

A investigadora acredita que a capacidade de impedir o crescimento desses neovasos com ácidos ómega-3 poderá ajudar a reduzir os gastos na saúde, visto os suplementos alimentares serem muito mais baratos do que os tratamentos para este problema.

A equipa de Smith quer agora desenvolver investigação sobre os ácidos gordos ómega-6 mais prejudiciais, numa tentativa de conseguir bloquear selectivamente os agentes metabólicos negativos.

A retinopatia afecta principalmente pessoas que sofrem de diabetes, hipertensão arterial e bebés prematuros. Nos Estados Unidos, 4,1 milhões de diabéticos – número que tende a dobrar nos próximos 15 anos – sofrem deste problema.

Invisuais: Rodoviária melhora acessibilidades

Tendo em conta as muitas dificuldades que as pessoas com deficiência visual ainda enfrentam no acesso aos transportes públicos, a Rodoviária de Lisboa (RL) desenvolveu um sistema de informação sonora, instalado a bordo dos autocarros e junto a algumas paragens, aliado ao aproveitamento da energia solar, que melhora as acessibilidades.Foi o contacto com a comunidade invisual, por meio da Associação dos Cegos e Amblíopes de Portugal (ACAPO), que motivou a introdução do sistema sonoro no interior e no exterior dos autocarros, com informações acerca do destino, percurso e tempo de espera. "Temos imensa dificuldade em diferenciar um autocarro de um pesado quando estamos numa paragem", terão dito vários membros da ACAPO numa reunião com a RL, conta Silvina Pedroso, coordenadora do SICTR, ao Boas Notícias. Estas reuniões foram, aliás, realizadas com alguma frequência, uma vez que o feedback da ACAPO é valioso na melhoria dos serviços aos invisuais. "Nós temos conhecimento, não só através da nossa experiência pessoal enquanto pessoas com deficiência visual, mas também na vertente técnica", realça Ruben Portinha, um dos membros da instituição. Daí resultou também a produção de um dispositivo portátil que, ao ser acionado junto dos painéis informativos instalados em algumas das paragens da RL, permite ouvir quanto tempo falta para a chegada dos autocarros cujo percurso passe por aquele ponto. A ideia é que o comando seja distribuído mediante o pagamento de uma caução simbólica a ser restituída aquando da devolução do aparelho.
Sistema pioneiro de controlo e informação ao clienteEstas são as evoluções mais recentes do pioneiro Sistema de Informação ao Cliente em Tempo Real (SICTR), como é designado, desenvolvido em 1997. A RL era, então, a única transportadora nacional a utilizar tecnologia GPS (Sistema de Posicionamento Global, em português), para controlar toda a frota de viaturas em tempo real. O SICTR, que integra o sistema de Gestão Operacional da Frota, permite à RL localizar todos os seus veículos, identificar atrasos, e ainda identificar os respetivos motoristas e contactá-los através de SMS ou de chamada telefónica. O sistema tem ainda um equipamento de registo de imagens vídeo nos veículos e uma opção de alarme que pode ser acionado pelos motoristas em caso de emegência.Parte deste sistema da rodoviária - como os painéis informativos das paragens - é já suportado por energia solar. O SICTR favorece, assim, a inclusão dos utentes com limitações sensoriais, a sustentabilidade energética da rede e o controlo em tempo real de toda a sua frota.

