sexta-feira, 28 de fevereiro de 2014

Formação ACAPO

 A ACAPO através do Departamento de Apoio ao Emprego e Formação Profissional (DAEFP) promove diversos cursos de formação dirigidos a pessoas com deficiência visual e ao público em geral.
Formação Profissional para Pessoas com Deficiência Visual
Formação para Público em Geral


Localização e Contactos:
  • DAEFP Braga
  • Rua Cruz de Pedra 114, 4700-209 Braga
    Tel: 253 267 766
    E-mail: georginasilva@acapo.pt
  • DAEFP Coimbra
  • Rua dos Combatentes da Gr. Guerra s/c, 113 3030-181 Coimbra
    Tel: 239 792 180
    E-mail: teresapedro@acapo.pt
  • DAEFP Lisboa
  • Avenida João Paulo II, 531 - 2º A Zona J de Chelas 1900-726 Lisboa
    Tel: 21 859 50 97/ 21 837 10 72
    E-mail: sandramartins@acapo.pt
  • DAEFP Porto
  • Rua Passos Manuel 223,2º, 4000-385, Porto.
    Tel: 222012222
    E-mail: dianabenfica@acapo.pt

quinta-feira, 27 de fevereiro de 2014

EXCERTO DO SOL QUE FALA DE EDUCAÇÃO ESPECIAL

in Governo quer harmonizar ofertas educativas no ensino profissional



(...)

Sobre a educação especial, o governante referiu que o grupo de trabalho criado para analisar uma eventual revisão da legislação que a enquadra está a ouvir todos os que estão directamente envolvidos, incluindo os sindicatos de professores, "sobre o que pode vir a ser uma redefinição do próprio modelo de educação especial".
Já Mário Nogueira adiantou que a Fenprof levou para a reunião um conjunto de casos concretos que demonstram que ainda há no país turmas com mais alunos com necessidades educativas especiais do que o limite previsto na lei.
João Grancho adiantou ainda, durante a reunião, que aumentou este ano em 91% o número de alunos com Programa Educativo Individualizado, não dando, no entanto, números concretos.

(...)
 

Para pensar....Triste (mas brilhante)

Quino, o cartoonista argentino autor de Mafalda, desiludido com o rumo que o mundo está tomar, quanto a valores e educação, expressou o seu sentimento a esse respeito... Brilhante!!!

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terça-feira, 25 de fevereiro de 2014

Curta-metragem de animação emociona o mundo da Internet

"Cordas", é uma curta espanhola, que ganhou o Prémio Goya 2014, na categoria de "melhor curta-metragem de animação". O filme foi inspirado nos filhos do seu criador, Pedro Solís, que tem uma filha muito ligada ao irmão com paralisia cerebral.
Uma história comovente e encantadora que fala de valores e sonhos, cativando o espetador desde o primeiro ao último minuto.


A importância da assinatura para os cegos


 


 

 Assinar o seu próprio nome é um ato de emancipação.


 Muitas vezes uma pessoa cega, por não saber assinar o seu nome e usar a impressão digital, é confundida ou passa a imagem de uma pessoa analfabeta. Ao assinar a pessoa cega adquire sentimentos de auto-realização, de independência e de responsabilidade.

 
Asssim, é preciso não esquecer de inserir nos Programas educativos dos alunos com deficiência visual, o ensino da escrita cursiva .

 
Não há uma técnica específica e única para um professor ensinar escrita cursiva, esta actividade vai do bom senso e da intuição do professor.  Algumas sugestões para  este trabalho:

  1 - Observar se o aluno já tem bem trabalhado o esquema corporal e, principalmente, se é capaz de dissociar movimentos de pulso, cotovelos e ombros;

 
2 - Observar se a coordenação motora fina está bem desenvolvida;

 
3 - Observar a orientação espacial;

 
4 - Observar a formação de conceitos quanto à linhas retas, inclinadas, ângulos, curvas e sinuosas;

 
5 - Observar a memória tátil.

 
― Apontando com o dedo indicador, fazer movimentos circulares no espaço livre.

― Fazer os mesmos movimentos na parede.

― Usar as duas mãos neste momento, sendo que a esquerda fica na parede marcando o limite.

 

 6 -Mostrar o movimento das letras tanto no espaço vertical quanto no horizontal e pedir que o aluno reproduza. Pode-se usar o rosto, pois, através das linhas do rosto encontramos formas de mostrar as letras (como exemplo, o livro de Maria da Glória Beutenmuller, "Das Linhas do Rosto as Letras do Alfabeto").
 

7 - Trabalhar na régua a assinatura.

 

8 - Por último, lápis, caneta e papel com o guia-mão.

 
Dependendo do aluno, este processo levará de um a três meses ou mais.

segunda-feira, 24 de fevereiro de 2014

Meo lança áudio zapping para ajudar cegos


  
imagem DN: A instalação do novo serviço é feita na área das configurações, no menu do serviço Meo
O serviço de televisão paga da PT, Meo, lançou o Áudio Zapping, que ajuda cegos e amblíopes a tirar proveito da televisão. Uma voz, previamente gravada, indica cada ação acionada no comando Meo.
Os clientes com limitações ao nível da visão e subscritores do serviço de televisão paga da PT, Meo, podem, a partir de agora, usar o Áudio Zapping que lhes permite retirar melhor proveito da televisão. Uma voz previamente gravada indica as ações efetuadas no comando Meo tais como mudanças de canal, alterações de volume e agendamento de gravações.
"Sendo a televisão uma janela para o mundo, queremos trazer esse mundo do Meo às pessoas que têm este tipo de handicaps e que de uma forma ou de outra não conseguem ter essa experiência", explicou fonte da Meo, diretamente envolvida no processo do novo serviço.
Para usufruir do novo serviço, o cliente deve ir à área de Configurações no menu do serviço Meo, selecionar a opção de Serviços e escolher Áudio Zapping.
O Áudio Zapping, disponível de forma gratuita para todos os clientes Meo IPTV com MeoBox DVR, foi desenvolvido em parceria com a Fundação PT e a Associação dos Cegos e Amblíopes de Portugal [ACAPO].

