Quase 40 milhões de pessoas no mundo estão desnecessariamente cegas e outras
240 milhões têm baixa visão. Praticamente 285 milhões de pessoas com deficiência
visual vivem em países em desenvolvimento e sofrem de erros de refração não
corrigidos e catarata.
Mas a Unidos pela Visão, uma empresa social localizada em New Haven, Connecticut, está
fortalecendo comunidades ao redor do mundo para melhorar os cuidados dos olhos e
diminuir as possibilidades de deficiência visual. A organização assegura
tratamento oftalmológico – seja com medicação, uma cirurgia de restauração da
visão a 150 dólares ou até mesmo um par de óculos – para pacientes que vivem em
situação de pobreza em Gana, Índia, Honduras e também nos EUA e Canadá.
Mais de 1,3 milhões de pessoas no mundo superaram as barreiras de cuidados
com os olhos através dos serviços oferecidos pela Unidos pela Visão,
podendo elas pagar ou não pelo serviço – a conta sempre foi coberta pela
organização social.
A pobreza, com frequência, cobra um preço que impede muitos de chegar aos
serviços de saúde. Moradores rurais podem levar metade do dia para chegar a um
centro qualificado de cuidados oftalmológicos e mesmo que eles tenham recursos
para pagar pelo serviço, geralmente não podem (ou não querem) gastar suas
preciosas horas de trabalho em trânsito.
Outros têm medo de médicos, abalados com a falta de informação sobre
procedimentos cirúrgicos; há um mito difundido na África do Oeste de que a
cirurgia de catarata envolve a substituição do olho danificado por um olho de
cabra.
“Muitos pacientes (em países em desenvolvimento) acham que quando seus
cabelos ficam grisalhos, seus olhos ficam pálidos – um sintoma da catarata
avançada,” disse Jennifer Staple-Clark, visionária e empreendedora social da
Unidos pela Visão e vencedora do desafio “Mais Saúde” do Changemakers da Ashoka.
“Eles pensam que faz parte do envelhecimento e que nada pode ser feito.”
As barreiras que os pacientes apresentam em relação aos cuidados de saúde
causam milhares de perdas de visão a cada ano, mas há esperança. “Na verdade,
uma cirurgia de catarata de 15 minutos restaura a visão de uma pessoa por
completo”, diz Staple-Clark, e completa explicando que 80% das questões ligadas
aos olhos dos pacientes são de fácil prevenção.
Staple-Clark primeiro sonhou em eliminar a deficiência visual em 2000,
enquanto estudava no segundo ano na Yale University, trabalhando como assistente
de pesquisa em uma clínica de olhos de New Haven. Embora a maioria de seus
pacientes tivesse seguro de saúde e tivesse feito exames médicos de rotina, eles
sofriam de glaucoma, uma doença ocular que resulta em cegueira se não tratada.
Os pacientes de Staple-Clark frequentemente expressavam arrependimento por nunca
ter visitado um optometrista, uma experiência que a motivou a fundar uma
organização estudantil que conectasse os membros da comunidade de New Haven com
programas de cuidados da saúde com cobertura nacional através da Academia
Americana de Oftamologia e da Associação Americana de Optometria. O trabalho da
estudante foi tão bem sucedido que Staple-Clark ampliou seu modelo de cuidado
dos olhos para 50 divisões de Universidades nos Estados Unidos e Canadá. Hoje, a
Unidos pela Visão investe recursos humanos e financeiros em clínicas
oftalmológicas locais para oferecer serviços de qualidade de cuidados com os
olhos (incluindo exames, diagnóstico, tratamento e cirurgia) para aqueles que
vivem em situação de pobreza.
“Nossos colaboradores atendem entre 100 e 300 pacientes por dia em qualquer
lugar”, Staple-Clark disse ao Changemakers. “Em um ano, oftalmologistas,
enfermeiras e optometristas da Unidos pela Visão chegam às regiões rurais para
oferecer tratamento presencial, além de transportar pacientes que precisam de
cuidados e cirurgia avançados nos centros em grandes cidades tais como
Acra.”
