Aos dois anos foi-lhe diagnosticado autismo e a pintura surgiu como terapia. Este domingo, um dos quadros da pequena Iris, de cinco anos, vai ser vendido por mais de 15 mil euros.
Aos cinco anos, Iris está a começar a falar e tem dificuldades em interagir com os outros. Diagnóstico: autismo. A pintura apareceu na vida desta menina britânica como forma de terapia para a doença, e cedo se começou a perceber que Iris tinha um dom. Já há quem a compare a grandes pintores como Monet.
Costumava mergulhar em livros, aproveitando, talvez, para evitar o contacto visual com as pessoas. Não sabia (não queria?) brincar com outras pessoas, mostrava comportamentos obsessivos e desesperava quando a tentavam levar para perto de outras crianças. Iris Grace era assim quando, em 2011, aos dois anos de idade, lhe foi diagnosticado autismo, contam os pais, Arabella Carter-Johnson e Peter-Jon Halmshaw, no site que criaram para a filha, depois de ela mostrar especial aptidão para a pintura. E de criar quadros como este:
Descoberto o talento de Iris, os pais decidiram partilhar a arte dela com o mundo, “como forma de chamar a atenção para a sua condição de autista e para inspirar outras famílias na mesma situação, porque o autismo afeta, atualmente, cerca de 100 mil crianças no Reino Unido e os números estão a crescer”, acrescentam os pais.
O mundo gostou do que viu e começou a comprar as pinturas da criança, à venda no site. O último leilão de 2014 termina este domingo e a maior oferta feita pelo quadro que está à venda supera as 12 mil libras (mais de 15 mil euros, à taxa de câmbio atual).
A página de Facebook que os pais lhe criaram tem mais de 114 mil ‘gostos’ e é frequente associarem o estilo de Iris ao impressionismo de Monet e Renoir. No britânico The Independent, conta-se que Iris se inspira na música, no seu gato, Thula, e na natureza que rodeia o local onde mora, em Leicestershite, no Reino Unido.
Há vídeos no YouTube que mostram Iris, na altura com três anos, a pintar. Como a menina não se expressa bem, a mãe aprendeu a perceber quando é que a filha quer pintar e de que materiais é que precisa em cima da mesa.
“Eu vou até ao armário, tiro as tintas e ela indica-me que cores é que quer que eu prepare. Se a cor não estiver lá (por exemplo, lilás) ela procura um item dessa cor para me mostrar o que quer que eu misture. Ela também já começou a fazer as suas próprias cores, mergulhando os pincéis de caneca em caneca e vendo a cor a mudar para depois a usar no papel”.
Depois, Arabella Carter-Johnson junta água e a filha testa as cores. Se não estiverem com a consistência que pretende, a menina leva-os de volta para a banca. Quando Iris Grace tem o material todo reunido, começa a criar, como a imaginação lhe ditar. “Ela tem um entendimento das cores e de como elas interagem entre si”, explica a mãe, que é fotógrafa.
Quando a criança termina a sessão, pousa na caneca todos os objetos que usa para pintar e afasta-se da mesa, espera que a pintura seque e regressa mais tarde para completar, caso seja necessário. É ela que decide tudo. É assim que, no seu mundo, Iris Grace se expressa com o exterior. Com sucesso.
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