Anel digital lê textos em voz alta para invisuais

Um grupo de alunos do Media Lab, do Instituto de Tecnologia de Massachussets, nos EUA, desenvolveu um anel equipado com tecnologia capaz de traduzir textos e dotado de um sistema que lê o que está escrito em voz alta.
 
 
Especialimente desenvolvido para deficientes visuais, o 'FingerReader' visa ser uma mais valia em situações onde a escrita em braile se encontra ausente. O mesmo deve ser usado no dedo indicador de maneira a que a micro câmara instalada no dispositivo fique virada para o papel.
 
 
 
 
Dessa forma, o equipamento decifra e acompanha todos os movimentos do dedo, fazendo um 'scan' do espaço por onde o dedo passa. A análise e tradução daquilo que é captado são feitas em tempo real, de maneira a que o anel passe por uma palavra, leia-a e diga-a em voz alta quase instantaneamente.
 
Além disso, este que é um novo avanço que diz respeito à 'tecnologia vestível' é igualmente capaz de alertar o utilizador sempre que uma linha de texto se está a aproximar do fim ou quando, involuntariamente, este se desvia da mesma. Para isso, segundo a revista Exame, o anel emite pequenas vibrações como forma de aviso.
 
 
 
 
Por enquanto o projeto inovador não passa de um protótipo desenvolvido por um grupo de alunos do MIT. Como é evidente no vídeo disponibilizado pelos cientistas, a voz de leitura ainda não é muito fluida e a própria tecnologia é ainda um pouco desproporcional em termos de tamanho.

Teste diagnóstico de Inglês e os alunos NEE

O Despacho n.º 2929-A/2014 aprova o Regulamento para a aplicação do teste diagnóstico de Inglês, segundo esta calendarização:

- Componente escrita no dia 30 de abril de 2014;
- Componente de produção oral entre os dias 24 de março e 30 de junho de 2014.
Nos termos da legislação em vigor, o Cambridge English Language Assessment disponibiliza adaptações do teste para os alunos com necessidades especiais:
a) Dislexia;
b) Deficiência auditiva severa;
c) Cegueira;
d) Baixa visão;
e) Limitação motora.
Em relação aos alunos com necessidades educativas especiais podem ainda ser adaptadas as condições de realização do teste, quando aplicável.

sexta-feira, 21 de fevereiro de 2014

Lançamento de Livro Infantil em Versões Bilingue

 
A Direção-Geral da Educação (DGE) em parceria com o Alto Comissariado para a Imigração e Diálogo Intercultural (ACIDI) lançam o livro Quanto vale a amizade?, uma edição bilingue em versões português-mandarim, português-ucraniano, português-romeno e português-crioulo de Cabo Verde, da autoria de Lúcia Carvalhas com ilustração de Raquel Pinheiro.  O livro, produzido pela Editora CERCICA, conta com as traduções para as respetivas línguas por parte das Embaixadas da República Popular da China, Ucrânia, República da Moldávia e Cabo Verde.

O lançamento do livro terá lugar no próximo dia 21 de fevereiro, Dia Internacional da Língua Materna, pelas 10:30, na EB 1 nº1 de Mem Martins.

Dirigido a crianças que frequentam a educação pré-escolar e o 1º ciclo de escolaridade, oriundas de famílias de imigrantes, pretende promover o desenvolvimento de uma cidadania ativa e a construção de sociedades democráticas que respeitem a diversidade cultural e linguística.

Tratando-se de um livro assente no conceito de Desenho Universal, é também disponibilizado em diferentes formatos de acessibilidade: Símbolos Pictográficos para a Comunicação, Língua Gestual Portuguesa e Braille.

A publicação integra a lista de livros recomendados pelo Plano Nacional de Leitura.

O evento conta com a presença da Alta-Comissária para a Imigração e Diálogo Intercultural, Rosário Farmhouse, do Diretor-Geral da Educação, Dr. Fernando Egídio Reis, e de representantes das Embaixadas de Cabo-Verde, República Popular da China, República da Moldávia, Roménia e Ucrânia e inclui, para além da apresentação do livro, atividades de animação asseguradas pelos alunos (Desfile intercultural; Momento de leitura; Momento musical).

quarta-feira, 19 de fevereiro de 2014

IV Seminário Ibérico

“O IV SEMINÁRIO IBÉRICO – PERCURSOS EM EDUCAÇÂO ESPECIAL”  vai realizar-se nos próximos dias 14 (à tarde) e 15 (manhã e tarde) de marçono Museu D. Diogo de Sousa, em Braga, organizado em parceria por três agrupamentos de escolas, a saber, o AE de Maximinos, AE D. Maria II e AE Carlos Amarante e o Centro de Formação Braga/Sul.

Do programa do evento fazem parte um elenco de especialistas da mais alta craveira e relevância reconhecida no mundo académico, alguns deles mediaticamente conhecidos – ver em ficheiro anexo panfleto e cartaz do evento, dos quais constam no programa.

Este Seminário está em processo de acreditação pelo Conselho Científico-Pedagógico da Formação Contínua. Terá a duração, como formação acreditada, de 15 horas, equivalente a 0,6 créditos, e relevará para efeitos de avaliação docente e para progressão na carreira como área científico-didática (área da especialidade) para todos os níveis de ensino e para topos os grupos de recrutamento.

Os interessados poderão optar por se inscreverem na formação acreditada (se assim o quiserem) ou na formação pontual. Os que optarem por se inscrever na formação acreditada terão de assistir a 2/3 do número de horas de duração do seminário. As respetivasfichas de inscrição seguem em ficheiro anexo e deverão ser devidamente preenchidas e enviadas até o dia 28 de fevereiro para o seguinte endereço electrónico:

As inscrições serão aceites por ordem de chegada e condicionadas à capacidade do auditório.
Ter-se-ão ainda em consideração as seguintes prioridades na receção das inscrições:

1º Os Agrupamentos de escolas que fazem parte da organização do evento e das escolas associadas ao CFAE Braga/Sul;
2º  Os restantes agrupamentos/escolas não agrupadas associadas ao CFAE Braga/Sul;
3º O Agrupamento de escolas Carlos Amarante, o qual faz parte da organização do evento;
4º Os restantes agrupamentos/escolas não agrupadas do Concelho de Braga
5º  Outros Agrupamentos/escolas não agrupadas fora do Concelho de Braga



terça-feira, 18 de fevereiro de 2014

DIA MUNDIAL DE SÍNDROME DE ASPERGER – 18 de fevereiro.

