sexta-feira, 21 de dezembro de 2012
Melhor Museu Português de 2012 - Museu da Batalha
Lista de produtos de apoio para 2013 - Instituto Nacional para a Reabiitação
Em Diário da República,
foi publicado o Despacho n.º
16313/2012, emitido pelo Instituto Nacional para a
Reabilitação, I. P., que homologa a lista de produtos
de apoio, para
vigorar a partir de 1 de janeiro de 2013.
A lista encontra-se em anexo ao
despacho.
quarta-feira, 19 de dezembro de 2012
João Fernandes
Não há sombra de dúvidas que o SIMBOLO do LEAO ainda faz muita gente feliz!! É o caso do pequeno GRANDE João Fernandes.
O SPORTING é e sempre será um clube de vitórias mesmo não marcando golos.
O SPORTING é e sempre será um clube de vitórias mesmo não marcando golos.
terça-feira, 18 de dezembro de 2012
Piso tátil
Piso tátil garante segurança e
acessibilidade para pessoas com deficiência visual
Piso de alerta (bolinhas) e direcional (riscos verticais)Textura e cor diferentes no piso ajudam a
direcionar o caminho e alertar para obstáculos
O piso tátil ou ladrilho tátil é um grande aliado das pessoas com deficiência visual e baixa visão. Ele é um dos recursos utilizados para garantir total acessibildade nos trajetos em ruas, estabelecimentos, residências e prédios públicos ou privados.
Piso Tátil Alerta Borracha
A sinalização tátil no piso pode ser de dois tipos: de alerta ou direcional. As duas devem ser de cores contrastantes com a do piso, podendo ser sobrepostas ou integradas ao já existente.
Piso Tátil Alerta Cimento
A sinalização de alerta, conhecida pelo formato de "bolinhas", tem como função alertar a pessoa com deficiência de que, à frente, há algum obstáculo, uma escada, uma rampa, a porta de um elevador, o rebaixamento de uma calçada ou um desnível, como uma plataforma de embarque e desembarque.
Piso Tátil Direcional Borracha
Já a sinalização direcional, que tem linhas verticais, serve para orientar o trajeto e deve ser usada em áreas de circulação. A aplicação deve indicar o caminho a ser percorrido, funcionando como uma trilha.
Piso Tátil Direcional Cimento
O piso tátil é fundamental para oferecer segurança e autonomia às pessoas com deficiência visual.
Sabia que isto é um olho humano?
Imagem muito detalhada de um olho.
O projecto ‘Os Seus Lindos Olhos’ foi criado por Suren Manvelyan, um professor de física natural da Arménia com um fascínio bastante particular por...olhos. Podem parecer estranhas crateras ou paisagens de outro mundo – à primeira vista, não se parecem sequer com nada humano. Contudo, a verdade é que esta colecção de fotografias tem como único modelo os olhos. O professor de 36 anos utiliza como técnica a fotografia macro, que consiste em imagens drasticamente ampliadas para realçar detalhes que geralmente passam despercebidos. “Eu não tinha consciência que eles [os olhos] tinham uma aparência tão complexa”, contou o professor de 36 anos ao ‘Daily Mail’. “Diariamente nós vemos centenas de olhos, mas nem sequer suspeitamos que eles têm uma estrutura tão bela, como se fossem superfícies de planetas desconhecidos.”
Galeria de fotos aqui:
http://www.photographyserved.com/Gallery/Your-beautiful-eyes/428809
sábado, 8 de dezembro de 2012
Alteração à regulamentação da avaliação do ensino básico
Foi publicado o Despacho
normativo n.º 24-A/2012, que regulamenta a avaliação e a certificação dos
conhecimentos adquiridos e das capacidades desenvolvidas pelos alunos do ensino
básico, nos estabelecimentos de ensino público, particular e cooperativo, bem
como os seus efeitos, e as medidas de promoção do sucesso escolar que podem ser
adotadas no acompanhamento e desenvolvimento dos alunos, sem prejuízo de outras
que o agrupamento de escolas ou escola não agrupada defina no âmbito da sua
autonomia.
O diploma faz algumas
referências aos com necessidades educativas especiais e aos docentes de educação
especial.
Do
processo
individual do aluno devem
constar todos os elementos que assinalem o seu percurso e a sua evolução ao
longo deste, designadamente:
a) Elementos fundamentais de
identificação do aluno;
b) Fichas de registo de
avaliação;
c) Relatórios médicos e ou de
avaliação psicológica, quando existam;
d) Programas de acompanhamento
pedagógico, quando existam;
e) Programas educativos
individuais e os relatórios circunstanciados, no caso de o aluno ser abrangido
pelo Decreto-Lei n.º 3/2008, de 7 de janeiro, incluindo, quando aplicável, o
currículo específico individual definido no artigo 21.º daquele
decreto-lei;
f) Outros elementos
considerados relevantes para a evolução e formação do aluno.
Intervêm no processo de avaliação, designadamente:
a) O professor;
b) O aluno;
c) O conselho de docentes, no
1.º ciclo, quando exista, ou o conselho de turma, nos 2.º e 3.º
ciclos;
d) Os órgãos de gestão da
escola;
e) O encarregado de
educação;
f) O docente de educação
especial e outros profissionais que acompanhem o desenvolvimento do processo
educativo do aluno;
g) A administração
educativa.
A escola deve assegurar as condições de participação dos alunos, dos encarregados de educação, dos profissionais com competência em matéria de apoios especializados e dos demais intervenientes, nos termos definidos no seu regulamento interno.
Na
avaliação interna, a informação resultante da avaliação
sumativa dos alunos do ensino básico com currículo específico
individual,
abrangidos pelo artigo 21.º do Decreto-Lei n.º 3/2008, de 7 de janeiro,
expressa-se numa menção qualitativa de Muito
bom, Bom, Suficiente e Insuficiente,
acompanhada de uma apreciação descritiva sobre a evolução do aluno (cf n.º 10 do
art. 8.º).A escola deve assegurar as condições de participação dos alunos, dos encarregados de educação, dos profissionais com competência em matéria de apoios especializados e dos demais intervenientes, nos termos definidos no seu regulamento interno.
Na avaliação externa,
estão dispensados da
realização de provas finais dos 1.º, 2.º e 3.º ciclos os alunos que estejam
abrangidos pelo artigo 21.º do Decreto -Lei n.º 3/2008, de 7 de janeiro
(currículo específico individual) (cf. alíneas b) do n.º 13 e e) do n.º 14 do
art. 10.º).
Os alunos com necessidades
educativas especiais de caráter permanente, abrangidos pelo disposto no n.º 1 do
artigo 20.º do Decreto-Lei n.º 3/2008, de 7 de janeiro, prestam as provas finais
de ciclo previstas para os restantes examinandos,
podendo, no entanto, usufruir de condições especiais de avaliação ao
abrigo da legislação em vigor (cf. art. 11.º).
A conclusão do ensino básico é
certificada pelos órgãos de direção da escola, através da emissão
de:
a) Um diploma que ateste a
conclusão do ensino básico;
b) Um certificado que ateste o
nível de qualificação, discrimine as disciplinas ou módulos concluídos e as
respetivas classificações finais, bem como as classificações das provas finais
de ciclo obtidas nas disciplinas em que foram realizadas. Este certificado deve
ainda conter um anexo todas as atividades extracurriculares desenvolvidas pelo
aluno, designadamente as realizadas no âmbito de ações de
voluntariado.
Mediante a apresentação de
requerimento, é passado, pelo diretor da escola, um certificado para efeitos
de admissão no mercado de trabalho, ao aluno que atingir a idade limite da
escolaridade obrigatória, que tenha usufruído de currículo específico individual
e de um plano individual de transição, abrangido pelo artigo 14.º do Decreto-Lei
n.º 3/2008, de 7 de janeiro (cf. n.º 3 do art. 19.º).
Um aluno que revele capacidade de aprendizagem
excecional e um
adequado grau de maturidade, a par do desenvolvimento das capacidades previstas
para o ciclo que frequenta, poderá progredir mais rapidamente no ensino básico,
beneficiando de uma das seguintes hipóteses ou de ambas:
a) Concluir o 1.º ciclo com 9
anos de idade, completados até 31 de dezembro do ano respetivo, podendo
completar o 1.º ciclo em três anos;
b) Transitar de ano de
escolaridade antes do final do ano letivo, uma única vez, ao longo dos 2.º e 3.º
ciclos.
São revogados o
Despacho Normativo n.º 1/2005, de 5 de janeiro, na sua redação atual, e
o Despacho Normativo n.º 50/2005, de 9 de novembro.
quarta-feira, 5 de dezembro de 2012
Revista Inclusiva de Divulgação Tiflo-cultural - Dezembro
António Henriques Seco
1822-1892
“O Sr. Conselheiro António Luís de Sousa Henriques Seco legou a sua livraria à câmara de Coimbra. É um acto patriótico e que honra a memória do ilustre cidadão falecido. (…) Chegou enfim a ocasião de se realizar o antigo projecto de se criar em Coimbra uma biblioteca municipal” (Conimbricense, 10 de Dezembro de 1892)
*
Acaba de ser distribuido o 4.º número da revista mensal "Jardim da Sereia" - Revista Inclusiva de Divulgação Tiflo-Cultural, com edição áudio, braille e digital (pdf e word. A revista será facultada, a título gratuito, pela Biblioteca Municipal de Coimbra.
Índice:
- Editorial - Maria José Azevedo Santos
- Coimbra tem mais encanto: BIBLIOTECA
MUNICIPAL DE COIMBRA
- A longa gestação duma biblioteca pública.
- Das instalações provisórias ao edifício atual
- 90 Anos - Nascidos em 1922. - Tiflologia: Os Serviços de Leitura
Pública para Pessoas com Deficiência Visual em Portugal
- A rede nacional de leitura pública e as pessoas com deficiência.
