segunda-feira, 28 de maio de 2012

"O Céu nas tuas Mãos" Astronomia Táctil em Espinho:

Exposição e Sessão de Planetário
A Fundação Navegar, com o apoio da “Ciência Viva” e da “ACAPO”, estreia a 26 de Maio às 16 horas “O Céu nas Tuas Mãos”, um projeto que visa levar a Astronomia a um público mais alargado, incluindo cegos e pessoas com baixa visão.
É composto por uma sessão de planetário e uma exposição versando os mais diversos e fascinantes objetos que podemos encontrar no céu noturno.
Toda a informação transmitida (através de imagem e som)é complementada com um equivalente táctil, de forma a permitir aos visitantes cegos e com baixa visão percecionar as constelações e objetos presentes na esfera celeste, que de outro modo lhes seriam inacessíveis. A informação, quer sob a forma de uma semiesfera táctil no planetário, quer através de imagens em relevo na exposição, permite tornar esta atividade acessível a todos, numa experiência original a não perder.
Este é um projeto da Fundação Navegar em colaboração com a “Ciência Viva”, o “Pavilhão do Conhecimento” e a “ACAPO”. Resulta ainda de uma colaboração internacional entre a “Associação Astrónomos Sem Fronteiras” e o “Observatório Astronómico de Valência”. As imagens foram adaptadas com base em imagens do Telescópio Espacial Hubble, Tactile Astronomy, FETTU e muitas outras.

Sessão de Planetário
Planetário do Centro Multimeios de Espinho
Em exibição de 26 de Maio a 30 de Setembro 2012
Domingos e Feriados às 16h
A sessão de planetário “O Céu nas tuas Mãos”, adaptada a nível internacional pela “Associação Astrónomos Sem Fronteiras” e o “Observatório Astronómico de Valência”, é para todos e está agora disponível em português. Composta por uma componente táctil com uma semiesfera, onde os participantes podem sentir as formas das constelações e acompanhar a história através da componente sonora. Um equivalente visual será projectado na cúpula do planetário, tornando esta experiência acessível a todos.

Exposição
Foyer do Centro Multimeios de Espinho
De
26 de Maio a 26 de Junho 2012
De Terça a Sexta-Feira das 10h às 22h
Sábados, Domingos e Feriados das 14h às 22h.
A exposição conta com cerca de 20 imagens provenientes de telescópios de todo o mundo. As imagens foram transformadas de forma a destacar em relevo as diferentes e mais importantes características dos objetos celestes, de outra forma não percecionadas pelo tato.
Conta ainda com uma Lua em relevo e a 3 dimensões, na qual se pode deslumbrar com as crateras e mares do nosso satélite natural.
Contacto:
Madalena Ribeiro
Equipa Acessibilidades
Pavilhão do Conhecimento - Ciência Viva
Alameda dos Oceanos Lote 2.10.01
1990-223 Lisboa, Portugal
Tel: + 351 21 891 71 09

www.cienciaviva.pt  | www.pavconhecimento.pt
38º 45' 44.9'' N | 9º 05' 43.1'' W

SESSÃO SOFTWARE LIVRE INCLUSIVO

A Direção-Geral da Educação, através dos Serviços de Educação Especial, vai promover uma sessão pública sobre software livre inclusivo, no próximo dia 4 de Junho, entre as 10h00 e as 16h00, no Auditório da DGE (Avª 24, Julho 140).

A sessão será orientada por três professores brasileiros António Borges, Dolores Tomé e Fábio Bonvenuto e dirige-se a professores e profissionais que trabalham com alunos com cegueira e/ou com baixa visão.
Tem por objetivo fazer a demonstração de alguns produtos, entre os quais Braille Fácil, Dosvox e Musibraille e esclarecer questões sobre o seu funcionamento. 
Sessão Software Livre Inclusivo
Apresentadores: Dolores Tomé, António Borges e Fábio Bonvenuto
Data: 4 Junho 2012
Horário: 10h00-12h30 e 14h00-16h00 
Local: Auditório da DGE

