segunda-feira, 24 de setembro de 2018

Investigadora de Aveiro cria site para ensino da matemática a crianças com autismo

Um projeto desenvolvido por uma investigadora da Universidade de Aveiro culminou na criação de um site para ajudar crianças com autismo, no ensino da matemática.
Chama-se ‘LEMA’, foi desenvolvido da Universidade de Aveiro, e é o primeiro site português criado para ajudar no ensino da matemática, as crianças com autismo.
Criado por Isabel Santos durante o Doutoramento em Multimédia em Educação na Universidade de Aveiro (UA), o ‘LEMA’, para além do desenvolvimento do raciocínio matemático destas crianças, quer ainda auxiliá-las nas áreas da linguagem, da leitura, do planeamento ou da gestão de emoções.
“Os resultados obtidos nas sessões de aferição com crianças e com professores e educadores da Educação Especial permitem assumir o ‘LEMA’ (das iniciais em inglês de Learning Environment on Mathematics for Autistic children) como um importante instrumento de apoio à promoção do desenvolvimento do raciocínio matemático em crianças com PEA”, assume Isabel Santos.
A autora da plataforma facilmente acessível a partir do link http://lema.cidma-ua.org. revela que esta destina-se a crianças entre os 6 e os 12 anos diagnosticadas com autismo e contém dois perfis de utilizadores – um para o educador e outro para a criança.
Integra 32 classes de atividades de matemática, cada uma delas subdividida em cinco subclasses, de acordo com níveis de dificuldade.
A plataforma permite não só a seleção personalizada de uma até dez classes e subclasses de atividades tendo em conta o perfil funcional do utilizador-aluno, como ainda a visualização do registo de desempenho de cada aluno na realização das atividades propostas por parte do utilizador-educador.
Para além da Matemática, “o ‘LEMA’ é também um auxiliar aos desenvolvimentos da linguagem e leitura, do planeamento, da memorização, da gestão de emoções, da atenção e concentração e da interação entre pares”.
Isabel Santos defende que o ambiente digital “poderá constituir-se como um instrumento pedagógico relevante para a premissa de uma escola inclusiva, garantindo o acesso e equidade de crianças com PEA ao processo de ensino e de aprendizagem, preparando a sua transição para uma vida ativa em sociedade”.
Preparado para ser utilizado pelos mais variados dispositivos tecnológicos (computador, tablet, smartphone, etc) e nos mais variados contextos (sala de aula, casa, gabinetes psicoeducativos, etc), o trabalho de Isabel Santos foi orientado pelas professoras Ana Breda, do Departamento de Matemática, e Ana Margarida Almeida, do Departamento de Comunicação e Arte.
O número de alunos diagnosticados com autismo tem aumentado nas últimas décadas em Portugal.
O estudo mais recente realizado em Portugal pela Federação Portuguesa de Autismo, referente a 2011 e 2012, apontou uma prevalência de 15,3 crianças/jovens diagnosticadas com PEA em cada 10 mil.

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