- O discurso politicamente correto e o quotidiano dos cidadãos com deficiência.
- Algumas Indicações de Boas práticas de acessibilidade nas bibliotecas.
- A Biblioteca Municipal de Coimbra no contexto das bibliotecas para pessoas com deficiência da visão - Quando os cegos são a personagem: A CEGUEIRA - Jorge Luis Borges
- Livros & Leituras: Novos Audiolivros e novos livros em braille.
- A Viajar Pelas Letras: Dia de Natal de António Gedeão
- Vai Acontecer em Coimbra.
Para receber a revista ou para +
informações:
Biblioteca Municipal de Coimbra
tel. 239 702 630
e-mail: leitura.especial@cm-coimbra.pt
Biblioteca Municipal de Coimbra
tel. 239 702 630
e-mail: leitura.especial@cm-coimbra.pt
Há excesso de crianças a usar óculos sem justificação clínica
O oftalmologista António
Travassos afirmou, esta quarta-feira, que existe um excesso de crianças a usar
óculos sem necessidade clínica e que só o fazem porque existe uma pressão nesse
sentido.
Em declarações à agência Lusa, o antigo
presidente da Sociedade Portuguesa de Oftalmologia (SPO) disse que muitas das
crianças que usam óculos têm dioptrias que não justificam a correção pelo uso de
óculos.
O médico recusou-se a atribuir a uma só causa
este excessivo uso de óculos por parte das crianças, afirmando que existem
vários motivos, como razões estéticas ou a pressão das óticas.
António Travassos lembrou que existem óticas
que vão às escolas fazer rastreios à visão das crianças, o que pode conduzir ao
uso de óculos por crianças.
Para este especialista, crianças com dioptrias
na ordem das 0.25, 0.50 ou 0.75 não têm necessariamente que usar óculos, embora
isso aconteça.
Isso mesmo confirmou à Lusa a oftalmologista
pediátrica Rita Gama, para quem a prescrição de óculos para crianças com menos
de duas dioptrias não se justifica, salvo algumas exceções.
A especialista considera que esta prescrição só
pode ter uma razão: inexperiência no atendimento de crianças.
Isto porque "é diferente" receitar óculos para
adultos e crianças, pelas suas características, razão para nos mais novos ser
sempre necessária a dilatação da pupila, através de gotas.
Rita Gama reconhece que as óticas têm algum
papel na prescrição injustificada de óculos, mas não considera isso preocupante,
além de ser "uma despesa desnecessária".
"Os rastreios visuais são feitos por óticas e
por vezes são estas que fazem com que as crianças que de facto precisam vão ao
oftalmologista", sublinhou.
António Travassos é, nesta matéria, perentório:
"Quem prescreve não deve vender".
Sobre os efeitos da crise no acesso aos óculos
das pessoas com dificuldade de visão, António Travassos não conhece, para já,
casos concretos.
A presidente da SPO, Manuela Carmona, reconhece
que, devido à crise, as pessoas evitam trocar de óculos com a frequência com que
o faziam no passado.
Este atraso na troca de óculos não é tão
preocupante nos adultos como nas crianças, as quais, devido ao crescimento,
precisam de trocar de óculos com mais frequência, adiantou.
Sobre os efeitos na saúde deste efeito da
crise, Manuela Carmona disse que estes não são graves.
Os oftalmologistas reúnem-se a partir de
quinta-feira no 55º Congresso Português de Oftalmologia. Até dia 08 decorre
ainda o primeiro Congresso de Oftalmologia de Língua Portuguesa.
São esperados 800 especialistas portugueses,
dos países africanos lusófonos, Espanha, Brasil, EUA e Canadá.
Da programação científica do congresso
destacam-se as conferências sobre tumores oculares e cirurgia oculoplástica,
enquanto no primeiro Congresso de Oftalmologia de Língua Portuguesa a temática
central serão as patologias específicas de África, como a oncocercose e o
tracoma.
primeira passadeira tátil - Porto
No Dia Internacional da Pessoa
com Deficiência, assinalado ontem, a Câmara Municipal do Porto (CMP) inaugurou a
primeira passadeira tátil – especialmente útil para ajudar os invisuais a
atravessar a rua. Segundo o presidente da CMP, Rui Rio, o sistema será instalado
gradualmente junto às passadeiras mais movimentadas da cidade.
A primeira passadeira tátil
fica assim situada na Rua Infante D. Henrique, na Ribeira e o equipamento é
composto por um conjunto de traves metálicas, separadas entre si e com relevo,
para que o peão se aperceba que se aproxima uma passadeira e uma faixa também
metálica, na margem, para assinalar os limites do espaço que se está a
atravessar.
"Uma sociedade só verdadeiramente desenvolvida
sabe criar condições para que as pessoas com mobilidade reduzida possam ter
menos limitações", declarou Rui Rio, referindo ainda que foi uma "forma adequada
e nobre" de assinalar o Dia.
segunda-feira, 3 de dezembro de 2012
Quase metade dos deficientes visuais dependem de prestação social
Quase metade dos deficientes
visuais dependem de uma prestação social, valor que aumenta para mais de 80%
quando estão em causa pessoas em isolamento social, revela um estudo da
Associação dos Cegos e Amblíopes de Portugal (ACAPO).
O estudo, sobre a “Prestação
de serviços e a promoção da vida independente”, foi feito entre os sócios e
utentes da ACAPO com mais de 16 anos, tendo sido validados 1.325
questionários.
Da totalidade das pessoas
inquiridas, 58% são cegos e 42% têm baixa visão e mais de metade (55,7%) são
homens. A idade média das pessoas com baixa visão é de 44 anos e das pessoas
cegas é de 53 anos, sendo que 42% adquiriu a deficiência visual até aos cinco
anos.
Os dados da ACAPO revelam que
para quase metade (49%) dos deficientes visuais em idade ativa (16-64 anos) a
principal fonte de rendimento é uma prestação da segurança social, valor que
aumenta para 81% entre as pessoas que vivem em isolamento social (22% do
total).
A caracterização destes
inquiridos revela que em mais de metade (52%) dos casos adquiriram a deficiência
visual depois dos 15 anos, têm em média 55 anos, vivem maioritariamente (59%) em
meio urbano, em 95% dos casos não têm ninguém com quem possam sair e 75% não
pode estar com familiares ou amigos quando quer.
A nível laboral, o estudo
mostra que há uma grande diferença entre a taxa de atividade do conjunto da
população e os deficientes visuais com idade activa.
“Em geral, a taxa de atividade
da população em geral é 1,6 vezes superior à taxa de atividade dos deficientes
visuais inquiridos”, lê-se no estudo, que revela, citando dados do Eurostat, que
no primeiro trimestre deste ano a taxa de atividade da população com idade entre
15 e 64 anos era de 73,8%, contra os 46% entre os deficientes visuais
inquiridos.
Por outro lado, também com
base nos dados do Eurostat relativos ao primeiro trimestre, a taxa de emprego
dos deficientes visuais em idade ativa é metade (32,9%) da taxa de emprego entre
a restante população (62,9%).
Já a taxa de desemprego entre
as pessoas com deficiências visuais em idade ativa é cerca do dobro (29%) da
taxa de desemprego entre a restante população (15,6%), quando olhando para o
mesmo período do ano.
De acordo com a ACAPO, a
aquisição da deficiência visual em idade adulta leva a que muitos dos inquiridos
tenham saído do mercado de trabalho, sendo que 79% dos deficientes visuais que
adquiriram a deficiência depois dos 30 anos e têm menos de 64 anos não fazem
parte da população ativa.
“O nível de vida de mais de
três quartos dos inquiridos que não são deficientes visuais de nascença piorou
muito desde que se tornou deficiente”, refere o estudo.
Em termos de saídas
profissionais, o estudo da ACAPO aponta que o “Estado é um agente muito
importante no emprego dos deficientes visuais”, onde trabalham 37% dos
deficientes visuais inquiridos que estão empregados.
Revela, por outro lado, que as
saídas profissionais dos cidadãos com deficiência visual estão concentradas
entre duas profissões: professores, no caso dos licenciados, e telefonistas, no
caso dos níveis escolares mais baixos.
Ao nível da mobilidade, 60%
dos deficientes visuais não são autónomos e têm dificuldade ou não conseguem
andar em espaços públicos não familiares, não usam transportes públicos e têm
dificuldade ou não conseguem subir ou descer escadas.
O estudo da ACAPO vai ser
apresentado segunda-feira, quando se assinala o Dia Internacional das Pessoas
com Deficiência.
Dia internacional da pessoa com deficiência
3 de dezembro - dia internacional das pessoas com deficiência
O dia internacional das pessoas com deficiência (3 de dezembro) é uma data comemorativa internacional promovida pelas Nações Unidas desde 1998, com o objetivo de promover uma maior compreensão dos assuntos concernentes à deficiência e para ...
mobilizar a defesa da dignidade, dos direitos e o bem estar das pessoas. Procura também aumentar a consciência dos benefícios trazidos pela integração das pessoas com deficiência em cada aspecto da vida política, social, econômica e cultural. A cada ano o tema deste dia é baseado no objetivo do exercício pleno dos direitos humanos e da participação na sociedade, estabelecido pelo Programa Mundial de Ação a respeito das pessoas com deficiência, adotado pela Assembleia Geral da ONU em 1982.
sábado, 1 de dezembro de 2012
Para o dia Internacional das Pessoas com Deficiência
Eliminar barreiras para criar
uma
sociedade acessível e inclusiva para todos
sociedade acessível e inclusiva para todos
Data: 3 de Dezembro de 2012
LocalFIL – Parque das Nações
Cartaz vencedor do Dia Internacional
da Pessoa com Deficiência 2012
15h00: Recepção dos convidados
Evento Cultural (Coro)
15h30: Abertura Oficial
Dr. José Madeira Serôdio - Presidente do Conselho Diretivo do INR, I.P.
