Na biblioteca de Gaia há um estúdio de gravação onde 3000 livros já foram gravados em áudio
O Serviço de Leitura Especial da Biblioteca de Gaia disponibiliza a pessoas com deficiência visual obras em braille, áudio e digital, numa espécie de “missão” que, para poder ser ampliada, necessita de mais voluntários, indicaram os responsáveis. “O nosso objectivo é levar a leitura a quem precisa dela. Quem precisa deste trabalho não é quem tem tudo. Há muitas pessoas com deficiência visual que não têm acesso a livros e a leitura pode ser estudo, companhia, terapia”, assinalou a coordenadora, Susana Vale.
Actualmente, este serviço – que abriu em 1998 mas só em 2006, depois de uma candidatura bem-sucedida a fundos, conseguiu apostar num estúdio de gravação, onde voluntários dão voz a livros – possui cerca de 1400 obras em braille e mais de 3000 em suporte áudio que podem ser requisitadas gratuitamente por 30 dias.
O serviço – que contabiliza cerca de 950 utilizadores e, para além de Portugal, soma pequenos núcleos em França, Itália e Brasil – também recebe solicitações de escolas, que procuram obras do Plano Nacional de Leitura, e de instituições, nomeadamente delegações da Associação dos Cegos e Amblíopes de Portugal (ACAPO).
Aos voluntários cabe fazer saltar da tinta, através da voz, narradores e personagens e, apesar de importante, não chega ter só boa vontade. Ser locutor implica respeitar critérios como dicção, respeito pela pontuação, ritmo, clareza e expressividade.
Susana Vale explicou a importância desses critérios para “agarrar” um “leitor--ouvinte” confessando que há um utilizador do serviço que já não pede obras pelo título ou pelo nome do autor. Pede livros “daquele moço”, contou, explicando que o áudio-leitor se refere ao narrador Francisco Ferraz, de 32 anos, que oferece cerca de hora e meia por semana a esta missão.
Quanto a títulos, “A Madrugada Suja”, de Miguel Sousa Tavares, ou obras de Ken Follet, José Rodrigues dos Santos e Luís Sepúlveda, foram alguns dos livros mais procurados em 2014.
Além da produção em braille e dos áudio--livros, também são produzidos livros-digitais que resultam de um processo para o qual são “fundamentais”, indicou Susana Vale, “cada vez mais voluntários”.
Trata-se de digitalizar uma obra página a página, as imagens são convertidas e trabalhadas num processador de texto para serem retiradas todas as anomalias. Anulados os “lixinhos”, os livros-digitais podem ser usados por pessoas com deficiência visual através do computador com programas de leitura de ecrã ou terminais de braille. Este é, portanto, um serviço que pode ser feito em casa.
“Quantos mais voluntários tivermos, maior será a oferta que pode ser disponibilizada ao público”, apontou Susana Vale, lamentando, no entanto, que, a nível nacional, “a oferta em braille não seja tão actual e diversificada quanto deveria ser”.
Quanto aos áudio-livros e ao suporte digital, a responsável acredita que o panorama “tem vindo a melhorar”, embora vinque que “continua a haver desfasamento entre aquilo que é editado para a população sem qualquer problema de visão e para quem tem deficiência visual”.
Actualmente, este serviço – que abriu em 1998 mas só em 2006, depois de uma candidatura bem-sucedida a fundos, conseguiu apostar num estúdio de gravação, onde voluntários dão voz a livros – possui cerca de 1400 obras em braille e mais de 3000 em suporte áudio que podem ser requisitadas gratuitamente por 30 dias.
O serviço – que contabiliza cerca de 950 utilizadores e, para além de Portugal, soma pequenos núcleos em França, Itália e Brasil – também recebe solicitações de escolas, que procuram obras do Plano Nacional de Leitura, e de instituições, nomeadamente delegações da Associação dos Cegos e Amblíopes de Portugal (ACAPO).
Aos voluntários cabe fazer saltar da tinta, através da voz, narradores e personagens e, apesar de importante, não chega ter só boa vontade. Ser locutor implica respeitar critérios como dicção, respeito pela pontuação, ritmo, clareza e expressividade.
Susana Vale explicou a importância desses critérios para “agarrar” um “leitor--ouvinte” confessando que há um utilizador do serviço que já não pede obras pelo título ou pelo nome do autor. Pede livros “daquele moço”, contou, explicando que o áudio-leitor se refere ao narrador Francisco Ferraz, de 32 anos, que oferece cerca de hora e meia por semana a esta missão.
Quanto a títulos, “A Madrugada Suja”, de Miguel Sousa Tavares, ou obras de Ken Follet, José Rodrigues dos Santos e Luís Sepúlveda, foram alguns dos livros mais procurados em 2014.
Além da produção em braille e dos áudio--livros, também são produzidos livros-digitais que resultam de um processo para o qual são “fundamentais”, indicou Susana Vale, “cada vez mais voluntários”.
Trata-se de digitalizar uma obra página a página, as imagens são convertidas e trabalhadas num processador de texto para serem retiradas todas as anomalias. Anulados os “lixinhos”, os livros-digitais podem ser usados por pessoas com deficiência visual através do computador com programas de leitura de ecrã ou terminais de braille. Este é, portanto, um serviço que pode ser feito em casa.
“Quantos mais voluntários tivermos, maior será a oferta que pode ser disponibilizada ao público”, apontou Susana Vale, lamentando, no entanto, que, a nível nacional, “a oferta em braille não seja tão actual e diversificada quanto deveria ser”.
Quanto aos áudio-livros e ao suporte digital, a responsável acredita que o panorama “tem vindo a melhorar”, embora vinque que “continua a haver desfasamento entre aquilo que é editado para a população sem qualquer problema de visão e para quem tem deficiência visual”.
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