sexta-feira, 5 de setembro de 2014

Sensores conectados a smartphones podem prevenir cegueira


Sensores conectados a smartphones podem prevenir cegueira
Dispositivo ainda está em fase de testes, mas
promete aprimorar tratamento de glaucoma.

Cientistas propuseram uma nova forma de monitorar o glaucoma com um dispositivo implantado no olho do paciente. As leituras do dispositivo seriam monitoradas via smartphone, o que poderia ajudar a prevenir a cegueira causada pela doença.

O que torna o glaucoma uma doença perigosa é o fato de essa perda de visão ser assintomática. Isso ocorre porque o cérebro é capaz de preencher as partes que faltam da visão e um olho é capaz de compensar o dano do outro. Por enquanto, o único tratamento foca na causa mais comum, que é o aumento da pressão intraocular (IOP).

Atualmente, o melhor método para medir a IOP é a tonometria de aplanação de Goldmann, em que é medida a força requerida para achatar uma área predefinida da córnea com um dispositivo de superfície dura. Entretanto, a técnica produz medições variáveis, e nem sempre são suficientes para o gerenciamento de glaucoma.

Porém, um estudo recente realizado por Ismail Araci na Stanford University e seus colegas apresenta um sensor capaz de mensurar a IOP de forma mais precisa. O dispositivo tem apenas alguns milímetros e pode ser implantado no olho. Isso permitiria um acompanhamento contínuo da doença, o que pode fazer uma grande diferença para pacientes em estágio crítico.

O pequeno sensor é embutido em lentes sintéticas utilizadas para substituir as lentes naturais de pessoas com catarata. O dispositivo funciona como um barômetro, a pressão faz com que o fluído do sensor se mova. Esse movimento pode ser acompanhado com uma câmera de smartphone com adaptador óptico especial.

Contundo, ainda há limitações. Os resultados são baseados em estudos feitos em animais. Além disso, a durabilidade do dispositivo ainda não está clara. Se o monitoramento contínuo é necessário, o sensor deve ser capaz de durar alguns anos. Outra questão é que ele será útil apenas a alguns tipos de glaucoma.

Implantar o dispositivo em humanos também é um dos desafios. Segundo Araci e seus colegas, o sensor vai complementar lentes intraoculares, que já são comumente implantadas em cirurgias de catarata. O procedimento é simples e alguns pacientes com glaucoma e catarata já se submetem a ele.

Visto que as lentes desempenham um papel importante nos mecanismos que conduzem a uma forma de glaucoma, a extração prévia pode melhorar o controle de alguns tipos da doença. O procedimento está em fase de testes em seres humanos e pode impulsionar pesquisas em sensores implantáveis, como o de Araci.

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