Dois alunos finalistas do Instituto Politécnico de Viana do Castelo criaram um guia de compras inédito, a pensar em todos os consumidores invisuais e nas barreiras que enfrentam, diariamente, em atividades tão simples e banais como, por exemplo, ir ao supermercado.
Pelo nome 'Guia de Apoio à Navegação de Invisuais em Superfícies Comerciais', o projeto tem por base aparelhos tecnologicamente avançados capazes de ajudar os invisuais a conseguir cumprir a tarefa de ir às compras, através da eliminação de várias inacessibilidades com que se deparam.
“Aquilo que criámos foi um sistema que permite apoiar um invisual na gestão otimizada da sua navegação numa superfície comercial, durante o processo de aquisição de bens existentes numa lista de compras pré-configurada”, explica Tiago Santos, finalista do curso de Engenharia Eletrónica e Redes de Computadores e um dos mentores do projeto, em comunicado.
“Uma das tarefas mais complicadas que um invisual enfrenta no seu quotidiano é a visita a uma superfície comercial para fazer compras. Tendo em conta que há, todos os dias, novos produtos a chegar às prateleiras e que as suas posições no espaço sofrem constantes alterações, quisemos criar um guia especialmente dirigido a pessoas com deficiência visual", acrescenta João Palma, igualmente finalista do curso e mentor do projeto.
O mesmo é "capaz de, automaticamente, gerar um percurso otimizado tendo em conta critérios espaciais e de proximidade entre os produtos existentes na lista de compras, minimizando assim a distância percorrida pelo invisual nesse processo”.
A verdade é que só os invisuais sabem a verdadeira missão impossível que pode ser uma simples ida ao supermercado - encontrões, carrinhos abandonados no meio do caminho, prateleiras perdidas, etc. Agora, no sistema desenvolvido por João e Tiago, "a localização do indivíduo tira partido de tecnologia RFID que é colocada no pavimento em pontos de decisão de um sistema de orientação tátil pré-existente".
Para o efeito, foi ainda desenvolvido um "dispositivo de leitura de RFID com capacidade de comunicar com um SmartPhone através de comunicações sem fios". Os autores explicam ainda que, no dispositivo móvel, “a interface com o utilizador é baseada em voz e utiliza a framework para conversão de texto para voz e reconhecimento de fala existente no SDK Android”.
O protótipo foi já desenvolvido, estando, neste momento, em fase de testes com utilizadores em ambiente real.
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