Ouvir a cor através do eyeborg


Quando lhe pediam na escola para passar a caneta vermelha, não sabia o que fazer. Estendia ao colega qualquer caneta, o que lhe valia os epítetos de preguiçoso ou embirrante. Hoje, passados 20 e poucos anos, o norte-irlandês Neil Harbisson não só entregaria a caneta certa como diria o nome da cor de uma forma mais rigorosa que os colegas.
Harbisson, artista plástico e músico – não forçosamente por esta ordem, mas por fusão das duas artes numa só, já lá vamos – continua, no entanto, a não distinguir as cores com a visão. Sofre de acromatopsia, ou seja, não vê mais do que o preto, o branco e algumas tonalidades de cinzento. É pior que o daltonismo.
Em 2004, fartou-se. Depois de ter estudado música desde os sete anos e – numa espécie de fuga em frente estética – artes visuais desde os 16, o artista ouviu uma palestra sobre cibernética e sobre a possibilidade de ampliar os sentidos através da electrónica.
Foi uma epifania. Reuniu esforços e concebeu um aparelho que lhe havia de dar cor ao mundo. Mas através dos sons e num contacto muito, mesmo muito apertado com o seu corpo. Chamou-lhe eyeborg (junção de ‘olho’ e ‘ciborgue’ em inglês), uma pequena câmara situada à frente da testa que detecta as cores e transforma-as, em tempo real, em ondas sonoras. Essa ‘tradução’ é feita por um chip encostado aos ossos da nuca e transmitida ao cérebro. E é fácil verificar-lhe a eficácia. Harbisson reconheceu a cor da parede da sala da Fundação Champalimaud, onde decorreu a pequena entrevista que deu ao SOL: «É algo entre o sol e o lá, portanto é amarela». Conferido.
O espanto aumenta quando o artista fala desta sua experiência de oito anos com um sexto sentido. «No início era muito cansativo. Era demasiada informação, tinha dores de cabeça e os ouvidos bloqueavam. Mas ao fim de cinco semanas o meu cérebro habituou-se». Hoje, completa, já não consegue viver sem o aparelho. Seria demasiado confuso, garante.
Harbisson percorre meio mundo com o eyeborg, expõe a pintura que os sons lhe inspiram e dá concertos com a música que compõe a partir das cores. Além, é claro, das palestras que dá em vários centros de investigação científica. É um artista e, ao mesmo tempo, um maná para as neurociências. Recebe muitos e-mails, sobretudo de pessoas que perderam a visão, desde 2004. Criou, há dois anos, a Fundação Cyborg em Barcelona (onde passou a infância e se fixou), onde trabalha com centros científicos, da Espanha ao Brasil, a ajudar pessoas a conceber os seus aparelhos tradutores das cores em sons e a devolver-lhes um mundo que já não vêem. E não lhes vende essa tecnologia, ela é oferecida. «Seria como vender uma parte do corpo», conclui.

Missa às escuras em Coimbra para mostrar dificuldades dos invisuais


Uma missa às escuras vai ser celebrada domingo numa paróquia de Coimbra, com o objetivo de sensibilizar aqueles que veem para as dificuldades e potencialidades dos cegos e amblíopes.

A missa tem início às 21.15 horas, na Igreja de São João Baptista, zona da Portela, e será celebrada pelo padre Jorge Santos, que disse à Lusa que "tem andado a treinar" para ultrapassar as dificuldades impostas pela escuridão.

"A leitura do Evangelho neste domingo até a sei de cor, as outras leituras vão ser em braille (por invisuais)", afirmou o pároco, que admitiu poder valer-se, durante alguns passos da missa, de uma pequena vela.

Jorge Santos já aconselhou o coro e músicos que participarão na celebração a que "tentem treinar, para saber de cor" os cânticos e músicas.

Para que nenhuma luz entre no templo, "todos os vidros vão ser forrados de negro" e, mesmo assim, os fiéis convidados a vendar os olhos, para poderem melhor sentir na pele as limitações impostas pela escuridão, disse à Lusa Ana Eduarda Ribeiro, assistente social da Associação dos Cegos e Amblíopes de Portugal (ACAPO) em Coimbra, promotora da iniciativa.

O objetivo deste tipo de ações de sensibilização é também, disse a assistente social, "permitir perceber as potencialidades que existe na deficiência visual".

