segunda-feira, 3 de novembro de 2014

Desemprego afeta mais quem tem deficiência

fonte: TVI24 

Desemprego afecta mais quem tem deficiência e entre cegos a taxa é de 45%
 
A presidente da Associação dos Cegos e Ambliopes de Portugal alertou hoje que os problemas que normalmente afetam a sociedade têm especial incidência em quem tem uma deficiência, lembrando que perto de 45% das pessoas invisuais estão desempregadas.

O alerta surge por ocasião dos 25 anos da Associação dos Cegos e Ambliopes de Portugal (ACAPO), que se assinalam a 20 de outubro, com a presidente da associação a aproveitar para chamar a atenção para as questões que mais afetam quem tem deficiência visual.

Na opinião de Ana Sofia Antunes, qualquer problema que normalmente afete a sociedade tem sempre uma particular incidência nas pessoas com deficiência visual.

«Falamos, claro, das carências ao nível do emprego, das lacunas ao nível do apoio educacional, seja ele na escolaridade regular como depois na escolaridade superior, as questões de acessibilidade na via pública e aos meios de informação», destacou a dirigente.

Apontou um estudo feito recentemente pela ACAPO junto dos seus associados e utentes, que revelou que a taxa de desemprego entre estas pessoas atingirá os 45%, quando está nos 14% no total da população.

Para a presidente da ACAPO, estes «são números muito significativos», que mostram como esta população sente de uma forma «muito mais intensa» as dificuldades gerais.

Apontou, por outro lado, que um dos problemas que neste momento merece a dedicação da associação tem que ver com os custos acrescidos que advêm da deficiência e que, na opinião de Ana Sofia Antunes, não têm sido devidamente contemplados, nomeadamente ao nível dos transportes.

«Não nos podemos esquecer que as pessoas com deficiência visual não dispõem de transporte próprio, deslocam-se permanentemente em transporte público e, onde ele não existe, contratando transporte privado», alertou.

Acrescentou que as pessoas com deficiência visual têm uma série de necessidades ao nível desses apoios, mas «não recebem qualquer tipo de apoio por parte do Estado».

«Tendo nós uma população tão ampla, vivendo de pensões e de subsídios, [devemos] efetivamente pugnar por uma maior justiça desses valores, que são em muitas situações absolutamente precários e não permitem às pessoas terem níveis de vida com o mínimo de dignidade», denunciou.

2 comentários:

  1. Boa tarde.
    Creio que é a primeira vez que aqui comento, ainda que seja leitora assídua dos seus posts…

    Pois, pois é, o desemprego tem uma taxa considerável junto de pessoas com deficiência, nomeadamente com deficiência visual. Em investigações para a minha tese de mestrado, que tem como tema: os cegos no mercado de trabalho: da formação à integração – fui confrontada com estudos recentes onde se constata que há uma elevada percentagem de indivíduos cegos com licenciatura em Portugal, mas com dificuldades em entrar no mercado de trabalho. Por outro lado, tendo em conta os indivíduos que estão no ativo, verifica-se que a taxa de sucesso de integração de indivíduos cegos no mercado de trabalho nacional é positiva. Ou seja, ainda há que derrubar a barreira do preconceito que faz com que muitos empregadores ainda tenham a perspetiva de que um colaborador cego não será uma mais valia para a empresa. E é neste âmbito que espero que o meu estudo seja útil.


    Cumprimentos

    Ana Andrade

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    1. Olá Ana

      Obrigada pela visita e volte sempre.

      Boa tese, infelizmente somos poucos a investigar na área da def visual.
      Cumprimentos,
      Clara

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