Apesar do meu blogue ser mais direcionado para a deficiência visual não podia deixar passar o dia sem falar que hoje é o dia mundial do síndrome de Asperger.

 Síndrome de Asperger.Uma perturbação neuro-comportamental de base genética, com perturbação do desenvolvimento que se manifesta por alterações sobretudo na interação social na comunicação e no comportamento. É um transtorno do espectro autista, diferencia-se do autismo clássico por o portador ter fala compreensível.

Mais informação


A Fapemaia e o Movimento Força dos Afetos levam a efeito no próximo dia 22 de fevereiro, pelas 14.30 horas, no auditório do Fórum Jovem da Maia, uma palestra sob o tema "Distúrbios Alimentares - para Crianças com Necessidades Especiais", do qual juntamos cartaz anexo.
Como palestrantes contaremos com a presença da Dra. Madalena Machado, médica nutricionista nos Hospitais de Vila do Conde e Póvoa e a Dra. Sofia Vieira, Terapeuta da Fala.

A Educação Física para Deficientes Visuais

 

 
 
 
Hoje quero  mostrar como é possível que pessoas portadoras de deficiência visual participem nas aulas de educação física, ressaltando a sua importância e seus benefícios. Além disso, reforça a  inclusão!

 
 
 
 
Dificuldades do aluno com deficiência visual:
 
  • Mobilidade prejudicada
  • Equilíbrio falho
  • Esquema corporal e cinestésico não internalizados
  • Locomoção dependente
  • Postura defeituosa
  • Expressão corporal e facial muito raras
  • Coordenação motora bastante prejudicada
  • Lateralidade e direccionalidade não estabelecidas
  • Inibição voluntária não controlada
  • Falta de resistência física
  • Tónus muscular inadequado
  • Falta de auto-iniciativa para acção motora
A educação física adaptada consegue minimizar e optimizar estes problemas, se o trabalho for realizado por um profissional competente e habilitado.
É importante ressaltar o grande valor que a educação física adaptada  tem, pois proporciona às pessoas portadoras de necessidade visuais especiais uma melhor qualidade de vida, socialização, bem-estar, treino dos sentidos, conhecimento do esquema corporal, além de outros estímulos e vivências que em outras actividades não seria possível. Utilizar a educação física para promover e despertar as potencialidades de uma pessoa cega é muito mais do que gratificante, é um dever muito prazeiroso.

 

Desporto para Deficientes Visuais
Em Portugal , a Associação Nacional de Desporto para Deficientes Visuais é uma associação sem fins lucrativos e desenvolve a sua atividade no âmbito do desporto para deficientes visuais.
A ANDDVIS possui âmbito nacional e representa os clubes desportivos nela filiados que integrem praticantes desportivos com deficiência visual, bem como praticantes desportivos filiados a título individual.
A associação tem por objecto fomentar, promover e desenvolver o desporto para deficientes visuais.
O papel do profissional de Educação Física é fundamental na integração destas pessoas, mas só mais recentemente os professores se têm preocupado com actividades físicas adaptadas para este público e, não menos importante, com a concepção da inclusão social e maior divulgação e popularização do desporto.
 
Cada pessoa tem o direito de escolher a actividade que melhor se adapta, atendendo às suas expectativas e objectivos. Com os deficientes não deve ser diferente, porém deve se observar sempre as suas limitações a fim de minimizar as limitações ou dificuldades impostas por sua deficiência.
A pessoa deficiente só deve participar numa actividade motora se houver interesse da sua parte (factor intrínseco) e se as condições de factores externos forem a seu favor (factores extrínsecos). Por vezes é difícil, respeitar este «slogan» de «Desporto para todos», visto que, nem todas as localidades possuem condições, tanto a nível financeiro como humano para disponibilizar igualdade no que diz respeito á prática de desporto.
 

Modalidades Desportivas praticadas por deficientes visuais
Existe uma variedade de desportos praticados por atletas deficientes visuais e cegos, nacional e internacionalmente. Alguns são reconhecidos pela International Blind Sport Federation (IBSA), entidade que rege o desporto internacionalmente, o qual no nosso país é gerido pela Associação Nacional de Desporto para Deficientes Visuais (ANDDVIS).
Os desportos considerados para olímpicos de verão e reconhecidos pela IBSA são: Goalball, Atletismo, Ciclismo, Judo, Natação, Hipismo. E apesar de ser reconhecido pela IBSA, mas sem constar do Programa Para olímpico, está o Futsal.
Além desses, há outros desportos praticados por deficientes visuais e cegos que não são reconhecidos pela IBSA.: Basquete, Voleibol, Vela, Esqui Aquático, Showdown (adaptação do ténis de mesa), Patinagem, Canoagem, Remo, Corrida de Orientação, Montanhismo, Xadrez, Rapel, Lutas (olímpica e greco-romana) e uma variedade de desportos de Inverno.

Foi inventado, em 1946 pelo austríaco Hanz Lorenzen e pelo alemão Sett Reindle, com o intuito de ajudar na reabilitação de veteranos de guerra que ficaram cegos. Sua estreia em Jogos Para-Olímpicos ocorreu em Toronto, Canadá, em 1976.
 