O programa da Unidos pela Visão em Gana é apoiado por 45 oftalmologistas do país e atualmente
realiza metade de todas as operações aos olhos.
quinta-feira, 29 de dezembro de 2011
Em Matosinhos os restaurantes vão ter ementas em Braille
A partir do próximo mês, os restaurantes da cidade de Matosinhos vão
tornar-se mais acessíveis às pessoas com deficiência visual. Tudo graças a uma
iniciativa que passa pela transcrição para Braille das ementas de cerca de 30
estabelecimentos hoteleiros especializados em peixe e marisco, anunciou a
Associação dos Cegos e Amblíopes de Portugal (ACAPO).
A ação está a ser promovida por esta entidade em parceria com a Associação
dos Restaurantes de Matosinhos (ARM) e será lançada no Dia
Mundial do Braille, que se assinala a 4 de Janeiro, com um jantar
especial num dos restaurantes aderentes, o Dom Peixe.
À Lusa, o presidente da ARM explicou que o projeto surgiu em consequência da
vontade de "elevar o nível dos restaurantes associados, melhorando o atendimento
que é prestado" a estes clientes."Para nós, esta iniciativa inovadora
faz todo o sentido e se ajudar a que outros restaurantes sigam o exemplo,
melhor", afirmou Rui Sousa Dias.
As cartas em Braille estarão disponíveis em restaurantes nas freguesias de
Matosinhos, Perafita e Leça da Palmeira.
Os estabelecimentos aderentes são os seguintes: O Filipe, Rei da Sardinha
Assada, Casa da Boa Gente, SegundaCasa, Doca X, Dom Peixe, Sempr’Assar, O
Valentim, Cais 51, Tito I, Tito II, O Lusitano, S.Valentim, Palato, O Xarrôco,
Lage do Senhor do Padrão, Trás D’Orelha, Salta-Ó-Muro, D. Zeferino, O Gaveto, O
Manel, A Marisqueira de Matosinhos e O Iate, O Arquinho do Castelo, Os Rapazes e
Jácome, A Casinha e Veleiros.
tornar-se mais acessíveis às pessoas com deficiência visual. Tudo graças a uma
iniciativa que passa pela transcrição para Braille das ementas de cerca de 30
estabelecimentos hoteleiros especializados em peixe e marisco, anunciou a
Associação dos Cegos e Amblíopes de Portugal (ACAPO).
A ação está a ser promovida por esta entidade em parceria com a Associação
dos Restaurantes de Matosinhos (ARM) e será lançada no Dia
Mundial do Braille, que se assinala a 4 de Janeiro, com um jantar
especial num dos restaurantes aderentes, o Dom Peixe.
À Lusa, o presidente da ARM explicou que o projeto surgiu em consequência da
vontade de "elevar o nível dos restaurantes associados, melhorando o atendimento
que é prestado" a estes clientes."Para nós, esta iniciativa inovadora
faz todo o sentido e se ajudar a que outros restaurantes sigam o exemplo,
melhor", afirmou Rui Sousa Dias.
As cartas em Braille estarão disponíveis em restaurantes nas freguesias de
Matosinhos, Perafita e Leça da Palmeira.
Os estabelecimentos aderentes são os seguintes: O Filipe, Rei da Sardinha
Assada, Casa da Boa Gente, SegundaCasa, Doca X, Dom Peixe, Sempr’Assar, O
Valentim, Cais 51, Tito I, Tito II, O Lusitano, S.Valentim, Palato, O Xarrôco,
Lage do Senhor do Padrão, Trás D’Orelha, Salta-Ó-Muro, D. Zeferino, O Gaveto, O
Manel, A Marisqueira de Matosinhos e O Iate, O Arquinho do Castelo, Os Rapazes e
Jácome, A Casinha e Veleiros.
Linha de brinquedos portugueses para crianças invisuais
Peças foram testadas por crianças do distrito de Aveiro.
São brinquedos coloridos, com texturas e materiais diferentes que foram concebidos “expressamente a pensar em crianças com dificuldades visuais”, explica Leonor Pereira, mestre em Engenharia Têxtil pela Universidade do Minho (UMinho), que desenvolveu a dissertação «Design Inclusivo: Tocar para Ver – Brinquedos para Crianças Cegas e de Baixa Visão».