Dr. José Eduardo Carvalho - Presidente da AIP
Dr. Pedro Mota Soares - Ministro da Solidariedade e da Segurança Social
16h00: Cerimónia de Entrega dos Prémios
- Prémio Concurso Cartaz DIPD 2012 (2 prémios)
- Prémio de Inovação Tecnológica Eng.º Jaime Filipe
- Prémio Maria Cândida da Cunha
16h15: Praia Acessível e Prémio Praia + Acessível 2012
16h30: Assinatura Protocolo SIMPD – Serviço de Informação e Mediação de Pessoas com Deficiência (CM Torres Vedras)
16h45: Pausa para Café
17h00: Painel – Inclusão das Pessoas com Deficiência
Francisco Teotónio Pereira – Televisão Acessível/Serviço Público (15min) e Dora Alexandre – O CONSIGO como exemplo de uma Boa Prática (15min)
17h30: Evento Cultural – Paula Teixeira
17h45: Sessão de Encerramento - Conselho Diretivo do INR, I.P.
Combate aos Maus Tratos na
Deficiência
Local: Penacova
Local: Penacova
Data: 3 de Dezembro 2012
A Prestação de Serviços e
a
Promoção da Vida Independente
Promoção da Vida Independente
Data: 3 de Dezembro de 2012
Local: Auditório do ISCTE | Lisboa
O que sabe sobre as pessoas com deficiência visual?
Como acedem à informação? Como se deslocam? Que escolaridade têm? Onde trabalham? Quais as suas principais necessidades? Que barreiras impedem o acesso a uma vida autónoma e independente? O que têm a dizer sobre os serviços da ACAPO?
Conheça as respostas na apresentação pública dos resultados e
conclusões do estudo “A Prestação de Serviços e a Promoção da Vida
Independente”
Programa
09h30 – Receção
10h00 – Sessão de Abertura
- Rodrigo Santos, Diretor da ACAPO
- José Madeira Serôdio, Presidente do Conselho Diretivo do INR, IP.
- Luís Reto, Reitor do ISCTE-IUL
10h15 às 13h00 – Apresentação dos resultados do estudo proferida por Paulo Pedroso, sociólogo e coordenador do estudo
Para melhor conhecer a população com deficiência visual – caraterização de sócios e utentes da ACAPO
Vida independente e qualidade de vida
Comentadores:
- Ana Salvado, Doutoranda de Sociologia do Centro de Investigação e Estudos em Sociologia/ISCTE-IUL
- Rodrigo Santos, Diretor da ACAPO
13h00 às 14h30 – Pausa para Almoço
10h00 – Sessão de Abertura
- Rodrigo Santos, Diretor da ACAPO
- José Madeira Serôdio, Presidente do Conselho Diretivo do INR, IP.
- Luís Reto, Reitor do ISCTE-IUL
10h15 às 13h00 – Apresentação dos resultados do estudo proferida por Paulo Pedroso, sociólogo e coordenador do estudo
Para melhor conhecer a população com deficiência visual – caraterização de sócios e utentes da ACAPO
Vida independente e qualidade de vida
Comentadores:
- Ana Salvado, Doutoranda de Sociologia do Centro de Investigação e Estudos em Sociologia/ISCTE-IUL
- Rodrigo Santos, Diretor da ACAPO
13h00 às 14h30 – Pausa para Almoço
14h30 às 17h30 – cont. da apresentação dos resultados
Os serviços e a vida independente
Estratégias da ACAPO de ação para a autorrepresentação
Comentadores:
- Luís Capucha, Professor e Investigador do Centro de Investigação e Estudos em Sociologia/ ISCTE-IUL
- Carlos Lopes, Presidente da Direção Nacional da ACAPO
17h30 – Sessão de Encerramento
- Carlos Lopes, Presidente da Direção Nacional da ACAPO
- Rosa Maria Simões, Presidente do Conselho Diretivo Instituto de Gestão do Fundo Social Europeu
- Marco António Costa, Secretário de Estado da Solidariedade e Segurança Social (sujeito a confirmação)
Os serviços e a vida independente
Estratégias da ACAPO de ação para a autorrepresentação
Comentadores:
- Luís Capucha, Professor e Investigador do Centro de Investigação e Estudos em Sociologia/ ISCTE-IUL
- Carlos Lopes, Presidente da Direção Nacional da ACAPO
17h30 – Sessão de Encerramento
- Carlos Lopes, Presidente da Direção Nacional da ACAPO
- Rosa Maria Simões, Presidente do Conselho Diretivo Instituto de Gestão do Fundo Social Europeu
- Marco António Costa, Secretário de Estado da Solidariedade e Segurança Social (sujeito a confirmação)
ENTRADA GRATUITA
INSCRIÇÕES ATÉ 29 DE NOVEMBRO
em www.acapo.pt
CONTACTOS
ACAPO – Associação dos Cegos e Amblíopes de Portugal
Av. D. Carlos I, n.º 126 9º andar 1200-651 Lisboa
Telefone: 213 244 500 | Fax: 213 244 501
E-mail: rp.dn@acapo.pt (Relações Públicas)
Website: www.acapo.pt
Passatempo O Som das Cores
Querem
ganhar um livro totalmente inclusivo?
O livro da Paula Teixeira tem DVD, tem as
histórias em Língua Gestual Portuguesa o abecedário em Braille e, por isso, é um
livro onde os cegos vêem e os surdos ouvem e os meninos ditos normais afastam o
preconceito e compreendem que, afinal, não é assim tão difícil comunicar com
quem nasceu diferente de si. Chama-se «O Som das Cores» e podem ganhá-lo
autografado pela sua queridíssima autora.
Só têm de enviar uma frase (e desta vez é mesmo só UMA FRASE, e não poemas, romances históricos, guiões para cinema) para cocofralda@gmail.com onde digam porque é que merecem ganhar este livro.
Têm até domingo, à meia-noite.
Só têm de enviar uma frase (e desta vez é mesmo só UMA FRASE, e não poemas, romances históricos, guiões para cinema) para cocofralda@gmail.com onde digam porque é que merecem ganhar este livro.
Têm até domingo, à meia-noite.
quinta-feira, 29 de novembro de 2012
DAISY 2012” - AUDIOLIVROS PARA ALUNOS COM NECESSIDADES EDUCATIVAS ESPECIAIS
Terá lugar no próximo dia 5 de
dezembro, 4ª feira, pelas 15h00, um webinar DGE subordinado ao tema «“Daisy
2012” - audiolivros para alunos com necessidades educativas
especiais».
O orador deste webinar será Aquilino Rodrigues,
docente convidado na Universidade Lusófona, dirigente da empresa Electrosertec,
vocacionada para o fornecimento de produtos de apoio, formação e consultoria de
acessibilidade e fundador do CEFAS - Centro Especializado em Formatos
Alternativos, onde se insere a sua colaboração com a DGE no âmbito dos livros
digitais acessíveis em formato DAISY.
Saiba mais em http://webinar.dge.mec.pt/proxima-transmissao/
In: DGE
quarta-feira, 28 de novembro de 2012
A Prestação de Serviços e a Promoção da Vida Independente
Data: 3 de Dezembro de 2012 (Dia Internacional das Pessoas com
Deficiência)
Auditório do ISCTE | Lisboa
O que sabe sobre as pessoas com deficiência visual?
Como acedem à informação? Como se deslocam? Que escolaridade têm? Onde trabalham? Quais as suas principais necessidades? Que barreiras impedem o acesso a uma vida autónoma e independente? O que têm a dizer sobre os serviços da ACAPO?
Conheça as respostas na apresentação pública dos resultados e
conclusões do estudo “A Prestação de Serviços e a Promoção da Vida
Independente”
Programa
09h30 – Receção
10h00 – Sessão de Abertura
- Rodrigo Santos, Diretor da ACAPO
- José Madeira Serôdio, Presidente do Conselho Diretivo do INR, IP.
- Luís Reto, Reitor do ISCTE-IUL
10h15 às 13h00 – Apresentação dos resultados do estudo proferida por Paulo Pedroso, sociólogo e coordenador do estudo
Para melhor conhecer a população com deficiência visual – caraterização de sócios e utentes da ACAPO
Vida independente e qualidade de vida
Comentadores:
- Ana Salvado, Doutoranda de Sociologia do Centro de Investigação e Estudos em Sociologia/ISCTE-IUL
- Rodrigo Santos, Diretor da ACAPO
13h00 às 14h30 – Pausa para Almoço
10h00 – Sessão de Abertura
- Rodrigo Santos, Diretor da ACAPO
- José Madeira Serôdio, Presidente do Conselho Diretivo do INR, IP.
