Acaba de ser dada a conhecer
mais uma esperança para os invisuais. Um novo implante ocular denominado Alpha
IMS e desenvolvido na Alemanha conseguiu restaurar a visão de vários pacientes
cegos com retinite pigmentosa no âmbito de um ensaio clínico cujos resultados
"encorajadores" foram recentemente apresentados.
O sistema, manufaturado pela empresa alemã
Retina Implant AG, especialista no desenvolvimento de implantes sub-retinais,
consiste num micro-chip eletrónico sem fios com 3 x 3 milímetros e com uma
resolução de 1.500 pixéis. O dispositivo, implantado sob a retina, estimula o
nervo ótico, fazendo com que este envie os dados visuais ao cérebro.
Uma das grandes vantagens do sistema é que, ao
contrário de outros métodos similares, este implante não se apoia numa câmara
externa: em vez disso, a luz é detetada no interior do olho do paciente, fazendo
com que este possa mover os olhos para ver o que se passa à sua volta em vez de
mover a cabeça.
Além disso, o Alpha IMS apresenta uma grelha de
resolução muito superior à dos seus antecessores e, por ser implantado
diretamente sob a retina, permite que esta parte do olho processe as informações
recebidas antes de as enviar ao córtex visual.
Em comunicado, a Retina Implant AG revela que o
seu mais recente ensaio clínico em humanos, o segundo realizado pela companhia
desde 2005, envolveu nove pacientes alemães com retinite pigmentosa (doença
hereditária que causa a degeneração da retina e consequente cegueira) que
receberam um destes micro-chips.
Ao longo dos três a nove meses de observação, a
visão funcional da maioria dos voluntários foi recuperada e dois dos
participantes no ensaio conseguiram mesmo ver com uma resolução superior à
alcançada pelos pacientes dos primeiros testes clínicos com o
dispositivo.
"Dos nove pacientes observados ao longo do
estudo [publicado na revista científica Proceedings of the Royal Society B],
três foram capazes de ler letras espontaneamente. Durante a observação dentro e
fora do laboratório, os pacientes reportaram também a capacidade de reconhecer
rostos, distinguir objetos como telefones e ler sinais em portas", revelou a
Retina Implant AG.
De acordo com Eberhart Zrenner, o coordenador
da investigação, "os resultados do primeiro ensaio clínico com humanos já tinham
excedido as expetativas" e a equipa "está ainda mais encorajada pelos resultados
do segundo ensaio", que teve início em Maio de 2010 em Tuebingen, na Alemanha, e
entretanto se expandiu a Hong Kong e ao Reino Unido.
"Esta investigação fornece-nos evidências
adicionais de que a nossa tecnologia de implantes sub-retinais pode ajudar
pacientes com degeneração ocular a recuperar a visão funcional sem a necessidade
de equipamentos externos e visíveis", concluiu Zrenner.
Clique AQUI
para aceder ao estudo completo (em inglês).
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