Esta linha de divertimentos infantis visa ajudar as crianças a interagir de forma saudável com os restantes colegas. “É incluí-las a todos os níveis, proporcionar-lhes maneiras de brincar, conviver e interagir entre as duas realidades”, explica. Não basta criar peças de ‘design’ por si só, esclarece Leonor Pereira, que é professora do ensino básico há vários anos. O objectivo principal é conceber produtos com qualidade estética e táctil, que visa proporcionar uma maior integração das crianças com problemas visuais no meio envolvente.
O desenvolvimento da motricidade fina e da percepção de texturas por parte das crianças envolvidas é notório: “São brinquedos que elas podem explorar com as mãos, descobrindo as diferentes texturas, reconhecendo as formas, os pormenores, as semelhanças e as diferenças, bem como estimular a coordenação e a integração dos sentidos”.
Estas peças foram testadas por crianças de um jardim-de-infância do distrito de Aveiro, com idades compreendidas entre os três e seis anos. O feedback foi “muito positivo” e os resultados decorrentes desta nova forma de inclusão social foram vantajosos: “A interacção entre as crianças foi extremamente engraçada e enriquecedor verificar que elas perceberam o sentido da brincadeira e partilharam a mesma experiência que as restantes”, certifica a professora.
Leonor Pereira.
As peças foram construídas com base nas texturas, relevos e cores recorrendo, por isso, a diferentes malhas e bordados, perceptíveis através do tacto. Leonor Pereira aproveita para referir a escassez de brinquedos adaptados, obrigando os educadores a construir do zero objectos didácticos, sem terem muitas vezes formação para tal. A comercialização é uma possibilidade: “Ficamos com uma forte vontade de concretizar este projecto e torná-lo mais real, à disposição de todos”, assinalou ainda.
A pouca formação dos professores relativamente à educação especial é uma das críticas apontadas pela antiga aluna da UMinho. “É muito difícil conseguirmos perceber as necessidades das crianças cegas, autistas ou surdas. Temos sempre o apoio dos professores do ensino especial, que trabalham especificamente com eles, mas nem sempre é suficiente”, explica.
A formação inicial, a aposta em equipamentos e a adaptação dos espaços nas escolas são algumas das sugestões. Esta não é, segundo Leonor Pereira, uma sociedade completamente inclusiva, porque ainda há muitas barreiras: “As crianças com deficiências não usufruem das mesmas oportunidades do que as restantes”, conclui.
São brinquedos coloridos, com texturas e materiais diferentes que foram concebidos “expressamente a pensar em crianças com dificuldades visuais”, explica Leonor Pereira, mestre em Engenharia Têxtil pela Universidade do Minho (UMinho), que desenvolveu a dissertação «Design Inclusivo: Tocar para Ver – Brinquedos para Crianças Cegas e de Baixa Visão».
Esta linha de divertimentos infantis visa ajudar as crianças a interagir de forma saudável com os restantes colegas. “É incluí-las a todos os níveis, proporcionar-lhes maneiras de brincar, conviver e interagir entre as duas realidades”, explica. Não basta criar peças de ‘design’ por si só, esclarece Leonor Pereira, que é professora do ensino básico há vários anos. O objectivo principal é conceber produtos com qualidade estética e táctil, que visa proporcionar uma maior integração das crianças com problemas visuais no meio envolvente.
O desenvolvimento da motricidade fina e da percepção de texturas por parte das crianças envolvidas é notório: “São brinquedos que elas podem explorar com as mãos, descobrindo as diferentes texturas, reconhecendo as formas, os pormenores, as semelhanças e as diferenças, bem como estimular a coordenação e a integração dos sentidos”.
Estas peças foram testadas por crianças de um jardim-de-infância do distrito de Aveiro, com idades compreendidas entre os três e seis anos. O feedback foi “muito positivo” e os resultados decorrentes desta nova forma de inclusão social foram vantajosos: “A interacção entre as crianças foi extremamente engraçada e enriquecedor verificar que elas perceberam o sentido da brincadeira e partilharam a mesma experiência que as restantes”, certifica a professora.
Leonor Pereira.