- Luís Reto, Reitor do ISCTE-IUL
10h15 às 13h00 – Apresentação dos resultados do estudo proferida por Paulo Pedroso, sociólogo e coordenador do estudo
Para melhor conhecer a população com deficiência visual – caraterização de sócios e utentes da ACAPO
Vida independente e qualidade de vida
Comentadores:
- Ana Salvado, Doutoranda de Sociologia do Centro de Investigação e Estudos em Sociologia/ISCTE-IUL
- Rodrigo Santos, Diretor da ACAPO
13h00 às 14h30 – Pausa para Almoço
14h30 às 17h30 – cont. da apresentação dos resultados
Os serviços e a vida independente
Estratégias da ACAPO de ação para a autorrepresentação
Comentadores:
- Luís Capucha, Professor e Investigador do Centro de Investigação e Estudos em Sociologia/ ISCTE-IUL
- Carlos Lopes, Presidente da Direção Nacional da ACAPO
17h30 – Sessão de Encerramento
- Carlos Lopes, Presidente da Direção Nacional da ACAPO
- Rosa Maria Simões, Presidente do Conselho Diretivo Instituto de Gestão do Fundo Social Europeu
- Marco António Costa, Secretário de Estado da Solidariedade e Segurança Social (sujeito a confirmação)
Os serviços e a vida independente
Estratégias da ACAPO de ação para a autorrepresentação
Comentadores:
- Luís Capucha, Professor e Investigador do Centro de Investigação e Estudos em Sociologia/ ISCTE-IUL
- Carlos Lopes, Presidente da Direção Nacional da ACAPO
17h30 – Sessão de Encerramento
- Carlos Lopes, Presidente da Direção Nacional da ACAPO
- Rosa Maria Simões, Presidente do Conselho Diretivo Instituto de Gestão do Fundo Social Europeu
- Marco António Costa, Secretário de Estado da Solidariedade e Segurança Social (sujeito a confirmação)
ENTRADA GRATUITA
INSCRIÇÕES ATÉ 29 DE NOVEMBRO
em www.acapo.pt
CONTACTOS
ACAPO – Associação dos Cegos e Amblíopes de Portugal
Av. D. Carlos I, n.º 126 9º andar 1200-651 Lisboa
Telefone: 213 244 500 | Fax: 213 244 501
E-mail: rp.dn@acapo.pt (Relações Públicas)
Website: www.acapo.pt
UM- Ensaio para travar a progressão da miopia
O Departamento de Física da
Universidade do Minho (UM) vai participar num ensaio clínico, à escala mundial,
para travar a progressão da miopia sem o recurso a remédios. Vão estar
envolvidas em Portugal mais de 300 crianças, dos oito aos 12 anos. O estudo vai
envolver o uso de lentes de contacto gelatinosas e descartáveis, prolongando-se
durante os próximos três anos.
José Gonzaléz-Méijome, coordenador do
Laboratório de Investigação em Optometria Clínica e Experimental da UM,
justifica as idades escolhidas pelo facto de ser esse o período "mais crítico da
evolução da miopia".
Para além da Universidade do Minho, o ensaio
clínico conta com a participação de outros cinco parceiros espalhados pelo Mundo
– dois deles no Reino Unido, um no Canadá, um em Singapura e outro em Hong Kong.
domingo, 18 de novembro de 2012
Na Biblioteca Nacional os cegoslêem "em mão de igualdade"
O Departamento de Cegos e Amblíopes disponibiliza livros braille, áudio e digitais aos 160 mil deficientes visuais de Portugal. Mas continua a sair caro a um cego ser letrado.
“As pessoas cegas”, diz Carlos Ferreira enquanto dedilha uma linha de braille para encontrar a aplicação da Batalha Naval no seu iPhone, “são como as outras, às vezes só querem parar de trabalhar e distrair-se. Mas ainda não percebi bem porquê, têm muito poucos jogos...”
Não é o caso do director do Departamento de Cegos e Amblíopes da Biblioteca Nacional, que tem dezenas de jogos no telemóvel, do xadrez às damas, passando pela forca. Sentado à secretária do seu escritório, Carlos explora as dezenas de aplicações com destreza e pára na batalha naval – “Sou fã” – para uma demonstração. O iPhone grita códigos de guerra enquanto se ouvem Splashs. São os tiros do director a acertar na água. “É melhor parar, que isto não está a correr muito bem... [risos] Vou mostrar-lhe outras aplicações.”
Segue-se o Color Reader: Carlos encosta o iPhone à camisola da jornalista e o telemóvel diz ‘Cor Pre-to’, numa voz feminina robotizada. Muda de programa outra vez, apalpa a mesa, aponta a câmara do iPhone a um objecto e fotografa-o. “Vamos falando que o resultado ainda demora.”
Carlos tem 50 anos, é cego de nascença e assumiu a direcção deste departamento “a 12 de Dezembro de 2011”. Licenciado em Organização e Gestão de Empresas, trabalhou muitos anos no Ministério da Educação antes de se mudar para a Biblioteca Nacional, onde hoje lidera uma equipa de cinco funcionários, todos eles cegos ou amblíopes, que gerem um acervo de mais de 10 mil livros em vários suportes para os leitores inscritos na instituição (eram 639 em Setembro).
“A forma que as pessoas cegas têm de ler difere essencialmente na forma como se acede à informação”, explica-nos, enquanto as mãos passeiam num documento sobre o centenário do nascimento de Helen Keller, enquanto Louis Braille nos observa congelado num retrato a preto-e-branco pendurado na parede atrás de Carlos. “Quando vocês olham para uma página impressa têm uma visão global do que lá está. Nós fazemos sempre uma leitura linear através do braille, que dá resposta a quase todas as nossas necessidades.”
Enquanto o ouvimos somos interrompidos pelo iPhone com o resultado da demanda de há cinco minutos. “So-ny Mu-sic Re-cor-der”, soletra o telemóvel. “Ah! Ouviu?”, diz Carlos, triunfante. “É o seu gravador, não é?”
TECNOLOGIAAs aplicações e o próprio sistema Apple – segundo o especialista Carlos, “a única marca que já percebeu, também por pressão dos utilizadores cegos, que existe este mercado por desenvolver” – são um sinal dos tempos. Para cegos, como para quem vê.
Foi com o desenvolvimento tecnológico em mente que partimos para a entrevista. O aparecimento de audiolivros e de telemóveis que falam com os utilizadores levanta uma questão inocente mas legítima, que levamos na ponta da língua ao subir ao primeiro andar da BN: está o braille condenado a desaparecer?
“Tenho alguma dificuldade em dizer que sim ou que não”, responderá Carlos com um suspiro. “No meu tempo de escola não havia nada que substituísse o braille, mas com o advento das tecnologias de informação isso deixou de ser assim. Discutir isto é um bocado como discutir se os livros em papel vão desaparecer...”
No ano em que nascia o Departamento que hoje dirige, Carlos estava a entrar para a 1.ª classe. Ao contrário do que acontece hoje, em que as crianças com deficiências visuais são integradas desde o início da escolaridade obrigatória em escolas regulares, Carlos esteve numa escola para cegos até ao antigo 7.º ano.
“Hoje os níveis de literacia estão a reduzir, os miúdos não lêem, preferem ver televisão ou estar na internet, e os miúdos cegos vão nessa onda também. Com a situação agravada de que o próprio ensino não está qualificado para dar apoio a alunos cegos, com honrosas excepções.”
O que se passa com uns é o que se passa com outros, só que no caso dos miúdos cegos, “se começam a desprezar o braille, depois dificilmente lá chegam”. Por outro lado, “há também uma culpa grande de alguns adultos cegos”, que estimulam este “facilitismo” tecnológico, acusa Carlos. “A ideia que se transmite aos mais novos é que só com suportes de voz conseguem ir lá. E não é assim. Nós adultos já adquirimos conhecimentos, mas eles não e é preciso ler muito durante a vida. Não conheço ninguém que escreva bem sem ter lido muito e o braille é o sistema que temos para ler.”
Na realidade, começamos a perceber – já a conversa vai em mais de uma hora – que a tecnologia tem mais para potenciar o braille do que para o eliminar. Quando Carlos entrou para o secundário, passando do ensino especial para o regular, a direcção do Liceu Pedro Nunes teve de lhe arranjar uma sala para poder guardar os livros: só o manual de matemática em braille tinha 12 volumes A4.
Hoje, a par dos audiolivros, uma linha de braille ajuda qualquer cego a aceder a uma série de informações, seja via computador seja via telemóvel (com ligação bluetooth). “Você agarra nisto”, diz Carlos passando-nos o seu pequeno paralelepípedo de 12 caracteres, “e não pesa nada. O meu cartão tem 2GB, meto aqui cerca de 2 milhões de páginas braille. Não tenho aqui dois milhões, mas tenho uma boa quantidade de livros e se associar este meu equipamento ao iPhone a capacidade aumenta ainda mais”, diz a sorrir. “A tecnologia tem um potencial enorme para promover o braille.”
RetratoSe o Censo de 2001 mostrava a existência de cerca de 163 mil pessoas com deficiência visual em Portugal, dos quais 25 mil eram cegas, “o de 2011 não tinha questões que permitissem determinar a evolução ou regressão desses números”, como explica ao i a vice-presidente da ACAPO.
Os estudos mais recentes, na sua maioria norte-americanos, estimam que 1% da população de cada país sofre de algum tipo de deficiência visual. E do total de cegos portugueses, diz Graça Gerardo, “julga-se que aproximadamente 10% a 15% lêem braille”. Já no universo de mais de 3 mil associados da ACAPO, são cerca de 1800 os que lêem, o que “também não significa que esse número represente o total de portugueses que conseguem ter um claro domínio deste sistema de leitura e escrita, que é o principal garante da autonomia e desenvolvimento cultural e social de uma pessoa com deficiência visual”.
Ainda assim, o braille continua a ser um sistema a que é dada pouca atenção por cá. Entre outras razões, pelos custos que envolve. Hoje produzir um livro em braille sai caro, “mas sai muito mais barato do que saía há 30 anos, porque na altura eram escritos em máquina braille ou à mão”, diz Carlos. Mesmo assim, os custos financeiros e humanos são altos.
Uma caixa de papel braille com mil folhas custa cerca de 25 euros. E uma impressora como as que existem no departamento, que produz 600 páginas por hora, custa à volta de 15 mil euros. A isto juntem-se os preços das linhas de braille: a que Carlos traz sempre no bolso custa 1800 euros, mas uma mais avançada, de 40 caracteres, pode rondar os 4 mil euros.