Primeiras cirurgias oftalmológicas com 3D foram “sucesso total”

O Centro Cirúrgico de Coimbra (CCC) é responsável pelas primeiras cirurgias oftalmológicas do mundo que recorreram à tecnologia 3D de alta definição (HD), tendo obtido bons resultados com esta alternativa.
António Travassos, que dirige a equipa do CCC, declarou à agência Lusa que “a utilização da tecnologia 3D no bloco operatório é um avanço significativo” para esta área da medicina e que as operações realizadas em Dezembro “foram um sucesso total”.
Segundo o cirurgião, o 3D leva a cirurgia “a aproximar-se da perfeição, permitindo, consequentemente, aumentar as probabilidades de sucesso das intervenções”. Acrescentou ainda que as imagens são “extremamente importantes para documentar a cirurgia”, pois tornam-se muito mais eficazes do que os registos escritos.
“O 3D dá-nos uma visão muito mais próxima da realidade, permite à equipa que me acompanha estar a ver o que eu vejo no microscópio e detectar com muito maior precisão qualquer problema que surja durante a intervenção e corrigi-lo de imediato”, salientou.
Para dar este salto tecnológico, o cirurgião de Coimbra, que já realizou mais de 30 mil intervenções oftalmológicas, recorreu a Marco Neiva, perito em tecnologia 3D e responsável pela integração tecnológica que permitiu executar estas cirurgias oftalmológicas inovadoras.
Imagens 3D do interior e exterior do olho
De acordo com Marco Neiva, nunca antes tinha sido possível a uma equipa de cirurgia oftalmológica visualizar em tempo real a operação e executar todas as tarefas de apoio ao cirurgião num ambiente 3D/HD. “Com esta tecnologia, conseguimos imagens 3D do exterior e do interior do olho”, frisou.
Marco Neiva adaptou tecnologia 3D/HD à cirurgiaO especialista destacou como vantagens desta inovação, a qualidade do apoio à cirurgia dentro do bloco operatório, a recolha documental para memória futura e os benefícios no que diz respeito à formação de cirurgiões.
Marco Neiva desenvolveu esta solução em parceria com a Emílio Azevedo Campos (EAC), uma empresa especializada em vídeo profissional, e a Sony Europa. Rui Pinto, da EAC, destacou que o sucesso alcançado é o resultado das sinergias entre o Centro Cirúrgico de Coimbra – que tinha esta necessidade – a EAC e a Sony Europa – que forneceram o equipamento – e do empenho do Marco Neiva – que desenvolveu a solução.“Cada uma das partes teve um papel activo muito importante e se qualquer uma delas não se tivesse envolvido não teríamos concretizado com sucesso este avanço”, sublinhou.Os resultados desta inovação tecnológica vão ser apresentados ao público especializado e à comunicação social na sexta-feira, pelas 10h30, numa sessão pública realizada no centro comercial Vasco da Gama, em Lisboa.

Ainda há barreiras no acesso dos cidadãos com necessidades especiais aos serviços públicos