As peças foram construídas com base nas texturas, relevos e cores recorrendo, por isso, a diferentes malhas e bordados, perceptíveis através do tacto. Leonor Pereira aproveita para referir a escassez de brinquedos adaptados, obrigando os educadores a construir do zero objectos didácticos, sem terem muitas vezes formação para tal. A comercialização é uma possibilidade: “Ficamos com uma forte vontade de concretizar este projecto e torná-lo mais real, à disposição de todos”, assinalou ainda.
A pouca formação dos professores relativamente à educação especial é uma das críticas apontadas pela antiga aluna da UMinho. “É muito difícil conseguirmos perceber as necessidades das crianças cegas, autistas ou surdas. Temos sempre o apoio dos professores do ensino especial, que trabalham especificamente com eles, mas nem sempre é suficiente”, explica.
A formação inicial, a aposta em equipamentos e a adaptação dos espaços nas escolas são algumas das sugestões. Esta não é, segundo Leonor Pereira, uma sociedade completamente inclusiva, porque ainda há muitas barreiras: “As crianças com deficiências não usufruem das mesmas oportunidades do que as restantes”, conclui.
segunda-feira, 26 de dezembro de 2011
Revogação do documento Currículo Nacional do Ensino Básico - Competências Essenciais
Pelo Despacho 17169/2011, publicado hoje em Diário da República, o Ministro da Educação procede à revogação do documento Currículo Nacional do Ensino Básico. Pode ler-se no normativo:
a) O documento Currículo Nacional do Ensino Básico — Competências Essenciais deixa de constituir documento orientador do Ensino Básico em Portugal;
b) As orientações curriculares desse documento deixam de constituir referência para os documentos oficiais do Ministério da Educação e Ciência, nomeadamente para os programas, metas de aprendizagem, provas e exames nacionais;
c) Os programas existentes e os seus auxiliares constituem documentos orientadores do ensino, mas as referências que neles se encontram a conceitos do documento Currículo Nacional do Ensino Básico — Competências Essenciais deixam de ser interpretados à luz do que nele é exposto;
d) Os serviços competentes do Ministério de Educação e Ciência, através da Secretaria de Estado do Ensino Básico e Secundário, irão elaborar documentos clarificadores das prioridades nos conteúdos fundamentais dos programas; esses documentos constituirão metas curriculares a serem apresentadas à comunidade educativa, e serão objecto de discussão pública prévia à sua aprovação.
a) O documento Currículo Nacional do Ensino Básico — Competências Essenciais deixa de constituir documento orientador do Ensino Básico em Portugal;
b) As orientações curriculares desse documento deixam de constituir referência para os documentos oficiais do Ministério da Educação e Ciência, nomeadamente para os programas, metas de aprendizagem, provas e exames nacionais;
c) Os programas existentes e os seus auxiliares constituem documentos orientadores do ensino, mas as referências que neles se encontram a conceitos do documento Currículo Nacional do Ensino Básico — Competências Essenciais deixam de ser interpretados à luz do que nele é exposto;
d) Os serviços competentes do Ministério de Educação e Ciência, através da Secretaria de Estado do Ensino Básico e Secundário, irão elaborar documentos clarificadores das prioridades nos conteúdos fundamentais dos programas; esses documentos constituirão metas curriculares a serem apresentadas à comunidade educativa, e serão objecto de discussão pública prévia à sua aprovação.
Palestiniana autista e cega tornou-se pianista com a ajuda
A história de Rasha já deu origem a um documentário
Quando um casal de missionários holandeses a encontrou, Rasha Hamid encontrava-se em muito mau estado.
Aos 4 anos, ela e a irmã viviam confinadas num quarto desde o nascimento. Alimentadas só com leite, sofriam de grave atraso mental e físico. Mal falavam, batiam constantemente com a cabeça, enfiavam os dedos nos olhos. Foram recolhidas pelo casal Vollbehrs e mais tarde integradas em Beit Yemina, a escola- orfanato por eles criada nas imediações de Belém.
Um dia, quando se cantava um hino, Rasha começou a acompanhar com uma harmonia própria. Surpreendidos, os Vollbehrs perceberam que tinham ali alguém com verdadeiro talento musical. Compraram um piano, onde Helena Vollbehrs ensinou Rasha a tocar.
Quanto se tornou necessário que ela prosseguisse os estudos a um nível superior, levaram-na para o conservatório.