“Como dizia um amigo meu, o iPhone é caro mas só custa 600 euros. E aqui está a diferença”, diz Carlos, antes de largar outro número de cabeça: “O que dizia o último estudo que li sobre esta matéria é que só 10% dos cegos americanos lêem bem braille e desses 95% têm um emprego considerado bom comparativamente com outras pessoas.”
Sobre o caminho a trilhar para melhorar o acesso a deficientes visuais, Carlos é cauteloso e é o primeiro a dizer que é preciso ter cuidado com as reivindicações, para não se “ser vítima dos próprios desejos”. Mesmo assim, e apesar de “ser um assunto delicado”, acha que “não existe outro rumo” que não seja o Ministério da Educação e editoras unirem esforços para melhorar o acesso de deficientes visuais à literatura.
No caso do ministério, onde Carlos trabalhou, as editoras de manuais escolares já os enviam em formato digital à equipa que prepara versões em braille e áudio. No caso das editoras comuns, o processo tem sido mais moroso, também por causa dos direitos de autor.
Desde 2003 tem havido contactos esporádicos da BN e do Centro Professor Albuquerque e Castro, “o grande produtor de material não didáctico braille em Portugal”, com as editoras para facilitar o processo, que para já continua por avançar.
Em contrapartida, e graças às tecnologias, já há sistemas de ajuda à navegação dos cegos na sociedade, que vão para lá dos livros. A ACAPO está agora “em fase de negociações com a equipa ministerial [de Educação] para limar arestas” no “trabalho meritório” do ministério, que já criou as escolas de referência, “dotadas de recursos materiais e humanos para dar autonomia a alunos com deficiência visual”.
Graças à Lei 33/2008, que entrou em vigor em 2009, os deficientes visuais já podem pedir que informações como o nome de produto e respectiva data de validade sejam apostas no final das suas compras, o que, diz Graça Gerardo, “já acontece em muitas das grandes superfícies e em todas as compras online”.
Literatura gratuitaNum comunicado da ACAPO divulgado no Dia Mundial do Livro, a associação referia que continua a ser difícil os cegos “lerem em pé de igualdade”. Neste caso em mão, ou não fosse o braille incontornável. Até se desenvolverem alternativas, o departamento da BN é um dos poucos que ajudam os cegos portugueses a acederem à literatura.
O departamento nasceu em 1969, quando a biblioteca se mudou para o edifício que hoje ocupa, no Campo Grande. Na altura, o director Manuel Santos Estevens tinha acabado de voltar de uma viagem a Washington, onde visitou a Biblioteca do Congresso, “que já tinha um serviço para cegos”, explica Carlos. O que Estevens fez foi transportar a ideia para Lisboa, pondo em prática o serviço de apoio a leitores cegos, que opera cada vez melhor.
Quatro anos depois da sua fundação, o serviço começou a receber os primeiros voluntários, pessoas sem deficiência que ajudam a reproduzir os livros impressos em vários suportes. Neste momento, há 28 voluntários no departamento, “essencialmente a trabalhar no registo sonoro de livros, mas também a rever e a corrigir livros digitalizados para que depois possam ser impressos em braille ou lidos por eles”. Carlos apelida-os carinhosamente “leitores”, a “jóia da coroa” do departamento.
Marta Azenha, figurinista de 25 anos, é um deles. Quando saímos do escritório para conhecer as instalações do departamento, Marta instala-se no estúdio de leitura, abre “O Décimo Quarto Zero”, de Enzo Russo, aproxima a boca do microfone e começa por dizer o número da página. É uma das muitas diferenças entre os audiolivros para cegos e os regulares, que editoras como a LeYa já disponibilizam para o leitor comum. “Quando a Marta está a ler”, explica-nos Carlos, “uma das preocupações que tem de ter, para além de ler o texto, é indicar o número da página. Outra, no caso de ter imagens, é descrevê-las, e quando há palavras em língua estrangeira soletrá-las, para que o livro não fique pela metade”.
Do outro lado do vidro, um dos funcionários do departamento vai assistindo à leitura, “não porque queira conhecer logo o livro”, brinca Carlos, “mas para assegurar o registo em formato digital, identificar eventuais falhas e introduzir marcas para depois editar o som e tentar que o produto final fique o melhor possível”.
É esse produto final que é disponibilizado aos mais de 600 leitores inscritos. Os livros em braille – neste momento mais de 3400, além de 4 mil obras musicais – só podem ser emprestados. “Enviamos pelo correio numas pastas com um cartão que tem a morada do leitor de um lado e, no verso, a nossa morada aqui”, para facilitar a devolução.
Os audiolivros que Marta e os outros voluntários gravam (mais de 2100) e os livros digitais (938) são oferecidos. Estes últimos são enviados por email, depois de o leitor consultar o catálogo actualizado anualmente e fazer o pedido. Para os outros, o departamento está a tentar pôr em prática um sistema de autenticação no site da BN para que os leitores possam ter acesso a eles sem sair de casa. Até o processo estar concluído, o departamento usa a Drop Box como “solução intermédia”, onde através da internet os leitores descarregam os livros no conforto das suas casas.
sexta-feira, 16 de novembro de 2012
Novas lentes para usar no sono corrigem miopia sem necessidade de cirurgia
A intervenção cirúrgica a laser deixou de ser necessária para corrigir a miopia com o anúncio de uma nova técnica que apenas requer o uso de lentes especiais durante o sono.
A nova técnica Terapia Corneal Refractiva (CRT na sigla em inglês) passa pelo uso de umas lentes especiais durante a noite que vão moldando a córnea, de forma que ao acordar, o utilizador conseguirá ver nitidamente durante todo o dia.
O jornal ABC de Madrid avança na sua edição de hoje que a CRT envolve o uso destas novas lentes todas as noites, pois de contrário regressam os sintomas da miopia (ao fim de três noites seguidas sem utilização).
O diário afirma que é necessário aconselhamento médico e que as lentes são adequadas para pessoas com até seis dioptrias e 1,75 de estigmatismo.
As lentes devem ser usadas durante seis a oito horas por dia ao longo dos primeiros 15 dias. No fim do período de adaptação, é indicado que devem ser usadas todas as noites, mas não é fornecida uma duração mínima de utilização.
segunda-feira, 12 de novembro de 2012
Os pássaros podem ajudar os cegos dentro das estações de Metro
As pessoas cegas não têm acesso à informação afixada (DR)
Há um programa implementado no metro do Porto que ajuda a guiar as pessoas cegas dentro das estações com a ajuda de pássaros a cantar, explica o “Engenharia num minuto”, uma rubrica feita pela Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto (FEUP).
“As pessoas cegas não têm acesso à informação afixada e não podem encontrar facilmente o caminho que têm de fazer até à zona de embarque ”, diz Diamantino Freitas, especialista da FEUP em engenharia da reabilitação. O vídeo pode ser visto aqui:
http://videos.publico.pt/Default.aspx?Id=94ade99d-95bc-4996-8272-2195c4d6dc6d
O “Engenharia num minuto” é uma rubrica produzida pela Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto, para a divulgação de ciência. O PÚBLICO é parceiro neste projecto e vai, nos próximos meses, publicar duas edições por semana.
terça-feira, 6 de novembro de 2012
Jardim da Sereia - Revista Inclusiva de Divulgação Tiflo-cultural
Índice:
- Editorial
- Bernardo Santareno: A Obra e o
Homem- Entre o Céu e o Inferno - por Vicente Batalha.
- São Bernardo - por Fernanda Lapa. - Tiflologia: Orientação profissional dos cegos e contribuição da Psicologia para a sua formação profissional - António Martinho do Rosário.
- Quando os cegos são a personagem...: Renascer - José Gerra.
- Coimbra Tem Mais Encanto: Tradições Académicas.
- A Viajar Pelas Letras: Caminhando sobre o sol: o dia que há de ser - Joana Branco.
- Vai Acontecer:
Conferências Políticas - A Democracia e o Futuro.
Conversas ao fim da tarde: Teolinda Gersão.
Pode fazer o download da versão áudio no link: http://dc390.4shared.com/download/LldqML8X/03-Jardim_da_Sereia.zip
Para receber a revista ou para +
informações:
Biblioteca Municipal de Coimbra
tel. 239 702 630
e-mail: leitura.especial@cm-coimbra.pt
Biblioteca Municipal de Coimbra
tel. 239 702 630
e-mail: leitura.especial@cm-coimbra.pt
sexta-feira, 2 de novembro de 2012
Históriaspara todos
Os Três Porquinhos é o primeiro título da coleção ”Histórias de sempre para toda a gente”, coleção pensada com muito entusiasmo para ajudar os mais pequeninos cegos a iniciarem o seu percurso de aprendizagem da leitura e da escrita.
Por isso, são histórias para tocar, sentir e ler com a pontinha dos dedos. Com figuras em relevo para destacar e colar, atividades para explorar e pontinhos mágicos para ler, criamos um livro dinâmico que se vai criando e explorando.
Um livro para todos, para ler, tocar e cheirar, que irá transformar as primeiras leituras, em momentos mágicos de brincadeira e diversão.
Pais visuais com filhos cegos
As experiências da primeira infância são muito importantes para o desenvolvimento global e harmonioso de qualquer criança e, em particular, para o desenvolvimento da linguagem. Por isso, a presença dos pais e educadores nestes primeiros tempos promove a capacidade da criança para “ler o mundo” (Rosenketter, 2004:4).
Quando a criança não vê, a informação visual sobre o ambiente à sua volta e as pessoas que dele fazem parte é-lhe inacessível. Assim o maior desafio com que se deparam os pais destes bebés é dar-lhes a conhecer o mundo que os rodeia, através da estimulação motora e sensorial. A presença e a disponibilidade são palavras-chave nestes primeiros tempos.