O Goalball é disputado em uma quadra que mede 9 metros de largura e 18 metros de comprimento, ou seja, a mesma dimensão de uma quadra de voleibol, com traves que cobrem todo o fundo da quadra. Cada equipe é composta por três atletas titulares e três reservas.
As diferentes áreas de um campo de Goalball
área de
Equipa
área de
Lançamento
área
Neutra
área
Neutra
área de
Lançamento

área de
Equipa

O Goalball é um desporto criado e praticado exclusivamente por atletas portadores de deficiência visual que participam na mesma classe, segundo as normas de classificação da International Blind Sports Federation (IBSA), como B1, B2 e B3, separados por sexo masculino e feminino.
No desenvolvimento do jogo só podem ser feitos arremessos rasteiros com a bola, cuja medida é de 76 cm de diâmetro e peso de 1,250 Kg. A cor é semelhante à bola de basquetebol, entretanto há furos que permitem a emissão de sons produzidos pelos guizos que ficam na sua parte interna.
A emissão dos referidos sons tem como função dar uma melhor noção aos atletas da trajectória da bola durante o jogo, tanto no ataque como na defesa. Vale salientar que os espectadores devem permanecer em silêncio absoluto para que os atletas tenham uma melhor concentração durante o jogo.
Ao fazerem os arremessos, os jogadores posicionam-se de pé e, geralmente, ficam agachados, ajoelhados ou deitados para executar a defesa buscando, através de deslocamentos laterais, ocupar a maior área possível da quadra.

Por ser considerado o desporto de base, visto que envolve e desenvolve os movimentos naturais do homem, como correr, saltar, arremessar/lançar, serve de base para os outros desportos. Entretanto que o referido desporto é parte fundamental para o bom desenvolvimento da aptidão física e social.

 
 

A ― CORRIDAS:
  • 100m
  • 200m
  • 400m
  • 800m
  • 1500m
  • 3000m
  • 5000m
  • 10000m
  • Maratona

Estafetas:
  • 4 x 100m
  • 4 x 400m

B - SALTOS:
  • No sentido horizontal: Distância e triplo
  • No sentido vertical: Altura

C - ARREMESSOS:
  • Peso

D ― LANÇAMENTOS:
  • Dardo
  • Disco

E ― PROVAS COMBINADAS
  • Pentatlo

A prova de estafetas 4 x 100 e 4 x 400m também são disputados com a finalidade de desenvolver o espírito de equipa entre os participantes, pois o Atletismo é considerado um desporto individual.

Nesta modalidade os atletas devem pertencer às categorias B1, B2 e B3 do sexo masculino e feminino, individual ou por equipa. As regras são praticamente iguais as regras do ciclismo convencional, com algumas modificações.

 
A segurança, a classificação dos atletas, além das adaptações das máquinas, são algumas das especificidades da modalidade. O atleta compete em bicicleta «tandem» (com dois assentos) e com um guia, todos os competidores vão sentados no banco de trás, na condição de co-piloto.
Podem participar como piloto (guia) todos os ciclistas de qualquer categoria. A única condição é que não tenha sido convocado pela sua federação nacional para nenhum campeonato internacional nos três anos anteriores à prova. As provas são de estrada, contra relógio e velódromo (figura em baixo).

Modalidade reservada aos atletas portadores de deficiência visual em todos os pesos e classes: B1, B2 e B3.
As regras são as mesmas da Federação Internacional de Judo, com algumas adaptações. Por exemplo, no início da luta os atletas são colocados próximo um do outro e o árbitro induz-lhes a realizarem um leve contacto para terem uma orientação espacial da distância que os separa.


 Também não há punição para a ultrapassagem da área de combate no tatame e as advertências são feitas por meios audíveis. As competições se dividem em sete categorias de peso. A principal adaptação feita para essa modalidade é a diferença de textura do tatame que indica os limites da área de competição.

Modalidade Para olímpica desde 1996, nos Jogos de Atlanta, o desporto equestre vem se afirmando definitivamente no mundo para desportivo.

Após classificação e qualificação realizada pela comissão técnica oficial, são admitidos para essa modalidade todos que apresentam deficit parcial ou total de algum órgão sensorial, função reduzida ou ausência de membros, amputações, limitação de função do tronco.
O adestramento é uma modalidade compatível com todas as idades, habilidades e estágios de equitação e, por esse motivo, considerado desporto arte. A beleza deste desporto está no incentivo, aprendizagem e experimentação, que fazem aguçar os sentidos e levam o indivíduo a melhorar a sua postura, propriocepção e sensibilidade.

A dimensão do campo é a mesma que se utiliza para o Futsal convencional, acrescenta-se apenas uma banda lateral de um metro e vinte de altura (parede que impede a bola de sair pela lateral).
 
Vale salientar que a IBSA recomenda que os jogos oficiais devam ser em recintos descobertos para evitar o eco.
Dentro da bola, devem conter guizos ou outro material que emita som para facilitar a orientação dos atletas.
O guarda-redes possui visão normal e por essa razão sua área de actuação é restrita: dois metros à frente e cinco metros de largura, um metro lateral de cada poste da baliza e dois metros à frente.
Havendo qualquer actuação fora dessa área é marcada a penalidade máxima.

Constitui-se numa modalidade de desporto das mais completas, sob o ponto de vista do desenvolvimento motor. A natação não é uma actividade destinada apenas a promover alegria e prazer, ela é também encarada como importante factor de equilíbrio no exercício de outras actividades de trabalho, razão pela qual para sua prática, não existem limites nem limitados.

 
Para dar maior equilíbrio às competições, existe um sistema de classificação funcional B1, B2 e B3.
Todas as classificações se realizam a partir do melhor olho com a melhor correcção possível.
As provas são em quatro estilos: peito, costas, livre e borboleta.
As regras são as mesmas da Federação Internacional de Natação Amadora e as adaptações são feitas na largada, viragem e chegada dos atletas.
Os nadadores cegos recebem aviso do árbitro por meio de uma varinha com ponta de espuma ao se aproximarem das bordas da piscina. Os nadadores B1 devem nadar com óculos do tipo «blackout».
Estas são as provas que compõem o programa de natação para competições Nacionais e Internacionais, Masculina e Feminina:
  • 50m livres
  • 100m livres
  • 200m livres
  • 400m livres
  • 100m costa
  • 200m costa
  • 100m peito
  • 200m peito
  • 100m borboleta
  • 200m borboleta
  • 200m medley
  • 400m medley
  • Est: 4x50m livre
  • Est: 4x100m livres
  • Est: 4x50m medley
  • Est: 4x100m medley

É considerado o desporto rei entre os cegos, pelo grande número de praticantes e pelo alto nível alcançado nas competições nacionais e internacionais.