Vai ser uma experiência de "cerca de uma hora, quando os invisuais têm-na [a impossibilidade de verem] a toda a hora", afirmou Ana Eduarda Ribeiro, referindo que entre as maiores dificuldades relatadas no dia a dia pelos invisuais estão o facto de "as outras pessoas não se desviarem", para eles melhor circularem, e "obras mal sinalizadas e mal vedadas".

É a segunda vez que uma "missa às escuras" é celebrada naquela paróquia, embora agora se trate de uma missa à hora habitual - a última aos domingos -, sendo o resultado da coleta a favor da ACAPO.

A primeira "missa às escuras" foi celebrada há dois anos, numa colaboração da paróquia com a ACAPO Coimbra e, de acordo com o pároco e a assistente social, revelou-se "uma experiência muito interessante para todos".

Muitas das pessoas que assistiram à primeira missa "disseram ter ficado surpreendidas porque, de olhos vendados, estiveram mais atentas, não se distraíram com a pessoa do lado", referiu Ana Eduarda Ribeiro.

Ao padre Jorge Santos, os fiéis relataram ter vivenciado a missa "de uma forma mais profunda, com maior atenção, e que perceberam o que passam" os que não veem.

"Quando entraram na igreja e mesmo durante a comunhão tiveram de precisar sempre dos outros, foi uma experiência enriquecedora para todos, houve gente que se emocionou até às lágrimas", sublinhou o pároco.

À agência Lusa, o padre Jorge Santos disse que aprendeu com a primeira experiência "o sentido da comunhão, o quanto é difícil fazer a vida normal" na escuridão.

"Queremos também dizer (com a iniciativa) a todos os invisuais que a Igreja está com eles e não os esquece, que estejam abertos a outra luz, a de Cristo", declarou.

Família pede exame nacional ampliado para estudante com pouca visão

A ampliação dos testes para uma aluna com glaucoma tem sido recusada, mas Ministério da Educação garante que continua a analisar o caso. A família de uma aluna da Escola Secundária de Valongo com glaucoma quer que esta estudante possa ver ampliados os seus testes de A4 para A3 nos exames nacionais à semelhança do que tem acontecido ao longo de todo o ano. Em declarações, o pai desta aluna conta que o júri nacional de exames lhe disse que o «ideia seria arranjarem uma lupa para resolver o problema». Nuno Teixeira disse que a sua filha que estuda no 11º ano e tem média de 16 valores reagiu com tristeza a esta decisão e questionou-se mesmo se valeria a pena continua a estudar. A direção da escola de Valongo confirmou que este júri tem dito que há dois anos que as ampliações de exames são proibidas, passando a alternativa por ler a prova no ecrã de dois computadores com ampliação sendo as respostas escritas no papel. Esta alternativa não agrada ao pai desta aluna, estudante que tem um problema semelhante ao já vivido pela presidente da Associação de Apoio à Informação a Cegos e Amblíopes. Teresa Vaz, que tem uma alta miopia, contou que teve o mesmo problema há dois anos quando fez o exame de acesso à universidade, quando foi recusada a ampliação do teste e lhe foi dada uma versão digital do exame. Também em declarações, a presidente da Associação de Apoio à Informação a Cegos e Amblíopes lembra que esta aluna está habituada a trabalhar com A3 e que «quando se depara com algo novo é uma dificuldade». «Para quem tem limitações e não costuma utilizar, mesmo com aquele tempo de exame que nos dão a mais é muito cansativo, porque temos de estar muito atentas», lembrou. Fonte do Ministério da Educação garantiu que o júri nacional de exames continua a analisar o caso desta aluna, posição diferente daquela que foi transmitida à família por telefone e aos professores.

