segunda-feira, 11 de fevereiro de 2013

O primeiro olho biónico


Após vários anos de investigação, o primeiro olho biónico foi criado nos EUA e implantado em dezenas de deficientes visuais de todo o mundo, que conseguiram recuperar parcialmente a visão. Agora, o dispositivo, que já foi aprovado pelas autoridades europeias, está a aguardar a aprovação da Agência de Alimentos e Medicamentos norte-americana (FDA) e deverá, em breve, começar a ser comercializado a nível internacional.


O olho biónico, denominado Argus 2, foi produzido pela empresa californiana Second Sight Medical Products e funciona através de elétrodos implantados na retina e de lentes equipadas com uma câmara em miniatura.

Este implante permite aos pacientes que sofrem de retinite pigmentosa, uma doença que provoca a degeneração dos fotorrecetores da retina - que transformam a luz em sinais eletroquímicos transmitidos para o cérebro - e que, só nos EUA, afeta cerca de 100.000 pessoas, recuperar a visão.

Em declarações à AFP, Brian Mech, da empresa Second Sight, explicou que "esta prótese da retina permite estimular diretamente o nervo com sinais de vídeo e uma carga elétrica transmitida sem fios segundo determinadas frequências de 60 elétrodos implantados na retina".

Argus 2 já está disponível em vários países europeus

O olho biónico foi alvo de um ensaio clínico que envolveu 30 pessoas, entre os 28 e os 77 anos, que eram totalmente cegas (com acuidade visual abaixo de 1/10, sendo que a normal é de 10/10).

Com o dispositivo, os pacientes conseguiram, em média, recuperar uma acuidade visual de 0,17/10, que lhes permite distinguir formas a preto e branco, mas não rostos. Ainda assim, afirmou Mech, "os resultados variam muito de um paciente para outro".

"Alguns observaram uma leve melhora, ao passo que outros conseguem ler títulos grandes de jornais quando antes eram totalmente cegos", revelou o responsável, acrescentando que, em alguns casos, os pacientes foram, inclusive, capazes de ver e distinguir as cores.

O Argus 2 já está disponível em vários países europeus por 73 mil euros e, de acordo com Mech, deverá tornar-se um sucesso comercial. "Temos muitas intervenções cirúrgicas programas", desvendou.

Equipas trabalham em diferentes olhos biónicos

Atualmente, outras equipas de cientistas estão a tentar desenvolver um olho biónico com melhor resolução de imagem e mais elétrodos implantados na retina. Um grupo de investigadores do prestigiado MIT - Massachusetts Institute of Technology, por exemplo, está a trabalhar num sistema que teria até 400 elétrodos.

Já uma equipa da Universidade de Stanford, no oeste da Califórnia, coordenada pelo especialista Daniel Palanker, está empenhada no desenvolvimento de uma abordagem diferente que substituiria os elétrodos por minúsculas células fotovoltaicas.
 

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