O acesso dos cidadãos com necessidades especiais aos serviços da Administração Pública (AP) ainda apresenta algumas barreiras. Para perceber quais são essas barreiras e como poderão ser superadas, o iGOV falou com Rodrigo Santos, membro da Direcção Nacional da ACAPO (Associação de Cegos e Amblíopes de Portugal).
Que barreiras enfrentam os cidadãos com necessidades especiais, e em especial com deficiência visual, no relacionamento com a Administração Pública?
Eu acho que ao nível de tudo são barreiras de várias ordens. Começa porque ainda subsistem barreiras de acessibilidade física. Ou seja, ainda há instalações que não estão desenhadas tendo em conta todos os requisitos necessários para que as pessoas com qualquer tipo de deficiência se movimentem livremente e de forma autónoma nas respectivas instalações. Estou a falar, por exemplo, do caso das pessoas com deficiência visual e, no caso específico das pessoas com baixa visão, informação em caracteres ampliados ou mesmo sinalética Braille ou outro tipo de sinalética adequada para que as pessoas com deficiência se possam movimentar e aceder de uma forma livre e autónoma, e em igualdade de circunstâncias, aos sítios onde são disponibilizados os serviços. Seguem-se depois as barreiras atitudinais. Muitas vezes quem atende ao público na Administração não está preparado e não sabe como lidar ou contactar com uma pessoa com deficiência. Por exemplo, se a pessoa com deficiência é acompanha de outra não se fala com a pessoa com deficiência fala-se com o acompanhante, o que é profundamente errado. Ou muitas vezes não se consegue detectar e saber o que fazer e sinalizar quando está uma pessoa com deficiência, por exemplo, num atendimento ao público. Não é raro encontrar funcionários que ficam um pouco embaraçados, inclusive no contacto, porque não sabem como proceder nesse contacto. A necessidade de derrubar essas barreiras atitudinais, o que é muitas vezes conseguido através de formação específica, não tem sido devidamente acauteladas. Depois temos as barreiras ao nível da acessibilidade, quer dos serviços prestados quer da informação. Muitas vezes os formulários, quer electrónicos quer em papel não estão acessíveis às pessoas com os mais variados tipos de deficiência. Não podem ser preenchidos autonomamente, não há muitas vezes auxílio no seu preenchimento. Em suma, temos ainda um paradigma muito «papelizado» da própria Administração. É certo que tem vindo a mudar, mas que por si só muitas vezes colocam barreiras intransponíveis para que as próprias pessoas com deficiência possam usufruir e conhecer aquilo que a Administração tem para eles enquanto cidadãos.
Sente que essas barreiras se mantêm nos balcões de nova geração, como as «Lojas do Cidadão»?
Nós tivemos recentemente um caso de uma pessoa que se dirigiu a uma «Loja do Cidadão» a fim de efectuar um determinado serviço e que, ao contrário do que está explicitamente estipulado na lei, não foi garantida a prioridade do seu atendimento. Esta foi uma opção legislativa tomada já em 1999. Há doze anos que este Decreto-Lei existe. Espanta-nos como doze anos depois ainda não se percebe como funcionam as prioridades, ainda não se percebe que há uma prioridade em razão da deficiência, ainda não se percebe que há uma necessidade específica de acompanhamento destas pessoas e que, por isso mesmo, devem beneficiar de um atendimento prioritário e de um atendimento que efectivamente acautele as especificidades das pessoas com deficiência. Nas novas «Lojas do Cidadão», na sua maioria, este assunto tem sido devidamente acautelado, mas ainda há, em alguns aspectos, um trabalho importante para fazer. Este caso, que dizia, passou-se numa «Loja do Cidadão» e a própria responsável da «Loja do Cidadão» não sabia, e não soube, dar um encaminhamento devido em termos de prioridade de atendimento a esta situação.
A disponibilização de serviços electrónicos tem contribuído, de alguma forma, para dissipar essas barreiras?
Nós vemos com muito bons olhos a adopção, cada vez mais, por parte da Administração Pública e por parte das empresas públicas, de uma filosofia de serviços assentes em plataformas electrónicas. Com efeito, as pessoas com deficiência visual conseguem aceder autonomamente à informação disponibilizada num sítio de Internet, através de computadores com leitores de ecrãs que depois podem transformar a informação presente nesse sítio Web, ou num e-mail, entre outros, em voz sintética ou caracteres Braille através de uma linha Braille. A grande questão que se põem é que, não obstante esta ter sido uma das preocupações em que Portugal foi pioneiro, achamos que cada vez mais a adopção de soluções electrónicas coloca, ou pode colocar, também algum tipo de barreiras. É obrigatório para os serviços da Administração Pública disponibilizarem as informações e os seus sítios de Internet em sites totalmente acessíveis, cumprindo regras que estão estipuladas internacionalmente pelo consórcio W3C (The World Wide Web Consortium) para o efeito. Essa obrigatoriedade já vem desde 1999 e foi reforçada em 2007 através de uma resolução do Conselho de Ministros. Não obstante, ainda continuam a persistir exemplos sobretudo no domínio transaccional, mas também no domínio da prestação de informação, em que a Administração não adopta filosofias de desenho acessível, quer para os próprios sítios Web quer também para a informação que disponibiliza nos seus sítios Web.
Pode dar-nos alguns exemplos concretos?
É o caso de situações em que existem formulários disponibilizados em formato PDF, mas que esses formulários não são «preenchíveis» de forma autónoma por uma pessoa com deficiência. Requer-se a impressão do formulário em papel e o seu posterior preenchimento manual. É uma situação absolutamente desnecessária que, inclusive, só traz desperdício à actuação dos serviços e que, acima de tudo, coloca barreiras de acesso às pessoas com deficiência. É o caso também, por exemplo, no domínio da Administração fiscal em que há determinadas partes do sítio Web do «Portal das Finanças» em que contribuinte com deficiência visual não pode autonomamente inserir determinadas informações, porque as plataformas tecnológicas utilizadas não tiveram em conta os requisitos necessários de acessibilidade. E apesar do sítio Web estar, por si mesmo, acessível, muitas vezes as ferramentas transaccionais não estão. É também frequente encontrarmos sítios da Administração que disponibilizam simples folhetos informativos, por exemplo em formato PDF, mas em que esses folhetos informativos não estão em PDF formato texto. Ou seja, adopta-se uma imagem. Ora, se os leitores de ecrã instalados nos computadores das pessoas com deficiência visual transformam os caracteres que estejam no ecrã em voz sintética ou em Braille e se no ecrã estiver uma imagem é lógico que eles não conseguem adivinhar que naquela imagem estão caracteres. Colocar ou tornar um sítio Web acessível é muito mais que pôr links para vocalização de texto, muitas das vezes absolutamente redundantes e desnecessários. Quer-se um sítio que seja transversalmente acessível e que tenha tido essas preocupações de acessibilidade, não só na concepção do próprio sítio Web mas também na concepção de todos os materiais e de todas as ferramentas que são disponibilizadas nesse sítio.