quinta-feira, 24 de maio de 2012

revista Lusófona

A revista Lusófona Educação nº 19 (2012) é inteiramente dedicada à educação inclusiva. Artigos a não perder no seguinte link: Para ler

quarta-feira, 16 de maio de 2012

Câmara de Viana do Castelo e INR assinaram protocolo

A Câmara Municipal de Viana do Castelo e o Instituto Nacional para a Reabilitação (INR) assinaram um protocolo para criar um Serviço de Informação e Mediação para Pessoas com Deficiência, a localizar na Villa Rosa. O novo serviço pretende fazer o atendimento qualificado dos munícipes com deficiências ou incapacidade e respectivas famílias, bem como dos técnicos de reabilitação e instituições que desenvolvem qualquer tipo de actividade neste domínio (reabilitação e participação), assegurando-lhes uma informação integrada sobre os direitos e benefícios e recursos existentes para a resolução dos problemas colocados. Outras das responsabilidades são proceder ao seu correcto encaminhamento e desenvolver uma função de mediação junto dos serviços públicos e entidades privadas responsáveis pela resolução dos seus problemas que seja facilitadora da sua intervenção junto destes utentes; desenvolver e valorizar as parcerias locais que permitam articular soluções de atendimento mais eficazes e recolher informação que permita produzir diagnósticos de caracterização local das pessoas com deficiência ou incapacidade, identificar os principais problemas existentes e promover soluções adequadas. Para o presidente da Câmara, o protocolo é um passo importante para optimizar os serviços já prestados aos cidadãos com deficiência, tendo o presidente do INIR sublinhado que este novo serviço se “apresenta como uma referência local e nacional”, sendo já o 41.º a entrar em funcionamento no país.

terça-feira, 15 de maio de 2012

Implante ocular devolve visão a cegos

Os primeiros testes do implante de retina em pacientes britânicos que sofrem de retinite pigmentosa, doença genética incurável que causa cegueira, foram bem sucedidos. A confirmação foi anunciada na semana passada pela empresa que desenvolveu o mecanismo, a Retina Implant AG. Os primeiros implantes deverão abranger, no total, 12 pacientes, e estão a decorrer em Londres, sob a orientação de Tim Jackson e, em Oxford, por Robert MacLaren, ambos cirurgiões óticos. Desde que receberam o aparelho sem fios, em meados de Abril, os dois primeiros pacientes da experiência começaram a recuperar a visão no dia-a-dia. Os indivíduos puderam detetar luz imediatamente após o microchip ter sido ativado. Ambos são ainda capazes, agora, de localizar objetos brancos em locais escuros. Num comunicado da Retina Implant, Tim Jackson e Robert MacLaren referem estar entusiasmados com o seu envolvimento “neste implante sub-retinal pioneiro e em anunciar que os primeiros pacientes implantados tiveram sucesso”. Os resultados terão excedido as expectativas dos dois profissionais. Robert Millar, um dos primeiros pacientes a receber o implante, referiu: “Desde que liguei este aparelho que sou capaz de detetar luz e distinguir os contornos de certos objetos. Até sonhei a cores pela primeira vez em 25 anos, pelo que uma parte do meu cérebro que estava a dormir acordou”. Equipamento testado em vários países Este equipamento tem estado a ser experimentado nos últimos seis anos. Os pacientes envolvidos receberam microchips de 3x3m2 com 1.500 elétrodos implantados por baixo da retina. Os primeiros resultados, publicados em 2010, mostraram que os pacientes eram capazes de reconhecer objetos estranhos e de ler letras para conseguir formar palavras. Mais tarde, na Alemanha, os testes mostraram ainda mais melhorias visuais. Os nove pacientes alemães são os que demonstraram melhores resultados até à data, tendo conseguido restaurar praticamente a total capacidade de visão útil. Agora, a Retina Implant está a expandir o estudo à participação de outros países. “Os implantes no Reino Unido representam um grande passo para a missão da Retina Implant de restaurar a visão dos doentes de retinite pigmentosa em todo o mundo”, disse Walter-G Wrobel, CEO da Retina Implant AG. “Queremos continuar aquilo que alcançamos de forma a que o aparelho seja submetido para aprovação comercial assim que esta fase da pesquisa esteja terminada”, acrescentou.

