quarta-feira, 17 de setembro de 2014

Sonia e Anita vêem pela primeira vez


 
Vídeo mostra irmãs cegas enxergando pela primeira vez

Duas irmãs que vivem na Índia rural tiveram sua vida totalmente modificada. Sonia e Anita nasceram cegas em uma família de plantadores de arroz muito pobres, que ganham 17 centavos de dólar por hora de trabalho. As irmãs nasceram com catarata congênita e tiveram o processo da operação de correção do problema registrado em um vídeo comovente, excutado mais de 139 mil vezes no Vimeo e mais de 40 mil no Youtube. A história vivida pelas irmãs emociona e alerta para o quão evitável é o problema que atinge 4 a cada dez mil nascidos vivos no Brasil.
Uma das principais causas para a catarata em bebês era a rubéola durante a gestação. Após a obrigatoriedade da vacinação das mulheres, hoje 50% das crianças que nascem com catarata no Brasil têm o problema por conta de uma mutação genética que codifica errado uma proteína e o cristalino, que era para ser transparente, nasce opaco.
— Quando uma criança nasce com um problema de cegueira, ela tem 50% de chance de morrer antes de completar dois anos. Isso acontece porque tem grande probabilidade de ela ter nascido com outros problemas de saúde e o motivo pelo qual ela não consegue tratar a cegueira é o mesmo que dificulta que ela chegue a outros serviços para cuidar das outras síndromes — diz a oftalmologista Andrea Zin, coordenadora do Instituto de Catarata Infantil
A especialista explica que a catarata tem vários níveis de opacidade e pode significar que a criança não consiga perceber detalhes, mas pode ser ainda mais impactante e permita que ela perceba apenas o claro e o escuro. A cirurgia para correção do problema é rápida e troca o cristalino opaco por uma lente. A partir de então a criança recebe um óculos começará a aprender a enxergar.
— Assim como se aprender a comer, andar e falar, o bebê também aprender a enxergar e tornar sua visão cada vez mais sofisticada. Crianças que nascem com catarata e demoram a corrigir o problema demoram e precisam de adaptação para desenvolver a visão — explica a oftalmologista.
Este é o caso de Sonia, menina indiana que aparece no vídeo após a operação feita aos 12 anos. Andrea explica que quanto mais tarde a correção é feita menores são as chances de a criança desenvolver uma visão considerada normal.
— A menina possivelmente terá baixa visão, mais sai de uma situação de isolamento e dificuldade de aprendizagem para começar a frequentar a escola e fazer amigos. O ideal é operar as crianças bem novinhas, mas este já é um enorme ganho de qualidade de vida — pondera Andrea Zin.
Segundo ela, a catarata como causa de cegueira é absolutamente tratável e a principal dificuldade de cuidar do problema é o acesso de famílias pobres aos serviços de saúde. O Instituto de Catarata Infantil trabalha há mais de dez anos no suporte de famílias e de crianças que precisam corrigir o problema e não tem recursos, oferecendo gratuitamente não apenas a cirurgia, mas exames oftalmológicos, lentes corretivas, óculos e os serviços de adaptação pré e pós operatórios.
 

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