sexta-feira, 11 de fevereiro de 2011

Partidos apelam a reforço de apoios a centros protegidos

02 Fevereiro 2011
Os partidos representados na Assembleia da República apelaram hoje ao reforço de apoios aos centros de emprego protegidos e às entidades que promovem programas de emprego apoiado.O plenário debateu hoje três projetos de lei sobre o assunto, um apresentado pelo PSD, outro pelo BE e outro pelo CDS-PP, apresentados com referências a uma petição pública disponibilizada na Internet com o título "Deixem trabalhar as pessoas com deficiência".A "justiça social" do emprego protegido, a "igualdade de oportunidades" no acesso ao emprego e o papel dos onze centros de emprego protegido do país foi realçado por todas as bancadas, embora a matéria tenha uma série de especificidades e "necessita de uma reflexão e uma séria discussão na especialidade", disse o deputado do PCP Jorge Machado.

Linha do Cidadão Portador de Deficiência- a título experimental

A Linha do Cidadão Portador de Deficiência – dependente dos serviços do Provedor de Justiça – começa a funcionar a título experimental no próximo dia 1 de Fevereiro, e tem como objectivos o esclarecimento de dúvidas e a resolução de questões apresentadas não só por pessoas com deficiência mas por todas aquelas que, de uma ou de outra forma, estão relacionadas com estas pessoas ou, pretendem, apenas, estar informadas sobre este assunto.A Linha do Cidadão Portador de Deficiência – 800 208 462 – é gratuita e funciona todos os dias úteis, das 9h30 às 17h30. Com a criação da Linha do Cidadão Portador de Deficiência, o Provedor de Justiça pretende, acima de tudo, promover, por meios informais e de um modo tão atento quanto possível, os direitos, liberdades e garantias das pessoas com deficiência. Pretende, ainda, defender, em articulação com todas as pessoas e entidades representativas desta causa, a igualdade de oportunidades entre pessoas com e sem deficiência.Para o Provedor de Justiça o exercício pleno da cidadania por parte do cidadão portador de deficiência é uma causa socialmente transversal, que deverá envolver toda a comunidade e que é comum às crianças, aos jovens, aos cidadãos idosos e a todos nós.As Nações Unidas estimam que o número de pessoas com deficiência ou incapacidade ronde os 650 milhões em todo o mundo, e que cerca de 15 a 20 % da população de cada país possua algum tipo de deficiência ou incapacidade. A previsão das Nações Unidas acerca destes números é a de que eles tendem a aumentar, se forem tidos em conta factores como o crescimento demográfico, o desenvolvimento científico e o envelhecimento da população [1].Os dados acerca do número de pessoas com deficiência em Portugal, embora escassos, indicam, segundo os Censos de 2001, que cerca de 6% da população portuguesa é portadora de deficiência, factor que a impossibilita de, em interacção com o meio, exercer de forma plena a sua cidadania. Acresce o facto de que, relativamente a mais de metade das pessoas inquiridas (53%), não ter sido possível determinar, à altura, o seu grau de incapacidade [2].
[1] Convenção Sobre os Direitos das Pessoas Com Deficiência, Nações Unidas, 2007
[2] Censos 2001, INE