segunda-feira, 14 de maio de 2012

CASA – Connosco Aprenda a Ser Autónomo

A ACAPO – Associação dos Cegos e Amblíopes de Portugal – apresenta o projeto CASA – Connosco Aprenda a Ser Autónomo – vencedor de uma menção honrosa da 1.ª edição do Prémio BPI Capacitar. O evento terá lugar no próximo dia 10 de Maio, quinta-feira, e contará com as presenças de representantes da Câmara Municipal da Amadora e do Instituto Nacional para Reabilitação e da Vice-presidente da Direção Nacional da ACAPO, Graça Gerardo e do Presidente da Delegação de Lisboa da ACAPO, João Moniz. O projeto CASA constitui-se como um Centro de Recursos Integrado que vai funcionar num apartamento, localizado no Concelho da Amadora (Damaia), cujas respostas, nomeadamente o treino de atividades da vida diária (AVD's) e estimulação sensorial, serão desenvolvidas com o objetivo de minimizar o impacto da perda de visão. Esta estrutura, onde irá atuar uma equipa multidisciplinar constituída por técnicos das áreas de serviço social, psicologia, orientação e mobilidade, braille ou desporto, foi projetada a pensar num grupo heterógeno de pessoas com deficiência visual (adquirida ou congénita) de todas as faixas etárias e estratos sociais e suas famílias. A par dos já inaugurados Centros de AVD’s de Coimbra e Viseu, o projeto CASA da Delegação de Lisboa da ACAPO visa apoiar o processo de habilitação e reabilitação dos utentes com deficiência visual promovendo a sua autonomia e empowerment e consequentemente a sua plena integração e participação na sociedade.

segunda-feira, 7 de maio de 2012

Escrever em Braille é como tocar piano

No Dia Mundial do Livro, o JPN foi até ao Instituto São Manuel, na Santa Casa da Misericórdia do Porto, para conhecer o processo de fabrico de livros e revistas da única imprensa de livros em Braille em Portugal. Teresa Mesquita tem 46 anos e há 23 que dedica os dias de trabalho à produção de livros em Braille. No dia do livro, Teresa levou o JPN numa visita guiada pelo Instituto São Manuel, o único sítio em Portugal onde se editam publicações em Braille. Unindo equipamentos clássicos às novas tecnologias, o instituto produz livros e revistas, tanto de forma artesanal como de forma informatizada. Com duas revistas próprias produzidas de forma artesanal, a Poliedro e a Rosa dos Ventos, a instituição mantém um público fiel e estas obras só chegam às mãos dos leitores através de subscrições e pedidos especiais. De todos os livros é enviada ainda uma cópia para todas as bibliotecas do país, já que nas livrarias não se encontram livros em Braille. Apesar de não ter a "sensibilidade" que uma pessoa cega tem para ler os símbolos, Teresa confessa que "não foi difícil" adaptar-se ao Braille. Agora, demora cerca de quatro dias para produzir uma revista de 50 páginas, enquanto dois dias mal chegam para a edição de um único capítulo de um livro. É um trabalho moroso, mas que Teresa e a sua equipa fazem com dedicação. Da tradução à impressão, Bernardino, Paulo, Henrique e Elisabete recolhem folhas, cortam papel, revêem, agrafam edições, manipulam impressoras e desenvolvem um número imenso de atividades que só a experiência lhes permite realizar com destreza. Teresa, que diz que "escrever em Braille é como tocar piano", por causa da coordenação exigida, acredita que a "essência do Braille está na produção de livros à maneira antiga" e considera que o seu trabalho "não podia ser mais cativante", já que está a fazer "algo útil" que a "educa" e é "bom para toda a gente". Os cegos também leem cada vez menos Apesar de já terem editado cerca de 12 livros desde setembro do ano passado, Teresa diz que os pedidos têm diminuído. Enquanto as revistas chegam aos mil exemplares por mês, muitos cegos preferem os livros áudio, que muitas vezes podem descarregar da Internet gratuitamente, aos livros em Braille. Para além da facilidade em adquiri-los, os livros áudio permitem ao leitor fazer qualquer coisa enquanto os ouve. "É muito mais fácil", diz Teresa, "mas os que começaram a ler já não param. Ganharam o gosto pela leitura". "A camada mais jovem é que não lê tanto. Por isso, também dá muitos erros. Um cego precisa de ler para conhecer as palavras", afirma. Até hoje, a saga Harry Potter foi uma das mais vendidas do instituto. Para ver o vídeo