A política não era importante
A professora Devorah Schramm, nascida nos EUA e judia ortodoxa (apresenta-se sempre com a pesada peruca que as normas religiosas impõem), foi informada de que havia uma criança cega à sua espera.
Percebeu que além de cega, Rasha tinha severos bloqueios mentais e comunicacionais, e era palestiniana. Mas nem hesitou. Para ela, a política não tem muita importância. Aceitou a aluna de 11 anos, e nunca se arrependeu.
Logo nas primeiras aulas, ficou espantada com as harmonias que ela gerava espontaneamente. Harmonias negras, insólitas, que formariam a base de muitas das futuras composições de Rasha.
Quando lhe perguntam o que significa a música para a sua aluna, Schramm responde com uma palavra: paz.
Intifada, e dificuldades financeiras
Se a vocação musical estava fora de dúvida, algumas das outras dificuldades permaneciam. Houve momentos difíceis, tanto a nível da relação entre aluna e professora (embora Schramm diga que o melhor de tudo, para si, foram os momentos em que Rasha, incapaz de articular palavras, se virava para ela com ternura) como das evoluções lá fora.
Entre esses anos de aprendizagem teve lugar a segunda Intifada, especialmente sangrenta. A certa altura, militantes palestinianos disparavam da zona onde Rasha vivia para aquela onde vivia Devorah. Mas esta não se deixou dissuadir.
Hoje em dia Rasha está com 36 anos, e a relação continua. Os problemas agora são ao mesmo tempo políticos e financeiros. Beit Yemina tem de gastar muito dinheiro para obter as autorizações que permitem a Rasha ir a Israel para ter aulas. Fala-se em cortar.
Devorah espera que não aconteça. E evoca o prazer de Rasha quando toca em público e ouve os aplausos. "Às vezes ela própria aplaude".
Ler mais: http://aeiou.expresso.pt/palestiniana-autista-e-cega-tornou-se-pianista-com-a-ajuda-de-uma-judia-ortodoxa=f694490#ixzz1heautVqW
Quando um casal de missionários holandeses a encontrou, Rasha Hamid encontrava-se em muito mau estado.
Aos 4 anos, ela e a irmã viviam confinadas num quarto desde o nascimento. Alimentadas só com leite, sofriam de grave atraso mental e físico. Mal falavam, batiam constantemente com a cabeça, enfiavam os dedos nos olhos. Foram recolhidas pelo casal Vollbehrs e mais tarde integradas em Beit Yemina, a escola- orfanato por eles criada nas imediações de Belém.
Um dia, quando se cantava um hino, Rasha começou a acompanhar com uma harmonia própria. Surpreendidos, os Vollbehrs perceberam que tinham ali alguém com verdadeiro talento musical. Compraram um piano, onde Helena Vollbehrs ensinou Rasha a tocar.
Quanto se tornou necessário que ela prosseguisse os estudos a um nível superior, levaram-na para o conservatório.
A política não era importante
A professora Devorah Schramm, nascida nos EUA e judia ortodoxa (apresenta-se sempre com a pesada peruca que as normas religiosas impõem), foi informada de que havia uma criança cega à sua espera.
Percebeu que além de cega, Rasha tinha severos bloqueios mentais e comunicacionais, e era palestiniana. Mas nem hesitou. Para ela, a política não tem muita importância. Aceitou a aluna de 11 anos, e nunca se arrependeu.
Logo nas primeiras aulas, ficou espantada com as harmonias que ela gerava espontaneamente. Harmonias negras, insólitas, que formariam a base de muitas das futuras composições de Rasha.
Quando lhe perguntam o que significa a música para a sua aluna, Schramm responde com uma palavra: paz.
Intifada, e dificuldades financeiras
Se a vocação musical estava fora de dúvida, algumas das outras dificuldades permaneciam. Houve momentos difíceis, tanto a nível da relação entre aluna e professora (embora Schramm diga que o melhor de tudo, para si, foram os momentos em que Rasha, incapaz de articular palavras, se virava para ela com ternura) como das evoluções lá fora.
Entre esses anos de aprendizagem teve lugar a segunda Intifada, especialmente sangrenta. A certa altura, militantes palestinianos disparavam da zona onde Rasha vivia para aquela onde vivia Devorah. Mas esta não se deixou dissuadir.