Programa ALADIM

Com a finalidade de melhorar a qualidade de vida das Pessoas com Deficiência, promovendo a sua integração social, escolar e profissional a Fundação Portugal Telecom subsidia e disponibiliza o ADSL.PT Aladim (RDIS ou analógico) e a linha RDIS.PT Aladim (uma solução integrada de voz e dados), bem como, descontos na aquisição de equipamentos RDIS.A Fundação PT subsidia o acesso à Internet em Banda Larga e às comunicações móveis a cidadãos com deficiência através do Programa Aladim.
Trata-se de um programa de apoio que proporciona condições especialmente vantajosas na aquisição e/ou assinatura de todos os produtos e serviços RDIS comercializados pela PT Comunicações, e ainda a duas soluções de Internet e ainda a um tarifário móvel.RDIS.PT Aladim é subsidiado com base nas seguintes condições:
Subsídio até 50% na aquisição de serviços e equipamentos adaptados às necessidades reais de cada pessoa
Instalação de Linha PT RDIS subsidiada a 100%
Mensalidade Telefónica subsidiada em 50%.
ADSL.PT Aladim é subsidiado com base nas seguintes condições:
Activação subsidiada a 100%
Mensalidade ADSL subsidiada a 50%
SAPO Internet Móvel.PT Aladim é subsidiado com base nas seguintes condições:
Aquisição de um Kit Banda Larga Móvel SAPO (excepto kit pré-pago) subsidiada a 100%
Mensalidade de um dos tarifários SAPO Internet Móvel (excepto tarifário pré-pago e tarifários especiais para clientes ADSL e meo) subsidiada a 50%.
Comunicar.tmn Aladim é subsidiado com base na seguinte condição:
- Mensalidade do tarifário pré-pago Comunicar.tmn subsidiada a 50% (disponível somente para clientes/beneficiários residenciais). O contrato de RDIS.PT Aladim, ADSL.PT Aladim e SAPO Internet Móvel.PT Aladim tem de ser no nome do deficiente, excepto nos casos em que o deficiente seja menor. Nesses casos, se:
- os pais forem os tutelares do menor, terão de ser apresentados o BI de um dos progenitores e do menor- a criança tiver um tutor assignado, terá que ser apresentado o doc. comprovativo que ateste a condição de tutor.

Para aderir ao programa Aladim:
Contactar a Linha Directa Soluções Especiais PT - 800 206 206 (dias úteis - 9h às 19h)
Enviar um e-mail para solucoes.especiais@telecom.pt
Dirigir-se a uma Loja PT Comunicações
Para ter acesso ao preço de Cliente com Necessidades Especiais:
Os clientes devem ser portadores da Certidão Multiuso emitida nos termos do Decreto-Lei nº174/97 de 19 de Julho (superior ou igual a 60%) ou Estatutos da Instituição. Outros casos, contactar a Fundação Portugal Telecom.A Certidão Multiuso emitida nos termos do decreto-lei nº 174/97 de 19 de Julho é um comprovativo da incapacidade ou deficiência do seu portador e deverá ser solicitada à delegação de saúde da área da residência da pessoa com deficiência.