Disponíveis para interagir com os seus bebés, e tendo presente a importância de se focarem no que a criança tem e não no que lhe falta, os pais vão aprendendo a conhecer o seu bebé e sendo capazes de lhe fornecer pistas importantes para a sua aprendizagem.
Ao longo do dia surgem naturalmente inúmeras oportunidades de aprendizagem: a hora do banho, onde esponjas de diferentes formas e espumas de diferentes aromas podem fazer da higiene um momento de diversão; a hora da refeição, onde o paladar, o olfacto e o tacto vão ajudar a identificar os diferentes alimentos; ou a hora de dormir, onde as canções de embalar irão ajudá-los a relaxar com o conforto das músicas que aos poucos se vão tornando familiares.
No âmbito da aprendizagem, o momento de contar ou ler histórias representa uma excelente oportunidade não só de aprendizagem mas também de bem-estar.
Para a criança que não vê, ouvir histórias permite aceder - através de um estímulo que lhe é acessível, a voz - a informações importantes, tais como rotinas, emoções e sentimentos. Se estimularmos simultaneamente os outros sentidos (tacto, paladar, olfacto), estamos a facilitar a aprendizagem, pois as crianças serão capazes de reconhecer tudo o que não vêem através de pistas que lhe são acessíveis.
Da mesma forma se associarmos às histórias pistas auditivas, tácteis (por exemplo, elementos tridimensionais que correspondem a objectos da história) e olfactivas, estamos a facilitar e a promover as oportunidades de descoberta e de compreensão do enredo da história e das suas personagens, que na primeira infância retratam muitas vezes a vida familiar.
Ao incluirmos algumas palavras em braille estamos a preparar e a facilitar, através deste contacto precoce, a sua futura aprendizagem.
Através das histórias, em particular quando são contadas, é possível trabalhar as expressões faciais (por exemplo, fazendo um sorriso nas carinhas dos nossos pequeninos) ou até mesmo ajudar as crianças na execução de alguns movimentos, como bater palmas, rodar, andar, correr. Por tudo isto, as histórias infantis representam uma excelente oportunidade de diversão, interacção, bem-estar e aprendizagem.
Pais cegos com filhos visuais
No caso das crianças visuais, filhas de pais cegos, a comunicação baseada na voz é possível. Por isso o bebé percebe que existe uma resposta associada aos seus primeiros sons, como o choro e os arrulhos.
No entanto, e porque estes pequeninos respondem igualmente a estímulos visuais, é importante que os pais usem e abusem de toda a linguagem não-verbal quando interagem com os filhos, nomeadamente expressões faciais e linguagem corporal, ainda que este tipo de estímulo visual seja inacessível para os progenitores.
Na verdade, através das expressões faciais, os bebés também aprendem a conhecer se a mãe está triste, alegre ou até zangada. Desta forma, o bebé está a compreender que as pessoas têm diferentes sentimentos e emoções, e que isso faz parte da vida.
A percepção do dia e da noite é facilitada pela ausência ou presença da luz. Por isso, o facto de os pais ligarem as luzes nas suas casas ajuda ao desenvolvimento desta percepção e permite que o bebé continue a receber a informação visual da sua envolvente: das pessoas, dos brinquedos e do seu espaço.
Por outro lado a comunicação é muito facilitada pelos estímulos auditivos (rádio, brinquedos sonoros), bem como pelos sons exteriores que se vão ouvindo durante os passeios e sobre os quais é possível falar: os pássaros, os carros, etc. Desta forma, o bebé vai associando o som ao nome do objecto e ao objecto em si. E aos poucos, vai desenvolvendo a sua linguagem.
As histórias infantis, tanto contadas como lidas, são actividades privilegiadas não só para o desenvolvimento da linguagem como para a criança se aperceber do enredo através dos outros sentidos.
Além disso, através das histórias é possível não só apresentar outras famílias com pais cegos, permitindo que a criança compreenda melhor a sua realidade, como explicar que através dos outros sentidos é possível receber informação tão importante como a informação visual.
Por um lado, a ilustração fornece pistas visuais importantes para a compreensão da história, mas por outro é possível perceber e colorir ainda mais o enredo através de descrições olfactivas, gustativas e tácteis.
Quando o braille existe em simultâneo com o texto a negro, permite que a criança e os seus pais partilhem o mesmo livro. Os pequeninos vão aprendendo que, da mesma forma que as letras todas juntas formam palavras, e estas formam frases e histórias, possíveis de ler, os pontinhos do braille traduzem todas essas palavras e possibilitam igualmente a leitura, mas… na ponta dos dedos
http://www.cuckoo.pt/
Lipor concurso ecopontos acessíveis a todos
A LIPOR - Serviço Intermunicipalizado de Gestão de Resíduos do Grande Porto – encontra-se a promover o Concurso Nacional de Ideias para a criação de ecopontos acessíveis a todos.
O concurso, desenvolvido no âmbito do Projeto R+, Equipamentos Amigos das Pessoas, do qual a ACAPO é parceira, tem como objetivos o combate à exclusão social, permitindo que os cidadãos com deficiência tenham as mesmas oportunidades em aderir à reciclagem multimaterial, e a promoção do debate sobre o tema das acessibilidades/disponibilidade dos ecopontos para pessoas com deficiência e/ou incapacidade.
Destinado a arquitetos, designers, engenheiros, etc., as candidaturas a este concurso estão abertas até 12 de dezembro, podendo ser submetidas através do link: www.concursosoasrn.com/concurso.asp?Id=19.
Concerto na escuridão completa
Um casal de músicos cegos do
Mali vai estar em Lisboa para um concerto que promete ser inolvidável: vai
decorrer na total escuridão, sem luzes ou focos no palco ou fora dele. A
intenção de Amadou & Mariam, invisuais desde muito novos, passa por tentar
que a assistência absorva a música da mesma forma que eles a ouvem e sentem. "Se
não consegues ver, a tua perceção do som é mais apurada", afirmou Amadou
Bagayoko, cantor de 58 anos cego desde os 16.
O espetáculo intitula-se "Eclipse" e terá lugar
no Grande Auditório da Fundação Calouste Gulbenkian, em Lisboa, a 18 de
Novembro, um domingo, às 19 horas. Prevê-se uma experiência sensorial
assinalável. Até as luzes de "saída de emergência" estarão apagadas. Além da
ausência de qualquer luz, os nossos sentidos serão exacerbados com a propagação
de aromas no ar. Consta que a sala será perfumada com um odor que recria o
cheiro a terra quente de Bamako, a capital do Mali. Mais ainda: a perceção da
temperatura ambiente também vai oscilar entre 15 e 30 graus celsius.
É claro que um espetáculo desta natureza
acarreta medidas execionais. Por exemplo, toda a equipa de sala vai estar
equipada com um sistema de visão noturna. "Em caso de emergência, desconforto,
indisposição ou desorientação que provoque a necessidade de sair da sala, deverá
o espetador agitar o programa no ar. Um assistente irá imediatamente ao seu
encontro e prestará o auxílio necessário", lê-se no site da Fundação. Além
disso, e "para garantir o êxito do espetáculo", afigura-se obrigatório respeitar
determinadas regras: sacos, malas e casacos devem ser deixados no bengaleiro;
"todos os equipamentos passíveis de emitir luz, som ou vibração (telemóveis,
relógios, etc.) deverão estar desligados e é absolutamente proibido "qualquer
dispositivo de gravação vídeo ou som". Após o início do concerto, não será
possível a entrada ou reentrada na sala.
"Eclipse" terá a duração de 75 minutos e
apresentará um repertório que pretende contar o trajeto de vida e obra da dupla.
Com mais seis músicos em palco (entre os quais, Mamadou Diabaté, primo do
magnífico Toumani Diabaté), não vão faltar as canções mais emblemáticas, que na
última década têm conquistado fãs em todo o planeta. Amadou & Mariam são das
mais entusiasmantes propostas do continente africano e já colaboraram com nomes
como Manu Chao ou Damon Albarn, dos Blur. Fazem uma espécie de pop colorida e
soalheira temperada com ritmos tradicionais do Mali e aberta a ramificações
várias.
Ainda há bilhetes à venda no site
da Fundação Calouste Gulbenkian
segunda-feira, 22 de outubro de 2012
Aluno NEE sem ir a escola
Deficiente profundo
transferido de uma escola de ensino especial continua sem professor, sem ir à
escola e sem apoio.
Conheço tantos professores desempregados, não entendo sinceramente. E é assim o nosso país!
Novos manuais para alunos invisuais e disléxicos
Como lê uma criança cega ou
com baixa visão? Através de audiolivros. Estes chegam também, e pela primeira
vez, aos alunos com dislexia. O projeto, uma parceria do Ministério da Educação,
da Fundação Vodafone Portugal e da Porto Editora, é apresentado esta
quinta-feira em Lisboa.
O projecto DAISY 2012 – a sigla inglesa Digital
Accessible Information System, um sistema digital de acesso à informação – é
apresentado na secundária Maria Amália Vaz de Carvalho, Lisboa. O objetivo é
oferecer a alunos e a professores um software de última geração, o EasyReader,
para leitura de audiolivros digitais.
O programa criado em 2005 e que até agora
contemplava apenas alunos cegos e com baixa visão, estende-se agora aos
estudantes com dislexia que passam a poder ler e ouvir em simultâneo,
facilitando-lhes a compreensão do que leem. O programa informático tem como
objetivo facilitar a leitura e permite ao estudante controlar a velocidade de
leitura, mas também escolher o tipo e o tamanho da letra, mudar a cor de fundo e
utilizar atalhos no teclado. Por exemplo, um aluno com baixa visão pode aumentar
o tamanho da letra até conseguir lê-la ou um disléxico pode mudar a cor do fundo
do texto de maneira a facilitar-lhe a leitura.
