terça-feira, 14 de outubro de 2014

Estudo desenvolvido em Coimbra é capa de revista internacional de neuroimagem


Human-Brain

Uma investigação de imagem cerebral sobre a perceção visual desenvolvida em Coimbra é o principal tema de capa da edição de outubro da revista científica ‘Human Brain Mapping’, anunciou hoje a Universidade de Coimbra (UC).

“Um estudo de imagem cerebral sobre a ambiguidade da perceção visual, desenvolvido por uma equipa de investigadores” da UC faz “a manchete da edição de outubro da ‘Human Brain Mapping’, a mais prestigiada revista internacional de neuroimagem” http://onlinelibrary.wiley.com/enhanced/doi/10.1002/hbm.22545/, afirma a instituição numa nota hoje divulgada.

O estudo da ambiguidade da perceção tem “implicações em doenças neuropsiquiátricas, como a esquizofrenia e o autismo, e originou estudos agora em curso” no Instituto de Ciências Nucleares Aplicadas à Saúde (ICNAS) da UC, salienta a mesma nota.

“A combinação da originalidade do trabalho com a criatividade artística da exposição gráfica dos resultados fundamentou a escolha” da publicação para destacar a investigação desenvolvida por especialistas do ICNAS e do Instituto Biomédico Investigação de Luz e Imagem (IBILI) da UC.

Coordenado pelo neurocientista Miguel Castelo-Branco, o estudo, que tem como primeiro autor João Castelhano, centrou-se na investigação da forma como “diferentes ritmos cerebrais nos ajudam a processar informação visual ambígua, recorrendo a técnicas de imagem multimodal (eletroencefalografia e ressonância magnética funcional)”, salientam os especialistas de Coimbra.

No estudo, “descobrimos que pelo menos dois módulos estão envolvidos naquele processamento, um sediado no córtex visual e outro noutra região do cérebro associada à dificuldade da decisão, a ínsula anterior”, adianta Miguel Castelo-Branco.

Dito de forma mais simples, “conseguimos verificar como o cérebro decide sobre aquilo que é difícil de observar”, sintetiza Miguel Castelo-Branco, citado pela UC.

“Através da utilização em simultâneo de duas técnicas foi possível associar os ritmos do cérebro a uma determinada função, neste caso, à perceção visual, isto é, à forma como vemos o mundo”, explicita o investigador.

No futuro, este estudo, enquadrado na neurociência básica, terá “fortes implicações nas doenças neuropsiquiátricas, especialmente na esquizofrenia e no autismo, onde os circuitos de perceção visual podem estar fragmentados”, sublinha o neurocientista, sustentando que “se percebermos como está alterada a perceção, podemos pensar em mecanismos que restabeleçam a harmonia do ritmo cerebral”.

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