Hoje em dia Rasha está com 36 anos, e a relação continua. Os problemas agora são ao mesmo tempo políticos e financeiros. Beit Yemina tem de gastar muito dinheiro para obter as autorizações que permitem a Rasha ir a Israel para ter aulas. Fala-se em cortar.
Devorah espera que não aconteça. E evoca o prazer de Rasha quando toca em público e ouve os aplausos. "Às vezes ela própria aplaude".
Ler mais: http://aeiou.expresso.pt/palestiniana-autista-e-cega-tornou-se-pianista-com-a-ajuda-de-uma-judia-ortodoxa=f694490#ixzz1heautVqW
Projeto "Horta Sensorial"
Dando continuidade ao trabalho que tem vindo a desenvolver em prol das pessoas com deficiência visual, a marca L’Occitane criou um projeto internacional designado “Vela Solidária” que se destina a apoiar instituições sociais com actuação nesta área. Em Portugal, a L’Occitane uniu-se à ACAPO e juntas vão promover o projeto “Horta Sensorial” que pretende requalificar a área exterior do futuro Centro de Treino de Atividades da Vida Diária da ACAPO em Lisboa. A campanha encontra-se já em vigor em todas as lojas L’Occitane e 100% do valor das velas (15 euros) serão revertidos para o projeto da ACAPO. José Coimbra e Carla Rocha, as vozes do “Café da Manhã” da RFM, são os padrinhos deste projeto que pretende contribuir para a habilitação e reabilitação dos utentes com deficiência visual.
A Física no dia-a-dia
Uma exposição baseada na obra A Física no dia-a-dia de Rómulo de Carvalho - exposição bilingue, acessível a visitantes com mobilidade reduzida e com conteúdos para o público cego.
Rómulo de Carvalho e o seu livro "A física no dia a dia" são o mote da nova exposição do Pavilhão do Conhecimento que convida a conhecer a ciência que se esconde nos pequenos gestos do quotidiano.
A exposição é inaugurada quinta-feira, mas a presidente do Pavilhão do Conhecimento explicou à Lusa que esta é uma exposição para descobrir de uma maneira simples a ciência e a física que se esconde dentro de todas as casas.
Está por isso organizada e dividida conforme as divisões de uma casa: o quarto - com experiências sobre luz e visão -, a sala - com experiência sobre som e audição -, o escritório - com experiências sobre eletricidade e magnetismo -, a despensa - com experiências sobre forças, temperaturas e volume -, a cozinha - com experiências sobre água -, e o jardim - com experiências sobre o ar.
De acordo com Rosália Vargas, "A física no dia a dia" é um livro "fantástico" e dado que a exposição se enquadra na semana da Ciência e da Tecnologia, é também uma forma de homenagear "esse grande divulgador de ciência e grande físico que escreveu o livro de uma forma muito coloquial e muito simples".
Passo a passo, quem visitar a exposição é convidado a testar conhecimentos e realizar 73 experiências, todas as que estão no livro de Rómulo de Carvalho.
Por exemplo, é perguntado se sabe porque é que alguns espelhos fazem as caras grandes e outros pequenas ou se é capaz de construir uma máquina fotográfica ou até por que é que é perigoso "escarafunchar" os ouvidos com os dedos ou outros objetos.
Noutro ponto é possível saber para que servem e como funcionam as bússolas ou testar diferentes fios de metal para ver a sua resistência, bem como perceber, por exemplo, por que é que os navios de guerra não vão ao fundo apesar de serem feitos de ferro e aço.
"Estamos a estudar engenharia e já vimos a maior parte destas coisas, mas se calhar pessoas da nossa idade que viessem cá ficavam a aprender muitas coisas diferentes", apontou Marisa Lima, 19 anos, estudante do Instituto Superior Técnico (IST) de Lisboa que foi ao Pavilhão do Conhecimento visitar "O mar é fixe, mas não é só peixe" e espreitou a "A física no dia a dia" por acaso.
Já a Rodrigo Gonçalves, 19 anos e igualmente estudante do IST, o que mais lhe interessou foi a parte com experiências com eletricidade.
"É a parte que é mais abstrata, que foge mais ao senso comum", justificou.