Cartão de estacionamento para deficientes

O Decreto-Lei n.º 17/2011 de 27 de Janeiro do Ministério das Obras Públicas, Transportes e Comunicações simplifica os procedimentos de emissão e de renovação do cartão de estacionamento para pessoas com deficiência condicionadas na sua mobilidade, previstos no Decreto -Lei n.º 307/2003, de 10 de Dezembro, concretizando uma medida do Programa SIMPLEX.

Português no topo da investigação de software para invisuais

Natural de Vila Verde, cego congénito, integra grupo que desenvolve software livre para invisuais.
Abílio Guimarães começou como todos os invisuais a aprender braille, mas desenvolveu conhecimentos que o levaram ao topo da investigação mundial do software para invisuais. Além do OpenOffice livre (o programa para invisuais custa 1300 euros), Abílio Guimarães tem participado no projecto NonVisual Desktop Access (NVDA), responsável por inúmeras adaptações informáticas que facilitam a vida a quem não vê, como por exemplo, a instalação de som nas caixas multibanco dos Estados Unidos.A experiência de Abílio Guimarães iniciou-se em Vila Verde, na criação do fundo documental para cegos e amblíopes. Ali foi reunida documentação em braille e suporte áudio. "Fui investigando novos apoios, porque a ambição era alcançar os melhores meios. Investiguei e dei passos para a Informática. A ideia era criar software livre à escala mundial e a oportunidade abriu-se com o convite de um grupo australiano, integrando a investigação que previa instalação de software na região do Texas."Elaborei um projecto que envolveu todas as entidades de Dallas e Forthworth. Um cego que esteja numa paragem de autocarro fica a saber para onde vai, as páginas das entidades estão todas adaptadas para cegos. Seria interessante que houvesse esse laivo de inovação na região do Minho", lança o alerta Abílio Guimarães.Em Vila Verde (e em Portugal), Abílio Guimarães destaca o facto de a Biblioteca Municipal local ser a "única instituição pública a disponibilizar software livre a quem procura. Este espaço vai além da biblioteca comum, preparando as pessoas e formando-as para acolher informação". Em termos práticos, com o software, qualquer invisual pode digitalizar uma carta do banco e ficar a saber o assunto. "Podem aceder e produzir informação, sem dependerem dos outros", destaca Abílio, lembrando que entre os 200 utilizadores já formados contam-se pessoas de todo o país. "Há pessoas que vivem escondidas, devido à sua deficiência. Se este software for alargado a outras instituições, certamente que haverá mais pessoas a aderir". E alerta os responsáveis: "ao nível económico, uma pessoa cega integrada custa muito menos ao erário público".Abílio garante que quem frequenta o curso "não sai sem saber como evitar um vírus na Internet, usa todos os dedos para escrever, sabe corrigir um texto. Aqui funcionamos como uma espécie de centro consultivo, porque também indicamos que computadores ou telemóveis devem adquirir".

I Conferência Nacional de Doenças Raras

No âmbito das comemorações do Dia Europeu das Doenças Raras, a FEDRA – Federação de Doenças raras de Portugal, vai levar a cabo a realização da I Conferência Nacional de Doenças Raras.
Esta Conferência terá lugar nos dias 24 e 25 de Fevereiro, no auditório 2 da Fundação Calouste Gulbenkian, em Lisboa, e possui uma temática criteriosamente seleccionada pela Direcção da FEDRA e da Comissão Científica da Confêrencia.
Trata-se de uma Conferencia de ENTRADA LIVRE, pelo que gostaria de contar com a vossa presença.Pela estratégia política, qualidade dos oradores e moderadores, juntos conseguiremos definir uma estratégia em defesa dos doentes portadores de patologias raras.