Esta versão “reformulada e melhorada do
EasyReader”, permite que os os estudantes tenham acesso a manuais escolares ou
outros livros de leitura recomendada, usados por milhares de estudantes
portugueses, explica Filomena Pereira, diretora de serviços de educação especial
da Direção-Geral de Educação (DGE).
Ao todo estão a ser produzidos cerca de quatro
dezenas de manuais escolares e obras de leitura recomendada, que deverão chegar
ainda este ano letivo a largas centenas de alunos cegos ou com baixa visão e com
dislexia, informa o gabinete de comunicação da Vodafone. Dos audiolivros
produzidos destacam-se os manuais das disciplinas de História, Ciências
Naturais, Tecnologias de Informação e Comunicação e obras de leitura
recomendada, como Os Lusíadas, Os Maias e Viagens na Minha Terra.
Portanto, com o novo software os alunos com
necessidades educativas especiais deixam de estar limitados à oferta
disponibilizada pela DGE e passam a ter acesso a outro tipo de literatura
portuguesa e estrangeira. O acesso “torna-se universal” congratula-se Filomena
Pereira.
Já os professores podem produzir conteúdos
áudio para os seus alunos, através do uso deste programa. Para esta produção de
conteúdos especializados, a DGE vai promover ações de formação.
300 licenças gratuitas
A partir do dia de hoje vai estar aberto um
concurso na página
online da DGE, para que alunos e professores das várias escolas do país
possam concorrer e adquirir este software. Para o efeito, serão disponibilizadas
300 licenças de forma gratuita. Filomena Pereira prevê “receber imensos pedidos
do ensino secundário e 3.º ciclo” e espera conseguir “satisfazer todos os alunos
cegos ou de baixa visão”.
No caso de alunos com dislexia não faz
antevisões, uma vez que o DAISY “é um projeto experimental em Portugal” e a
“utilização do software tem de ser devidamente acompanhada”. Vão ser os
professores a fazê-lo, com monitorização, acrescenta.
Segundo Filomena Pereira, o “projeto é crucial
no acesso à informação destes alunos”, pois tal como “qualquer pessoa, os
invisuais e disléxicos têm direito à informação, a estar informados”.
À parceria entre a DGE e a Fundação Vodafone
junta-se a Porto Editora. O objetivo é garantir a sustentabilidade do projeto: a
DGE supervisiona a adaptação dos manuais a produzir, a Porto Editora fornece os
conteúdos digitais e a Vodafone financia integralmente a produção das respetivas
matrizes e suporta o custo das licenças do software EasyReader.
O projeto DAISY pretende “contribuir para o
desenvolvimento da Sociedade de Informação, combater a infoexclusão, o insucesso
escolar e difundir as novas tecnologias em Portugal”.
Um terço dos invisuais portugueses está desempregado e um em cada seis vive de prestação social
Lusa / AO online: Um em cada três invisuais está desempregado e quase um em cada seis vive de uma prestação da segurança social, concluiu um estudo divulgado pela associação representativa deste grupo.
O trabalho “A prestação de serviços e a promoção da vida independente”, da Associação de Cegos e Amblíopes de Portugal (ACAPO), que teve o apoio do Fundo Social Europeu, foi realizado pela PPLL Consult, e revela ainda que 50,8% dos invisuais em Portugal não consegue ou têm muita dificuldade em movimentar-se em longas distâncias.
Apresentado durante o seminário internacional “Autorrepresentação das pessoas com deficiência visual no século XXI. Que perspetivas, desafios e soluções?”, que hoje termina, em Lisboa, o documento refere também que 30% dos invisuais tem menos que o 1.º ciclo e 17,8% apresenta formação a nível de ensino médio e superior.
Quando é analisado o modo de vida destes portugueses, a conclusão do estudo, abrangendo 1.325 inquiridos, é que 12,8% dependem da família e 25,8% vivem de rendimentos de trabalho ou de propriedade.
Questionados sobre o seu interesse político, 69,5% dos cegos disse votar nas eleições.
"De uma forma geral, a população deficiente visual inquirida apresenta dificuldades em movimentar-se em ambientes não familiares", refere uma informação da ACAPO.
Por outro lado, somente 28,9% lê e escreve Braille, sendo a forma digital a mais utilizada como forma de comunicação escrita, atingindo 51,8%.
O coordenador do estudo, o sociólogo Paulo Pedroso, citado pela ACAPO, defende que “a representatividade da população com deficiência visual é de extrema importância e pela primeira vez em Portugal é possível avaliar quantitativamente o modo de vida dos insuficientes invisuais”.
O trabalho teve como objetivo aferir sobre as reais necessidades dos cidadãos com deficiência visual e a sua relação com os serviços de que beneficiam.
O seminário, que coincide com as comemorações do Dia Mundial da Bengala Branca, conta com a presença de organizações congéneres da área da deficiência visual de Espanha, Brasil, Estados Unidos, Reino Unido e Noruega, ao lado de diversos especialistas nacionais.
domingo, 14 de outubro de 2012
11 de Outubro - Dia Mundial da Visão 2012
Dia Mundial da Visão 2012
O Dia Mundial da Visão é assinalado oficialmente na segunda quinta-feira do mês de Outubro, que este ano é no dia 11 de Outubro.
Não existe um tema específico para o Dia Mundial da Visão, contudo, a erradicação da cegueira evitável é o objectivo sempre presente e o foco central do VISION 2020, um projecto da Organização Mundial da Saúde (OMS) e da Agência Internacional para a Prevenção da Cegueira (IAPB).
Ligações perigosas que afectam a saúde dos olhos
Há medicamentos e doenças com impacto na saúde ocular.
Diabetes, doenças reumáticas, depressão. Em comum têm pouco,mas estas doenças sistémicas, à semelhança de tantas outras, partilham uma característica: o impacto na qualidade da visão.
É para isso que alertam a Sociedade Portuguesa de Oftalmologia (SPO) e a Ordem dos Médicos, que se juntam para promover, a 11 de Outubro, Dia Mundial da Visão, uma sessão de esclarecimento para médicos de todas as especialidades sobre o impacto de várias doenças e respectiva medicação na saúde ocular.
Até porque, confirma ao Destak Manuela Carmona, presidente da SPO, apesar do esforço de sensibilização dos médicos de outras especialidades, subsiste algum desconhecimento. «Vemos muitas vezes doentes diabéticos com anos de evolução da doença que desconhecem a importância da consulta de oftalmologia anual para despiste da retinopatia diabética», confirma a especialista.
Embora difícil de quantificar, tendo em conta que quase todas as doenças podem afectar a saúde ocular, «é fácil perceber que o impacto destes problemas em Portugal é elevado». Mais ainda quando se pensa que há doenças, como a diabetes, cuja incidência tem vindo a aumentar. Ainda assim, Manuela Carmona considera que o País «tem um número adequado de oftalmologistas para a sua população».
Primeiro a prevenção
A diabetes é, refere ainda a presidente da SPO, «de longe», a doença com maior impacto na saúde ocular. Um impacto cuja melhor forma de prevenir é através «da consulta regular ao oftalmologista», aconselha. Mas há outras doenças, como a depressão, tratadas com psicotrópicos e ansiolíticos, medicamentos que, segundo a especialista, «alteram a quantidade e qualidade da lágrima, causando olho seco e problemas de focagem».
Sensibilizar os portugueses é também um dos objectivos do Dia Mundial da Visão, trabalho que a SPO tem levado a cabo, mas que «é contínuo e nunca está acabado», admite Manuela Carmona. E aqui cabe também aos médicos de diferentes especialidades um papel importante, já que «podem alertar os doentes para a importância de avaliações periódicas pelo oftalmologista, especialmente quando o doente é portador de patologia que afecta a visão ou cujo tratamento afecta a saúde ocular».
Cientistas portugueses criam 'substituto' dos óculos
Um modelo que permite determinar
a correção individualizada e adequada de cada olho humano está a ser
desenvolvido por três cientistas portugueses, que viram o resultado do seu
estudo publicado numa revista especializada norte-americana.
O objetivo é conseguir um modelo que permita encontrar uma "solução personalizada para cada doente, indo ao encontro das suas necessidades", disse à agência Lusa a médica oftalmologista Filomena Ribeiro, um dos elementos da equipa.
São também autores do trabalho, publicado na revista online PLoS ONE, o oftalmologista António Castanheira-Dinis, da Faculdade de Medicina da Universidade de Lisboa, e o físico de Instituto Superior Técnico e especialista em ótica João Dias.
Atualmente, com os métodos existentes, os médicos corrigem - com o recurso a óculos, lentes de contacto ou lentes intra-oculares - deficiências mais comuns na vista como a miopia, o astigmatismo ou a hipermetropia, mas têm mais dificuldade em conseguir resposta quando se confrontam com as chamadas aberrações óticas, anomalias diversas nos olhos que distorcem as imagens, explicou Filomena Ribeiro.
O trabalho básico, que a especialista desenvolveu ao longo de quatro anos, consistiu no uso de um programa informático no qual introduziu os dados que foi recolhendo nos 140 pacientes que submeteu a cirurgias aos olhos no Hospital da Luz, em Lisboa, onde desenvolve a atividade clínica.
O resultado aguardado, resultante do desenvolvimento do projeto, é conseguir, com a introdução das deficiências do olho a tratar, que o modelo informático indique qual a forma de corrigir todos os seus problemas e não apenas alguns, acrescentou Filomena Ribeiro.
O objetivo é conseguir um modelo que permita encontrar uma "solução personalizada para cada doente, indo ao encontro das suas necessidades", disse à agência Lusa a médica oftalmologista Filomena Ribeiro, um dos elementos da equipa.