"A física no dia a dia" serve ainda para, ao fim de doze anos de funcionamento e pela primeira vez, o Pavilhão do Conhecimento aventurar-se na produção de exposições próprias.
"É uma exposição que foi totalmente concebida e produzida em Portugal e é uma exposição que está feita para itinerar, portanto, vamos pô-la no circuito internacional", revelou Rosália Vargas.
A responsável explicou que até agora o Pavilhão do Conhecimento tem recebido exposições temporárias internacionais e que entenderam estar na hora de colocar no mercado internacional "exposições de grande qualidade e dimensão".
"Esta vai ser a primeira e estamos no bom caminho porque há já muito interesse por parte de museus e centros de ciência nesta exposição", garantiu Rosália Vargas.
A exposição "A física no dia a dia" arranca quinta-feira e vai estar patente até setembro de 2012.
Rómulo de Carvalho e o seu livro "A física no dia a dia" são o mote da nova exposição do Pavilhão do Conhecimento que convida a conhecer a ciência que se esconde nos pequenos gestos do quotidiano.
A exposição é inaugurada quinta-feira, mas a presidente do Pavilhão do Conhecimento explicou à Lusa que esta é uma exposição para descobrir de uma maneira simples a ciência e a física que se esconde dentro de todas as casas.
Está por isso organizada e dividida conforme as divisões de uma casa: o quarto - com experiências sobre luz e visão -, a sala - com experiência sobre som e audição -, o escritório - com experiências sobre eletricidade e magnetismo -, a despensa - com experiências sobre forças, temperaturas e volume -, a cozinha - com experiências sobre água -, e o jardim - com experiências sobre o ar.
De acordo com Rosália Vargas, "A física no dia a dia" é um livro "fantástico" e dado que a exposição se enquadra na semana da Ciência e da Tecnologia, é também uma forma de homenagear "esse grande divulgador de ciência e grande físico que escreveu o livro de uma forma muito coloquial e muito simples".
Passo a passo, quem visitar a exposição é convidado a testar conhecimentos e realizar 73 experiências, todas as que estão no livro de Rómulo de Carvalho.
Por exemplo, é perguntado se sabe porque é que alguns espelhos fazem as caras grandes e outros pequenas ou se é capaz de construir uma máquina fotográfica ou até por que é que é perigoso "escarafunchar" os ouvidos com os dedos ou outros objetos.
Noutro ponto é possível saber para que servem e como funcionam as bússolas ou testar diferentes fios de metal para ver a sua resistência, bem como perceber, por exemplo, por que é que os navios de guerra não vão ao fundo apesar de serem feitos de ferro e aço.
"Estamos a estudar engenharia e já vimos a maior parte destas coisas, mas se calhar pessoas da nossa idade que viessem cá ficavam a aprender muitas coisas diferentes", apontou Marisa Lima, 19 anos, estudante do Instituto Superior Técnico (IST) de Lisboa que foi ao Pavilhão do Conhecimento visitar "O mar é fixe, mas não é só peixe" e espreitou a "A física no dia a dia" por acaso.
Já a Rodrigo Gonçalves, 19 anos e igualmente estudante do IST, o que mais lhe interessou foi a parte com experiências com eletricidade.
"É a parte que é mais abstrata, que foge mais ao senso comum", justificou.
"A física no dia a dia" serve ainda para, ao fim de doze anos de funcionamento e pela primeira vez, o Pavilhão do Conhecimento aventurar-se na produção de exposições próprias.
"É uma exposição que foi totalmente concebida e produzida em Portugal e é uma exposição que está feita para itinerar, portanto, vamos pô-la no circuito internacional", revelou Rosália Vargas.
A responsável explicou que até agora o Pavilhão do Conhecimento tem recebido exposições temporárias internacionais e que entenderam estar na hora de colocar no mercado internacional "exposições de grande qualidade e dimensão".
"Esta vai ser a primeira e estamos no bom caminho porque há já muito interesse por parte de museus e centros de ciência nesta exposição", garantiu Rosália Vargas.
A exposição "A física no dia a dia" arranca quinta-feira e vai estar patente até setembro de 2012.
quinta-feira, 15 de dezembro de 2011
Associação de Apoio à Informação a Cegos e Amblíopes - linha telefónica em funcionamento
A Associação de Apoio à Informação a Cegos e Amblíopes (AAICA), é uma instituição sem fins lucrativos (IPSS), constituída só por voluntários dedicados.
