Os mecanismos pelos quais a deficiência visual aumenta o risco de mortalidade são mal compreendidos, segundo a opinião de pesquisadores estadunidenses que buscaram avaliar os efeitos diretos e indiretos da auto-avaliação da deficiência visual sobre o risco de mortalidade, através de mecanismos mentais, práticas de bem-estar e cuidados preventivos.
Usando os dados completos de 12.987 participantes adultos na Pesquisa 2000 Medical Expenditure Panel (MEPS) com ligação à taxa de mortalidade, pesquisadores utilizaram duas variáveis latentes que representam tanto o bem-estar mental quanto os cuidados preventivos precários para examinar as vias de efeito múltiplo de auto-avaliação sobre as causas de mortalidade entre os portadores de deficiência visual.
A conclusão foi que os cuidados preventivos mal realizados não estavam relacionados com o aumento de mortalidade e que o bem-estar mental diminui o risco de mortalidade entre portadores de deficiência visual .
Ou seja, portadores de deficiência visual aumentam o risco de mortalidade direta e indiretamente através do impacto adverso que a cegueira causa sobre o bem estar mental. Com este resultado, os pesquisadores sugerem que seja uma prioridade da saúde pública diagnósticos mais precisos e tratamento da depressão - e outras condições de saúde mental - em pessoas que vivem com deficiência visual.
Um exemplo da importância deste tipo de prioridade vêm do Canadá, onde cientistas examinaram se pacientes com doenças oculares relacionadas à idade tais como degeneração macular (DMRI) ou glaucoma são mais propensos a mostrar sinais de depressão, comparados com um grupo de adultos mais velhos com boa visão.
Eles recrutaram 315 pacientes (81 com DMRI e 91 com glaucoma) das clínicas de oftalmologia de um hospital de Montreal a partir de setembro de 2009 até Dezembro de 2011. Eles avaliaram os sintomas depressivos utilizando a Avaliação de Espaço de Vida. Além disso, os pesquisadores utilizaram regressão logística para a saúde, levaram em conta questões demográficas e fatores sociais.
Eles observaram que 78 pessoas preencheram os critérios para a depressão (25%) e que todos os grupos com doença ocular foram mais prováveis de ficarem deprimidos do que o grupo saudável. O tempo de vida pareceu mediar a relação entre a doença do olho e depressão.
Tanto nos casos de aumento de mortalidade quanto nos de depressão, além da interligação entre eles, fica notório a importância da maior atenção das famílias, dos médicos e da sociedade para as necessidades da boa saúde mental e dos desafios de mobilidade de pacientes com doença ocular.
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