As competições de xadrez são regulamentadas pela Federação Internacional de Xadrez complementadas e adaptadas quando um ou dois jogadores são cegos.
Dentre as adaptações, uma das mais conhecidas é a permissão dada aos jogadores para poder tocarem suas peças e as dos adversário, para uma melhor orientação e elaboração da jogada.
Outra adaptação são os furos no tabuleiro e pinos nas peças.


  • ALMEIDA, José Júlio Gavião de. Metodologia Aplicada ao deficiente visual. In curso de capacitação de professores multiplicadores em educação física adaptada. Brasília: Ministério da Educação,2002
  • MELO, C. P. Pessoas deficientes: algumas coisas que é preciso saber. São Paulo: Conselho Estadual para Assuntos da Pessoa Deficiente, 1986.
  • MUNSTER, Mey de Abreu Van. Apud ALMEIDA, José Júlio Gavião: Metodologia aplicada ao deficiente visual. In Curso de professores multiplicadores em educação física adaptada. Brasília: Ministério da educação, 2002.
  • SACKS, Oliver W. Um antropólogo em Marte: sete histórias paradoxais. Tradução Bernardo Carvalho. São Paulo: Companhia das Letras, 1995.
  • VEIZMAN,S., Visão subnormal. Rio de Janeiro: Cultura Médica, 2000.




segunda-feira, 17 de fevereiro de 2014

Lei para crianças com cancro


 
No  dia 15 de Fevereiro, celebrou-se o Dia Internacional da Criança com Cancro. Aprovada em 2009, a lei para proteger menores com cancro e as suas famílias está por regulamentar e não serve de nada. Em Portugal, uma criança é diagnosticada com cancro por dia.
Nos últimos meses a Acreditar, a Associação de Pais e Amigos de Crianças com Cancro, teve de ajudar a família de uma criança diabética com cancro a comprar uma bomba infusora que esta não conseguia pagar, está a contribuir para a renda de duas famílias que tinham sido ameaçadas de despejo, e pagou a eletricidade a outra para evitar o corte. Recebe pedidos para ajudar com deslocações, próteses e suplementos alimentares. Exemplos das dificuldades que afetam os lares das crianças com cancro, confrontadas com uma doença muito pesada a todos os níveis, incluindo no orçamento familiar. A agravar a situação, o regime especial de proteção de crianças e jovens com cancro, de 2009, nunca foi regulamentado.
In: DN

Nota: Trata-se da Lei n.º 71/2009 que cria o regime especial de proteção de crianças e jovens com doença oncológica e os equipara ao enquadramento previsto no Decreto-Lei n.º 3/2008. 
Este diploma prevê as seguintes medidas educativas de apoio:
a) Condições especiais de avaliação e frequência escolar;
b) Apoio educativo individual e ou no domicílio, sempre que necessário;
c) Adaptação curricular;
d) Utilização de equipamentos especiais de compensação.

sexta-feira, 14 de fevereiro de 2014

O namoro: desejos, sonhos e medos em adolescente com deficiência visual


"Quando o amor é visto de outra forma, tudo pode acontecer!!!" Fernando Channoschi



Um dos aspectos peculiares da passagem da infância para a idade adulta é a maturação fisiológica, que inclui a capacidade de procriar, caracterizada pela primeira ejaculação do menino e a menarca da menina. Essa fase é marcada pela descoberta da masturbação, pelo despertar da atração sexual pelo outro.
Quando se trata do adolescente portador de deficiência visual, o "jogo do namoro", como se pode verificar em suas falas, fica comprometido, pois não há o contato visual que tanto estimula o desejo de aproximação e a criação de fantasias sexuais.
Embora os adolescentes, nas suas falas, demonstrem um desejo de realizar a vivência afetivo-sexual com um outro, permeia  o seu discurso um medo que paralisa os esforços para tal fim. Esse temor torna-se uma barreira que impede a reciprocidade necessária para o encontro ocorrer.
Outro fator que prejudica o envolvimento amoroso desses adolescentes é que, inseridos numa sociedade de consumo, sem se enquadrar nos padrões estéticos veiculados pela media, e vivendo um período de necessidade de auto-afirmação, respaldado pela sociedade, eles passam a agir como se fossem seres assexuados e sem desejo, dessa forma, respondendo às expectativas estigmatizadas que os videntes têm deles.
Esses preconceitos revelam-se também no modo de rotular os relacionamentos entre os deficientes: se o cego se envolve com um deficiente, é porque é inseguro; se ele se envolve com um vidente, é porque procura status. O que resta à pessoa cega fazer, então, diante de suas possibilidades de escolhas amorosas? Tal indagação nos leva a outra questão: Os videntes seriam diferentes em suas escolhas amorosas?, ou: O cego não possuirá outras qualidades que possam provocar o interesse do outro, independentemente de sua deficiência? Esse foco na deficiência reforça o estigma da imperfeição, desconsidera que a atração sexual possui "química própria" e que o amor rompe preconceitos, como comprova Bruns (2001) em sua pesquisa sobre relacionamentos de pessoas videntes com pessoas cegas.
É necessário perceber, pois, que, embora, na vivência concreta desses jovens, não ocorram namoros, porque se sentem imaturos, inexperientes e inseguros, eles demonstram o desejo, ainda que de forma idealizada, de que essas vivências possam se realizar um dia. Afinal, são sexuados! É preciso lembrar sempre que os deficientes visuais entram em contato com o mundo, ou seja, experienciam a vida, pelas mãos, pelo toque, pelo tato, pelo cheiro, pelos sons a sua volta. E não é por serem portadores de deficiência visual que a libido não está neles presente.


excerto da obra:
título: SEXUALIDADE DE CEGOSautora: Maria Alves de Toledo Bruns edição: Editora Átomo, 2008.
site da autora:  
http://www.sexualidadevida.com.br
email:  
toledobruns@uol.com.br 

Bolsas e Subsídios para Educação Especial


ações de intervenção precoce, reabilitação e integração escolar e social de crianças e jovens com necessidades educativas especiais


Estão abertas de 3 de Fevereiro a 6 de Março 2014 as candidaturas de apoio a atividades e ações destinadas a promover a educação, no âmbito da intervenção precoce, reabilitação e integração escolar e social de crianças e jovens com necessidades educativas especiais, contemplando, especialmente, as seguintes iniciativas:
 
  1. Ações de formação para professores, educadores e outros profissionais ligados à educação;
  2. Ações de formação para pais e encarregados de educação de crianças e jovens com necessidades educativas especiais, promovidas por Associações de Pais, ou outras instituições, preferencialmente ligadas a instituições de ensino.
  3. Aquisição de equipamentos para melhoria da qualidade do atendimento e da aprendizagem do público-alvo.
As candidaturas devem ser apresentadas por instituições públicas ou privadas, individualmente ou em associação, considerando-se Entidade Beneficiária do financiamento, a instituição que apresenta a candidatura e que fica responsável pela execução do projeto.