Sendo a mobilidade o maior problema dos deficientes visuais, torna-se o telefone o meio mais utilizado pelos mesmos, assim procuramos de forma determinada, proporcionar a todas as pessoas com cegueira, baixa visão e às suas famílias, orientações que melhorem a sua qualidade de vida, dando-lhes a conhecer as respostas existentes e procurando articular serviços do ponto vista médico, educativo, formativo, social, cultural, jurídico ou outros. Tendo em atenção que as áreas prioritárias de informação são as de saúde e serviços, educação e formação profissional, legislação e benefícios, lazer e desporto.O principal objectivo da AAICA é prestar informação, para tal dispõe de um serviço de informação (Linha telefónica de Apoio nº 213478417 com horário experimental de terça a sexta feira das 14 às 18 horas) para pessoas com deficiência visual e suas famílias.
Contactar directamente com a população alvo, escutar as suas necessidades e prestar informação, quer com a presença da AAICA nos locais referenciados (consultas de subvisão, centros de reabilitação, etc), promovendo também acções de Informação/Divulgação ou na linha telefónica de apoio, permite contribuir para uma melhor qualidade de vida e uma maior participação das mesmas na sociedade e no panorama socioeconómico. A centralização de informação no site www.aaica.pt vai permitir poder orientar cada cidadão portador de deficiência visual e suas famílias, consoante as suas necessidades, podendo os mesmos optar sempre de acordo com a sua situação e o que considerem melhor para si.
Designer cria etiquetadora em Braille
O mundo da tecnologia vem mostrando que pode ser extremamente útil para levar facilidades e principalmente, acessibilidade para milhares de pessoas com deficiências físicas ao redor mundo. Depois de estudantes transformarem um tablet em digitador em Braille e de modificarem um Kinect para atuar como um cão-guia, Ted Moallem criou uma etiquetadora em Braille barata e com uma tecnologia bem simples, a Braille-It Labeler.
O aparelho, que foi apresentado recentemente na Conferência A Better World by Design 2011, é um dispositivo que permite que as pessoas com deficiência visual imprimam com facilidade etiquetas adesivas em Braille.
Moallem utilizou materiais muito comuns para construir a Braille-It como alumínio e fios de aço. O aparelho também possui seis botões que são compatíveis com o alfabeto Braille, tornando muito simples a digitação.
Assim que o usuário for digitando as palavras ou frases que deseja, a Braille-It vai imprimindo simultaneamente em uma fita de vinil adesiva o conteúdo digitado.
O mais interessante é que pessoas com deficiência visual foram treinadas e estão trabalhando na construção do aparelho em Katpadi, na Índia, ajudando a refinar ainda mais o design e os métodos de construção do aparelho.
“As pessoas com deficiência visual não podem depender apenas das grandes indústrias para tornar o alfabeto Braille mais acessível. Aproximadamente dois séculos depois que um adolescente cego inventou o Braille, as ferramentas mais utilizadas para escrever o alfabeto ainda são as mesmas que Louis Braille usou. A indústria Braille de baixo custo estagnou”, afirmou Ted Moallem.
O inventor acredita que as fitas adesivas em Braille produzidas pelo aparelho possam ser muito utilizadas para a identificação tátil de comidas, remédios e muitas outras aplicações no dia a dia das pessoas com deficiência visual.
Isenção de Taxas Moderadoras
Foi publicado o Decreto-Lei n.º 113/2011, de 29 de Novembro, que regula o acesso às prestações do Serviço Nacional de Saúde por parte dos utentes no que respeita ao regime das taxas moderadoras e à aplicação de regimes especiais de benefícios, tendo por base a definição das situações determinantes de isenção de pagamento ou comparticipação, como situações clínicas relevantes de maior risco de saúde ou situações de insuficiência económica.
Nos termos do referido diploma, estão isentos do pagamento de taxas moderadoras, entre outros, os utentes com grau de incapacidade igual ou superior a 60%.
Nos termos do referido diploma, estão isentos do pagamento de taxas moderadoras, entre outros, os utentes com grau de incapacidade igual ou superior a 60%.
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