São também autores do trabalho, publicado na revista online PLoS ONE, o oftalmologista António Castanheira-Dinis, da Faculdade de Medicina da Universidade de Lisboa, e o físico de Instituto Superior Técnico e especialista em ótica João Dias.
Atualmente, com os métodos existentes, os médicos corrigem - com o recurso a óculos, lentes de contacto ou lentes intra-oculares - deficiências mais comuns na vista como a miopia, o astigmatismo ou a hipermetropia, mas têm mais dificuldade em conseguir resposta quando se confrontam com as chamadas aberrações óticas, anomalias diversas nos olhos que distorcem as imagens, explicou Filomena Ribeiro.
O trabalho básico, que a especialista desenvolveu ao longo de quatro anos, consistiu no uso de um programa informático no qual introduziu os dados que foi recolhendo nos 140 pacientes que submeteu a cirurgias aos olhos no Hospital da Luz, em Lisboa, onde desenvolve a atividade clínica.
O resultado aguardado, resultante do desenvolvimento do projeto, é conseguir, com a introdução das deficiências do olho a tratar, que o modelo informático indique qual a forma de corrigir todos os seus problemas e não apenas alguns, acrescentou Filomena Ribeiro.
terça-feira, 9 de outubro de 2012
Rastreio à dislexia acontece no Porto (20 de Outubro)
Trata-se de um convite aos
encarregados de educação para descobrir qual a razão das dificuldades de
aprendizagem dos seus filhos. Maria Amélia Dias Martins, coordenadora da
iniciativa, resume assim o objetivo do rastreio: "Os pais precisam de saber se o
insucesso escolar se resolve com umas explicações ou se é fruto de uma
perturbação e requer terapia."
Estudos realizados nos Estados Unidos da
América revelam que em 40% das dificuldades de aprendizagem observadas na
população em idade escolar, mais de 75% têm origem em casos de dislexia. Maria
Amélia Dias Martins acredita que "as percentagens nacionais não andarão muito
distantes destas".
Cientificamente, a dislexia tem sido definida
como um problema neurológico, de base genética. Os cientistas têm avançado ainda
com a tese de que possivelmente será hereditária. Há uma forte evidência de que
os filhos de pais disléxicos têm mais probabilidade de ter a problemática. Ao
que os estudos indicam, a raiz do problema está localizada numa anomalia dos
cromossomas relacionados com a parte auditiva e visual. No primeiro caso, será a
discriminação do som bem como a sua qualidade que determinarão a dificuldade; no
segundo, será a discriminação visual e a associação de grafemas.
Por ser uma "área de saúde", refere Maria
Amélia Dias Martins, "a dislexia não se resolve com apoios educativos na
escola". "Quando muito treina a criança para chegar aos testes e ir fazendo
qualquer coisa para ir passando de ano, mas a dificuldade não melhora". Como
professora de educação especial, defende uma intervenção logo no
pré-escolar.
"Há indicadores que permitem aos educadores
identificar eventuais dislexias", garante Maria Amélia Dias Martins. E dá
exemplos: "Uma criança que se relaciona mal aprende com dificuldade a relação
com o espaço, expressa-se não utilizando o vocabulário mais adequado, não é
capaz de fazer com autonomia as suas rotinas diárias, etc." Estes são apenas
alguns dos traços que indiciam futuras dificuldades que vão resultar em
perturbações de leitura, escrita e até no cálculo.
No final do 1.º ano de escolaridade, "a criança
já teve tempo suficiente para aprender a leitura, se não aprendeu é porque
alguma coisa aconteceu", alerta. Depois de detetados os problemas, é urgente
intervir: "A equipa de educação especial tem obrigação de ir imediatamente à
escola". "Não se pode estar à espera que estas dificuldades melhorem sem
intervenção", adverte a professora.
Testar a interpretação
No rastreio, as crianças são submetidas a um
conjunto de testes onde lê um texto dado pela terapeuta. Sobre os métodos
utilizados no despiste da problemática, Maria Amélia Dias Martins explica como
se distancia da maioria dos testes que existem: "Não fazemos contagem de
palavras por determinado tempo, a nossa perspetiva é completamente diferente.
Está voltada para a capacidade de interpretação."
Como professora da educação especial, não
considera "prejudicial" que a leitura seja feita de forma mais devagar, mesmo
que isso possa estar associado a algum grau menor de dislexia. "A criança pode
ler devagar, ou até soletrar um bocado, desde que não seja excessivo e ela
consiga perceber as palavras, frases, períodos, parágrafos e textos." Se assim
for, a intervenção não é necessária. "Costumo dizer que só mexo quando começa a
fazer mossa", acrescenta.
Enquanto as crianças são testadas, os pais
respondem a um inquérito. A conjugação da informação recolhida fornece o
resultado da problemática, que no final é dado a conhecer através de um parecer
realizado por profissionais nas áreas da psicologia e pedagogia.
Mas a dislexia é apenas uma das muitas causas
das dificuldades de aprendizagem que passam também por "situações mais simples",
alerta Maria Amélia Dias Martins: "Por vezes tratam-se apenas de sintomas de
forte ansiedade e nesse caso indicamos o que os pais devem fazer para dar apoio
e tranquilidade à criança". Uma "terapêutica" que passa por fazer com que a
criança se sinta segura em casa e mais acompanhada. "Só depois, se o problema
persistir, é que se devem tomar medidas de apoio psicológico."
O rastreio decorre nas instalações da
Clipêutica, na Rua do Relógio, no Porto, e tem um custo de três euros que
reverte a favor da associação Acreditar.
sexta-feira, 5 de outubro de 2012
Roubar os deficientes é insultar a dignidade de um País
imagem: Rádio Renascença
Nos países que se querem civilizados a sociedade organiza-se para garantir aos deficientes, na medida em que isso seja possível, a mesma qualidade de vida, oportunidades de trabalho e direitos que aos restantes cidadãos. E isso implica custos que, como um todo, assumimos.
O que o Estado português garante aos deficientes é muito pouco. Pouco mais de 200 euros de pensão social de invalidez para quem, em grande parte dos casos, tem de gastar muitíssimo mais do que isso para garantir o que aos não deficientes sai de borla: a mobilidade e as capacidades físicas essenciais que para a maioria são tão naturais como respirar. O subsídio de assistência por terceira pessoa - que é dado a quem tenha uma pessoa deficiente a cargo que precise de assistência de pelo menos 30 horas por semana - é de 88 euros. Dá cerca de cinquenta cêntimos por hora. O subsídio mensal vitalício, também para quem tenha uma pessoa deficiente a cargo com mais de 24 anos, para supostamente pagar todas as despesas, é de 177 euros. Na realidade, não estamos a falar de subsídios mas sim de esmolas. Dinheiro que não daria para uma pessoa sem qualquer deficiência sobreviver.
Para além disto, os produtos de apoio - cadeiras de rodas, andarilhos, adaptações dos automóveis, próteses, fraldas, sondas ou algalias - são, em parte, suportados pelo Estado. Porque se trata de despesas extra que o resto dos cidadãos não têm e que são indispensáveis para que estas pessoas vivam e trabalhem. O orçamento para este apoio era de 12 milhões de euros anuais. Em PPP's e BPN's são menos do que trocos. E correspondem a 40 António Borges por ano.
Como se não bastasse a ridicularia, o Estado decidiu cortar 30% nesta despesa. Para 8 milhões. Tem uma desculpa: a execução do ano passado foi baixa. Pois foi. Porque o despacho que a determinou chegou tarde e a más horas. E porque os deficientes se depararam, de forma sistemática, com desumanas recusas na atribuição destes apoios. E há verbas que deveriam ter sido transferidas para os hospitais em 2011 e nem em 2012 lá chegaram. 6 milhões (metade) ficaram na gaveta apesar de tanta gente precisar deles e ver esse apoio, que lhes é devido, recusado. Conclusão: se o Estado consegue deixar estes cidadãos sem apoio, mais vale tirar isso do Orçamento.
Quando José Sócrates estava no governo decidiu cortar nos benifícios fiscais dados aos deficientes. Benefícios fiscais mais do que justificados. Porque, repito, para um deficiente viver com os mesmos direitos que os restantes cidadãos tem de gastar mais dinheiro. Esses custos acrescidos estão quantificados por um estudo do CES da Universidade de Coimbra. Variam entre os 4.103€ e 25.307€ anuais, dependendo do tipo e grau de incapacidade. Mais do que os rendimentos de muitos destes cidadãos.
Na altura, escrevi sobre o assunto, tendo apoiado a oposição - toda ela -, que se revoltou com esta medida. O PSD apresentou mesmo uma proposta de alteração ao orçamento de 2009 para repor esses beneficios. Chegado ao poder, esqueceu-se da sua indignação e deixou tudo como estava. Garantido o voto, tudo pode continuar como antes.
Para se manifestarem contra o pornográfico corte que foi feito no ridículo orçamento para apoio aos deficientes e exigir que a maioria que suporta este governo seja coerente com o que defendeu quando estava na oposição, centenas de deficientes estão em frente à Assembleia da República. Mantive contacto com alguns organizadores e sou testemunha do enorme esforço logístico e humano que este combate lhes exige. Mas, sendo gente habituada a lutar pelos mais básicos dos direitos, não desistem e só de lá sairão quando o governo tiver a decência de voltar atrás neste crime. Ainda não tinham chegado a São Bento e já estavam a vencer. O Instituto Nacional para a Reabilitação anunciava o reforço da verba em cerca de 1 milhão de euros. Faltam os outros três milhões e os benefícios fiscais que lhes foram retirados pelo governo anterior. Que resistam. E que tenham de todos os cidadãos a solidariedade e apoio ativo que merecem.
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