Apenas são admitidas a concurso, as candidaturas apresentadas em formulário próprio, devidamente preenchido, que reúnam os requisitos exigidos no Regulamento do concurso.

Quaisquer dúvidas respeitantes a este concurso deverão ser dirigidas para o endereço de email: pgqng@gulbenkian.pt


Fonte da notícia:
ANDITEC - Tecnologias de Reabilitação
Alameda Roentgen nº9-C, 1600-757 Lisboa
Tel: 217110170
Email: info@anditec.pt 
www.anditec.pt

livro: Ama-me sem me suportares


Ama-me sem me suportares é um livro de 100 poesias e 1 conto. Sobre o livro, Fátima Marinho escreve: “Este livro é um ensaio imperfeito sobre a métrica dos sentimentos - mas a prova adequada das suas aderências. Quis escrever poemas de amor, de saudade, de morte, de esperança e, durante sete capítulos, mantive o esforço, até desaguar nos fragmentos, para deixar que os poemas fossem exactamente isso: pequenos pedaços de tudo.” 

Um livro de poesia é sempre uma ribeira brava, que a todo o momento pode galgar as margens e afogar o que nos sufoca. Nesse sentido, é também uma libertação inconsciente de arquétipos imemoriais. As palavras quando se juntam à roda de uma ideia deixam as ideias à roda até que todas caiam reconciliadas no chão. É assim que a poesia se intromete nos gestos do quotidiano e, transcendendo-os, os transfigura. Este é um livro onde os afectos servem a poesia que deles se serve para ser o que é. 

quinta-feira, 13 de fevereiro de 2014

18 mil visitas!!!!! Obrigada, obrigada, obrigada!

Obrigada, obrigada, obrigada!


Hoje reparei que o blog chegou às 18000 visitas :)
 
Claro que fico feliz por isso, é o reconhecimento de horas do meu trabalho. Também sei que não é uma área que interesse a um vasto publico, mas o conhecimento não ocupa espaço.
 
Fico muito mais feliz com as visitas ao blogue e gostos nas publicações do blogue do que na minhas fotos pessoais. Reparo com tristeza que isso acontece. Porque tudo o que aqui está dá muito trabalho.
 
Mas vou esquecer este pequena tristeza e dizer que fizeram do dia de hoje um bocadinho mais feliz.
 
Obrigado do fundo do coração!

Obrigada, obrigada, obrigada!

quarta-feira, 12 de fevereiro de 2014

ASSP publica a edição número 1 do editorial "ACONTECER"

a Associação de Solidariedade Social dos Professores de Guimarães (ASSP), publica a edição número 1 do editorial "ACONTECER", onde tem a oportunidade de divulgar o trabalho que tem realizado, bem como dar a conhecer a sua agenda para os meses de Fevereiro e Março de 2014.
 
 
A Newsletter está sempre disponível online:
http://www.conteudos.easysite.com.pt/files/68/ficheiros/Newsletter/News_ASSP_N21.pdf
 

segunda-feira, 10 de fevereiro de 2014

Aprender Braille: O ensino da Física e Química


Reflexões sobre as dificuldades específicas da disciplina
Dificuldades em aspectos específicos do programa e na prática laboratorial.
 
