Uma mulher norte-americana
recuperou a visão depois de um implante pioneiro que consistiu na colocação de
um telescópio do tamanho de uma ervilha no seu olho. Graças aos cirurgiões do UC
Davis Medical Center, Virginia Bane, de 89 anos, pode voltar a ler e a pintar
depois de sete anos de escuridão.
Por sofrer de degeneração macular, uma das
maiores causas da cegueira, em fase avançada, Bane perdeu, progressivamente, a
visão, o que a obrigou a deixar a sua maior paixão - as aguarelas - e tornou
impossível algo tão banal como ler um livro. Agora, tornou-se uma das 50
primeiras cidadãs dos EUA a receber o implante, que lhe devolveu a qualidade de
vida.
"Consigo ver melhor do que nunca. As cores
estão mais vibrantes, bonitas e naturais e consigo ler letras grandes com os
meus óculos", conta a octogenária, citada pelo jornal britânico Daily Mail. "Não
consegui ler durante os últimos sete anos e também estou ansiosa para voltar a
pintar", acrescenta.
O implante em questão, de dimensões minúsculas,
permite focar imagens nas áreas não danificadas da retina e, embora seja,
atualmente, uma enorme inovação, tem potencial para vir a popularizar-se. "Este
implante telescópico repara a visão projetando as imagens numa parte não afetada
da retina, o que torna possível para os pacientes voltarem a ver a cara das
pessoas e os detalhes dos objetos que se encontram à sua frente", explica Mark
Mannis, especialista de oftalmologia e ciências da visão do UC Davis Health
System.
Desde a cirurgia, realizada em Maio, Bane tem
estado a trabalhar com optometristas da associação Society for The Blind e
terapistas ocupacionais do UC Davis Medical Center para aprender a utilizar o
seu novo "olho", treinando o cérebro para o aproveitar da melhor forma: o olho
com o implante é usado, por exemplo, para ler e ver ao perto, ao passo que o
outro oferece a visão periférica, fornecendo-lhe as informações necessárias para
andar na rua ou em casa sem problemas.
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