vídeo da Associação Nacional dos Ópticos
Segundo Jorge Breda, presidente da SPO, "neste dia, é importante alertar os portugueses para três patologias oculares que são causas de má visão e cegueira, mas que podem ser perfeitamente evitadas se diagnosticadas e tratadas atempadamente".
A primeira é a diabetes, doença que provoca ao longo do seu tempo de evolução alterações da estrutura das artérias, modificando assim a irrigação dos tecidos. O tecido da retina é um tecido nervoso, muito sensível à má perfusão sanguínea, que quando ocorre leva à destruição das suas células e portanto a dificuldades visuais. Mas, afirma Jorge Breda "o mais importante, é que uma pessoa pode estar a ver 10/10 em cada olho, e sentir-se muito bem, e todavia estar a ficar com os olhos gravemente minados pela doença". Esta, insinua-se sub-repticiamente, sem alterar a visão, portanto sem dar sintomas, e quando estes aparecem na maioria das vezes já é tarde. Por isso, alerta a SPO "a doença ocular da diabetes tem de ser diagnosticada antes dos doentes se queixarem, e por isso todos os diabéticos, mesmo que estejam controlados, têm de ser regularmente observados por um oftalmologista".
Também o glaucoma é alvo de atenção especial por parte da SPO pois existem pessoas em que as fibras do nervo óptico morrem e desaparecem antes do tempo. O nervo óptico é uma espécie de cabo coaxial que transporta para o cérebro os estímulos desencadeados pela luz sobre as células da retina, onde são transformados e percebidos como imagens. Sem este transporte não há visão. Em algumas pessoas as fibras do nervo óptico degeneram progressivamente e desaparecem. É mais uma vez um processo insidioso, o doente não dá por ela, porque todos os dias perde algumas fibras e o seu campo visual vai diminuindo. O doente coloca os óculos, vê 100% ao perto e ao longe e julga que está bem. Todavia, quando o oftalmologista observa o seu fundo ocular, verifica que o aspecto da retina ou do nervo óptico não é o ideal.
O glaucoma é provocado por vários factores, um dos quais é o aumento da tensão ocular, mas há pessoas com glaucoma grave e tensão ocular normal. Por tudo isto a SPO afirma que "é preciso fazer o rastreio, através da observação cuidadosa da retina e do nervo óptico. Todas as pessoas com história de glaucoma na família devem ser observadas, porque têm maior probabilidade de o vir a ter também, assim como toda a população, pelo menos a partir dos 40 anos".
Por fim, a SPO destaca a necessidade de se efectuarem exames às crianças até aos três anos pois, dos 100.00 bebés que nascem todos os anos em Portugal, cerca de 5.000 podem vir a ser amblíopes. Como é sabido as crianças não vêem ao nascer. Estas aprendem a ver, à medida que as suas células cerebrais vão sendo estimuladas com imagens nítidas. Mas, se um dos olhos tiver uma deficiência como um certo astigmatismo, uma determinada hipermetropia, um valor elevado de miopia, isso significa que esse olho não vai estimular devidamente as células cerebrais que lhe correspondem, que irão ficar atrofiadas para o resto da vida, uma vez que há um período na infância que é próprio para o seu desenvolvimento. Por outro lado, se houve um desvio ocular, ou seja estrabismo, mesmo que muito pequeno, o cérebro como que "desliga" esse olho para não ver duas imagens. Então mais uma vez, vamos ter atrofia das células cerebrais conectadas com esse olho e portanto impossibilidade de visão. É a isto que se chama ambliopia, que ao fim e ao cabo é como que uma "cegueira cerebral", uma má visão apesar de olho estar bom (estrabismo) ou com a deficiência corrigida (óculos).
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