Os dois aspectos estão interligados, dado o carácter experimental que reveste o ensino destas disciplinas e as dificuldades encontradas prendem-se com questões e dúvidas, tais como:
  • Poderá um aluno com handicap visual ser capaz de descobrir e compreender princípios científicos como resultado de um trabalho experimental?
  • Como poderão ver as mudanças de cor ocorridas nas reacções?
  • Poderão os alunos cegos fazer, com segurança, uso de aparelhos e técnicas potencialmente perigosos nos trabalhos experimentais?
  • Haverá necessidade de adquirir aparelhos especiais para os alunos participarem activamente nas experiências?
O ensino da Física e da Química, bem como o de qualquer ciência, a um aluno cego integrado no ensino regular é um desafio que tem de ser encarado com optimismo e com a convicção de que não se sairá derrotado.
A Física e a Química ajudam a compreender o mundo que nos rodeia, permitindo tomar consciência do que não pode ser facilmente representado. Assim, a aquisição e compreensão dos conhecimentos básicos inerentes a estas disciplinas é de grande importância e a sua omissão traduz uma lacuna na informação e formação do aluno deficiente visual. O seu ensino não terá como objectivo transformar os alunos em cientistas, mas fazer com que compreendam alguns factos da vida diária.
Actualmente, em vários países, os cegos estudam programação ou fisioterapia, desempenhando, posteriormente, as suas funções sem problemas. O estudo da Física e da Química e outras ciências abre-lhes perspectivas no campo da escolha de profissões. Não há razão para que um cego não seja capaz de trabalhar num laboratório químico tão eficientemente como um fisioterapeuta num hospital.
Para tal, deve dominar as bases do conhecimento e método científico e há necessidade de equipamento especial, mínimo, bom espaço de laboratório, paciência e autoconfiança. Na realidade da escola em que se trabalha não existirão as condições ideais no laboratório, mas as dificuldades poderão ser diluídas se todos estiverem empenhados.
As condições particulares do aluno devem ser tomadas em consideração e o professor deve saber que vai encontrar:
  • experiências e conhecimentos antecipados incompletos (medo de trabalhar com líquidos, fogo, gás, vidro, máquinas, etc.);
  • possibilidades de observação diferentes:
  • menos motivação das observações e desenvolvimento das técnicas;
  • dificuldades na apreciação da quantidade e qualidade dos produtos.
Por outro lado, o professor deve considerar outras possibilidades reveladas pelos alunos: aptidões para reconhecer situações físicas e químicas e compreender factos naturais; conhecimento das substâncias e suas propriedades, graças a um manuseamento frequente; possibilidade de utilizar correctamente os aparelhos e utensílios; aptidão para substituir ou compensar a falta de visão, fazendo intervir os outros sentidos, com possibilidade de interpretação; estar preparado para tomar atenção e seguir as regras de segurança.
Portanto, incutir confiança ao aluno cego é importante, como também é importante transmitir-lhe a noção de que para o êxito de um trabalho experimental há regras de segurança a respeitar e há potenciais situações de perigo a evitar. De resto, numa boa prática laboratorial é uma necessidade fundamental trabalhar com confiança com todos os alunos.
Precauções adicionais podem reduzir o risco da casualidade:
  • armários e gavetas ou áreas de armazenamento podem ser assinaladas com etiquetas em Braille;
  • todos os aparelhos devem estar no mesmo local, para deste modo os alunos saberem onde os encontrar e desenvolverem o hábito de os arrumar, depois do seu uso;
  • deve assegurar-se um espaço de trabalho suficiente, para nele se poderem mover facilmente, para poderem ter a percepção de ruídos que uma experiência pode ter associada;
  • se houver necessidade de acesso a algum aparelho e que este exija um percurso maior, é preferível recorrer a um colega que se encarregue desta tarefa: reduz os riscos e dá confiança ao aluno cego.
Deve haver uma atmosfera confiante e sossegada no laboratório, para que as perguntas possam ser respondidas e instruções ou avisos possam ser claramente ouvidos. Para tal, há que envolver toda a turma na obtenção de tais pré-requisitos.
A aproximação entre o professor e os seus alunos, em especial o aluno cego, é essencial e muitas vezes o grau de progresso desse aluno depende da personalidade do professor.
Os alunos devem ser encorajados a usar as informações que recebem através dos outros sentidos, para compensar a falta de visão.
O olfacto pode distinguir diferentes substâncias; o material de laboratório pode ser mostrado através do tacto; a audição permite obter informações várias, como a libertação de um gás.
Os outros sentidos, estando bastante mais treinados, permitem realizar um número enorme de investigações.
Adaptação de material
Existem muitos trabalhos práticos que podem ser realizados por alunos cegos; outros há que é completamente impossível. Não é, contudo, boa estratégia começar por aquilo que é impossível fazer, mas sim com o que é possível! Também, uma experiência que falha é tão importante como aquela que resulta, porque só assim se consegue mostrar ao aluno os pontos em que poderá ter errado.
A maioria dos problemas criados, na tentativa de fazer trabalhos práticos e demonstração de experiências a alunos cegos é óbvia. Regra geral, não há ajuda especial, nem aparelhos especiais construídos. Em alternativa, podem fazer-se algumas modificações simples, nos aparelhos normais de laboratório nalguns aspectos básicos.
  • Para obter medidas de comprimento, podem utilizar-se réguas em plástico, assinalando os 1/2 cm em Braille. As pessoas cegas não conseguem distinguir os mm, regra geral.
  • Métodos semelhantes de marcação são utilizados para fazer graduações de volumes compreensíveis a cegos.
  • Nas balanças, podem ser adaptadas fitas com escalas em Braille; a posição do ponteiro será determinada pelo tacto. Para balanças de precisão, tal já não é possível, na prática, pois iria causar erros de leitura.
Uma grande parte das experiências pode ser feita com o mínimo de modificações ou até sem nenhuma. Quando houver necessidade de algum equipamento adaptado para o uso do aluno cego, deverá ser analisado com ele o tipo de adaptação, a eficácia da mesma, bem como com o resto da turma, para que todos se sintam empenhados no bom funcionamento da aula.
 Equipamentos específicos
Há pequenos equipamentos específicos que facilitam o trabalho do aluno, no laboratório, como por exemplo:
  • Balança com escala graduada, em relevo.
  • Indicador de nível de líquidos. É composto por uma célula fotoeléctrica que permite, mediante som, detectar o nível que se pretende que alcance um líquido vertido num recipiente.
  • Termómetro de ambiente: termómetro adaptado, que emite sons audíveis ou vibrações tácteis. Um conjunto de sensores permite medir a temperatura ambiente e de líquidos.
  • Avisador de luz: instrumento cilíndrico e ponta cónica, provido de uma célula fotoeléctrica para captar a luz num espaço fechado, emitindo um som, cuja intensidade varia em função da luminosidade.
  • Detector de contrastes com gravador: indica o lugar onde se encontra a fonte de luz, assim como a origem da mesma. Distingue objectos com diferente contraste, tanto de dia como de noite.
Trabalho de grupo
Pequenos grupos de trabalho podem, contudo, ser de grande utilidade para situações difíceis ou impossíveis de "visualizar" a alunos cegos.
Normalmente, o trabalho experimental aos pares ou em grupos pequenos é vantajoso quando as dificuldades dos diferentes participantes são clarificadas desde o início e a tentativa de resolução exige colaboração mútua, partilhando ideias e ajudas.
Trabalhando com um colega, o aluno cego pode recordar e confrontar dados, fazer cálculos, tomar notas, enquanto o seu colega se encarrega de tarefes onde ele não pode colaborar.
É importante que, tal como os outros alunos, o aluno cego tenha, no início da aula, a informação escrita dos objectivos do trabalho experimental, do material e substâncias a utilizar, bem como a integração dos conhecimentos teóricos no aspecto prático. Instruções claras, em Braille ou em cassetes, devem estar preparadas para o aluno saber como proceder. As dificuldades, por ele encontradas na prática devem ser detectadas e resolvidas.
Em resumo:
Muitas experiências podem ser feitas por um aluno cego; outras não! Experiências há, em Química, tão perigosas para os cegos como para os normovisuais. Regra geral, poder-se-á reter:
  • Os aparelhos poderão ser modificados e/ou adaptados quando necessário e as modificações serão tão simples quanto possível.
  • As modificações devem ser igualmente aceitáveis para o uso de toda a turma.
  • Equipamentos especiais devem utilizar-se, no mínimo.
  • Os professores devem pensar e imaginar bases práticas para os alunos perceberem por eles próprios o trabalho experimental.

