Descrição da imagem: homem deficiente visual a utilizar bengala.
A efeméride tem o objectivo de reconhecer a independência das pessoas com deficiência visual e sua plena participação na sociedade. Simbolicamente a Bengala Branca representa a independência, a liberdade e a confiança.
Já na Antiguidade as pessoas cegas usavam a bengala como auxiliar de orientação e como apoio. Por isso ela em breve se tornou uma espécie de braço prolongado do não-vidente. Quando o trânsito automóvel começou a constituir um perigo para este, a bengala teve de se transformar num sinal: «Cuidado! Vem aí alguém que não te vê!»
E para que o cego pudesse ser notado a tempo, era preciso começar por tornar a bengala mais visível: passou a ser branca. Quem teve essa ideia de longo alcance foi a condessa Guilly Herbemont, que em 1931 perante entidades públicas em Paris presenteou pessoas cegas com 100 bengalas brancas. A bengala branca transformou-se no distintivo dos cegos, não tardando a assumir a função de sinal de trânsito protector para maior segurança destes enquanto peões.
Muitos atribuem à bengala um instrumento de identificação que aquele individuo é “cego”. Esta concepção na maioria das vezes surge da própria pessoa cega e que por preconceito consigo mesmo, muitos se recusam ao uso da bengala.
Mas a bengala é símbolo de vitória e independência para aqueles que a usam, pois com ela podemos perceber as mais diferentes sensações táteis. É com ela que o cego conquistou não só a sua independência e autonomia, mas conquistou também o respeito de ser um cidadão atuante, pronto a ingressar na faculdade e no mercado de trabalho, assim também como a admiração de todos.
Se desde cedo a criança cega ou com visão reduzida for consciencializada e estimulada pela família a usar a bengala, poderá lidar muito mais com as dificuldades próprias e peculiares da infância, do que com uma sobrecarga de problemas e tabus adicionada pelos receios, incertezas e preconceitos do adulto. O mesmo certamente acontece com o adolescente e com o adulto, pois as dificuldades e características destas fases serão enfrentadas e resolvidas sem o stress da preponderância da sua condição de deficiente visual.
Sugestão de atividade: Leitura do livro infantil “Topas e o Coelhinho Branco”
"Topas era uma corajosa toupeira que vivia furando caminhos por debaixo da terra. Procurava lutar para sobreviver, sem nunca desistir. Como qualquer toupeira era cega mas imaginava a beleza das coisas que a rodeavam."
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