quinta-feira, 3 de outubro de 2013

Olho biónico abre caminho para driblar a cegueira

 

imagem Revista Galileu
O Argus II é o primeiro olho biónico aprovado nos Estados Unidos


Ler uma placa, atravessar a rua ou localizar sozinho o banheiro são tarefas que cegos voltaram a fazer ao usar o primeiro olho biónico aprovado nos Estados Unidos. Criado pela equipe do oftalmologista Mark Humayun, professor da Universidade do Sul da Califórnia, o Argus II é um salto no campo das pesquisas sobre a visão.

A prótese é destinada a pacientes adultos com retinite pigmentosa, um tipo de cegueira degenerativa que atinge uma em cada 10 mil pessoas no mundo. Para funcionar, o equipamento necessita de que pelo menos parte da retina — a camada de células do olho que converte luz em impulsos nervosos para o cérebro — esteja intacta. No caso do glaucoma, por exemplo, doença em que toda a retina é destruída, a prótese não funciona.

Composto por óculos escuros e uma microcâmara ligada a um processador de vídeo, o dispositivo capta imagens e transmite-as para uma camada de eletrodos implantados sobre a retina. Impulsos elétricos estimulam as células, fazendo o cérebro perceber padrões de luz.

“O paciente consegue ir ao banheiro sozinho e ver uma porta. Também consegue ler números e letras grandes numa placa”, diz Mauricio Maia, professor de Oftalmologia, Cirurgia de Retina e Vitreo da Universidade Federal de São Paulo, que participou da pesquisa. “Quanto mais chips pudermos colocar na área da retina, mais informação o olho receberá”, explica.

As imagens ainda são granuladas e em preto e branco. Mas as futuras versões terão maior nitidez: um modelo mais avançado, com 200 eletrodos, está em desenvolvimento. Também já há equipamentos concorrentes esperando pela aprovação do governo dos Estados Unidos.

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