 Aspectos específicos do programa
A teoria não é mais difícil para um estudante cego do que para aquele que vê. É baseada na estrutura electrónica da matéria e um átomo descrito verbalmente ou representado por esferas não é tirado da realidade visível.
Uma equação química em Braille não será tão explícita como em negro, mas a inteligibilidade é a mesma.
As maiores dificuldades no ensino da Física e Química, para além das já mencionadas na parte laboratorial, residem nos seguintes factores:
Encontrar maneiras e meios de criar e estimular interesse na disciplina.
Conseguir eficiente comunicação de informação de outra forma, sem ser através da comunicação visual.
Os livros de texto são a solução parcial mais comum. Contudo, nem todos os livros editados se encontram feitos em Braille.
Os livros, próprios para estes alunos, parecem ser menos atractivos que os outros que têm fotografias estimulantes, cores, diagramas e, para além disso, um livro para um estudante normovisual pode corresponder a vários volumes de Braille para um estudante cego.
Contudo, o uso de livros de texto, para referência ocasional e tempo individual de leitura bem como guia de revisão, é vantajoso.
Como alternativa, muitas vezes, há que usar notas ditadas, mais do que o desejado. Cada aluno guardará as suas notas, como livro de texto auxiliar.
 Diagramas
Os diagramas são uma ajuda inestimável para a compreensão da literatura científica. Estes são cada vez mais usados em Braille e, com materiais acessíveis, podemos obter e utilizar com o aluno cego representações que permitam a compreensão de determinados conceitos. font-family:Arial">Isto é um grande auxílio e muitas vezes compensa a impossibilidade de usar o quadro, como ajuda comum visual. Há que ter a certeza de que os diagramas estão bem representados, sem grandes quantidades de informação.
Os alunos têm de ser cuidadosamente introduzidos na técnica de ler diagramas e às vezes alguma ajuda na interpretação dos mesmos é necessária com cada diagrama novo. Mesmo circuitos eléctricos mais complexos, com símbolos usuais, podem ser lidos através da sua representação. Na maioria dos casos, as dificuldades sentidas pelos alunos cegos desaparecem desde que tenham todo o material necessário em devido tempo, tenham adquirido e consolidado conhecimentos na grafia Braille e dela tenham o treino suficiente.
 Modelos em Relevo
Para tentar explicar alguns conceitos e estruturas químicas, os modelos em relevo são úteis, mas isso traria algumas desvantagens:
- Os modelos vão sendo úteis até determinado momento, mas, a partir de determinado nível de conhecimento, há que ultrapassar essa ajuda e passar a uma representação e escrita simbólica, própria da disciplina.
- Os conhecimentos adquiridos pelos alunos cegos não poderão ser diferentes: deverão ser idênticos e com o mesmo grau de exigência dos alunos normovisuais.
 O ensino da Química exige uma simbologia Braille própria. Com as várias soluções gráficas que apresenta, permite que os alunos possam escrever e reproduzir todos os modelos que os outros alunos escrevem a negro.
Poderá parecer às pessoas com visão que um esquema em relevo das fórmulas químicas seria compreensível para o cego. Mas, enquanto a visão é um sentido sintético, em que a forma é apreendida na sua globalidade antes de ser analisada em pormenor, o tacto é um sentido analítico que exige sempre um grande esforço de abstracção e síntese; logo, não permite "ver" em perspectiva.
Para alunos com conhecimentos mais avançados e já depois de ter uma experiência vasta na exploração de modelos que interpretam a posição dos átomos nas moléculas, uma representação em relevo feita no plano pode ser explícita. No entanto, antes deve ser ensinado a fazer a transposição da representação a 3 dimensões para a representação a 2 dimensões, por abstracções sucessivas.
Tudo se passa de modo idêntico aos restantes alunos, que têm que aprender a interpretar a representação de moléculas mais ou menos complexas, feitas no plano.
Dado que átomos e moléculas são de reduzidas dimensões e as partículas constituintes, como os electrões, núcleos atómicos, são ainda de dimensões inferiores às dos átomos, estando em constante movimento, a possibilidade que existe é a de definir estatisticamente zonas onde é mais provável encontrar os electrões e as posições de equilíbrio dos núcleos atómicos. Assim, todas as fórmulas químicas existentes não sugerem a realidade e limitam-se a ser imagens de realização material possível, adoptadas e concebidas pelo Homem.
Do mesmo modo, também a representação química em Braille é a tradução esquemática dessas imagens, num código diferente do visual - código adaptado ao tacto.

A grafia química braille
A grafia química Braille permite, igualmente, a escrita da representação de:
  • átomos ou grupos de átomos que constituem as moléculas;
  • indicação do tipo de ligação entre átomos ou grupos de átomos;
  • a escrita de equações químicas que representam reações químicas;
  • a explicação da estrutura dos grupos funcionais.
Enfim, um bom conhecimento da grafia Braille, permite a qualquer aluno cego adquirir todos os conhecimentos que qualquer outro aluno normovisual obtém.
O ensino das disciplinas de Física e Química é difícil, dado a sua especificidade e as limitações dos alunos inerentes à sua deficiência, mas não impossível.
Com as sugestões apresentadas a nível de adaptação de materiais, de planificação e preparação de material prévias para as aulas, duma boa preparação e domínio da grafia Braille, poderá ser gratificante o ensino e a aprendizagem destas disciplinas.
 
"Os meus olhos são uns olhos.
E é com esses olhos uns
Que eu vejo no mundo escolhos
onde outros, com outros olhos,
não vêem escolhos nenhuns."
("Impressão Digital", in Poesias Completas, António Gedeão)

Livro
Grafia química Braille