Ao Estado fica por cerca de 28 euros por criança o rastreio da saúde visual de mais de cinco mil bebés em centros de saúde, que acaba de arrancar nos centros de saúde do Porto e arredores. Os pais não pagam nada. Mas este é apenas o início do alargamento da oferta do Serviço Nacional de Saúde (SNS) em duas das áreas mais carenciadas em Portugal (oftalmologia e saúde oral). Áreas tão carenciadas que obrigam a maior parte das pessoas a recorrer ao sector privado e por isso foram eleitas como prioritárias pelo Governo.
“Hoje é um dia bom para o SNS. Foi alargado o leque de competências”, sublinhou o secretário de Estado adjunto e da Saúde, Fernando Araújo, esta sexta-feira, no centro de saúde de Rio Tinto, em Gondomar, na apresentação pública do projecto-piloto de rastreio da saúde visual, que arrancou em Abril. O projecto já permitiu fazer exames a quase meia centena de crianças (31 deram positivo e foram encaminhadas para consulta hospitalar).
Ao longo deste ano vão ser abrangidas as crianças dos Agrupamentos de Centros de Saúde (ACES) do Porto Ocidental, Porto Oriental, de Gondomar, Maia e Valongo. A verba destinada ao projecto é de 150 mil euros no primeiro ano, mas o objectivo é bem mais ambicioso: ir alargando o rastreio de base populacional a todo o país, de forma a que todas as crianças passem a ser chamadas para avaliações da sua saúde visual, pelos centros de saúde, pelo menos duas vezes até completarem cinco anos.
Como as crianças são sujeitas a uma primeira avaliação até aos dois anos, no projecto-piloto estão a ser convocados todos os bebés nascidos em 2014. O fotorrastreio permite detectar a ambliopia, designação para o chamado “olho preguiçoso”, que ocorre quando a visão num olho não se desenvolve de forma adequada, o estrabismo, a miopia, a hipermetropia e o astigmatismo.
Se for detectado algum destes problemas, a criança é encaminhada para uma consulta de oftalmologia num dos dois hospitais públicos (o São João, no Porto, e o Santo António, em Lisboa) incluídos no projecto. Não será necessário esperar meses a fio, como ainda acontece em muitos hospitais, porque está é uma das especialidades mais carenciadas no SNS.
O rastreio visual precoce é fulcral, porque, se detectada a tempo, a ambliopia pode ser revertida e evitada uma eventual cegueira. O que é habitual acontecer? Muitos pais só se apercebem de que os filhos têm problemas de visão quando estes chegam à escola e se queixam.
Nas escolas, por vezes também são feitos rastreios visuais, mas a maior parte das vezes estes são promovidos por empresas de ópticas que têm intuitos comerciais, explica Rosário Varandas, do colégio da especialidade de oftalmologia da Ordem dos Médicos.
Como uma tecnologia inovadora, o rastreio é feito com a prata da casa e com uma espécie de máquina fotográfica gigante portátil, um auto-refractómetro. São enfermeiros dos centros de saúde (treinados para o efeito) que fazem o exame aos olhos das crianças. Gravados numa base de dados, os resultados são enviados para centros de leitura nos dois hospitais públicos.
Em simultâneo, avança também um projecto-piloto para a detecção precoce da degenerescência macular da idade (DMI), que é a causa mais frequente de cegueira acima dos 55 anos nos países mais evoluídos, como lembrou Maria João Quadrado, presidente da Sociedade Portuguesa de Oftalmologia. Estes exames vão ser associados ao rastreios, que já são efectuados há vários anos nos centros de saúde, da retinopatia diabética. O equipamento também é simples, uma câmara móvel, e, em quatro semanas, os doentes com diagnóstico positivo devem ser enviados para consulta hospitalar.
A periodicidade do exame é anual e não representa custos adicionais. Calcula-se que, a partir de 1 de Julho, sejam rastreados 37.412 diabéticos com mais de 55 anos dos quatro ACES do Porto, Maia, Valongo e Gondomar.
Até ao final de Junho, como tinha sido prometido, avançam também os primeiros projectos-piloto de saúde oral. Nesta primeira fase, serão contratados médicos dentistas para dois centros de saúde alentejanos (Portel e Montemor-o-Novo) e mais 11 da região de Lisboa e Vale do Tejo (Monte de Caparica, Moita, Fátima, Salvaterra de Magos, Cartaxo, Rio Maior, Azambuja, Alenquer, Arruda dos Vinhos, Lourinhã, Mafra, Ericeira). Foram escolhidos por já terem equipamentos e higienistas orais, mas os edifícios ainda estão a ser adaptados para o efeito, explicou o secretário de Estado.
“Hoje é um dia bom para o SNS. Foi alargado o leque de competências”, sublinhou o secretário de Estado adjunto e da Saúde, Fernando Araújo, esta sexta-feira, no centro de saúde de Rio Tinto, em Gondomar, na apresentação pública do projecto-piloto de rastreio da saúde visual, que arrancou em Abril. O projecto já permitiu fazer exames a quase meia centena de crianças (31 deram positivo e foram encaminhadas para consulta hospitalar).
Ao longo deste ano vão ser abrangidas as crianças dos Agrupamentos de Centros de Saúde (ACES) do Porto Ocidental, Porto Oriental, de Gondomar, Maia e Valongo. A verba destinada ao projecto é de 150 mil euros no primeiro ano, mas o objectivo é bem mais ambicioso: ir alargando o rastreio de base populacional a todo o país, de forma a que todas as crianças passem a ser chamadas para avaliações da sua saúde visual, pelos centros de saúde, pelo menos duas vezes até completarem cinco anos.
Como as crianças são sujeitas a uma primeira avaliação até aos dois anos, no projecto-piloto estão a ser convocados todos os bebés nascidos em 2014. O fotorrastreio permite detectar a ambliopia, designação para o chamado “olho preguiçoso”, que ocorre quando a visão num olho não se desenvolve de forma adequada, o estrabismo, a miopia, a hipermetropia e o astigmatismo.
Se for detectado algum destes problemas, a criança é encaminhada para uma consulta de oftalmologia num dos dois hospitais públicos (o São João, no Porto, e o Santo António, em Lisboa) incluídos no projecto. Não será necessário esperar meses a fio, como ainda acontece em muitos hospitais, porque está é uma das especialidades mais carenciadas no SNS.
O rastreio visual precoce é fulcral, porque, se detectada a tempo, a ambliopia pode ser revertida e evitada uma eventual cegueira. O que é habitual acontecer? Muitos pais só se apercebem de que os filhos têm problemas de visão quando estes chegam à escola e se queixam.
Nas escolas, por vezes também são feitos rastreios visuais, mas a maior parte das vezes estes são promovidos por empresas de ópticas que têm intuitos comerciais, explica Rosário Varandas, do colégio da especialidade de oftalmologia da Ordem dos Médicos.
Como uma tecnologia inovadora, o rastreio é feito com a prata da casa e com uma espécie de máquina fotográfica gigante portátil, um auto-refractómetro. São enfermeiros dos centros de saúde (treinados para o efeito) que fazem o exame aos olhos das crianças. Gravados numa base de dados, os resultados são enviados para centros de leitura nos dois hospitais públicos.
Em simultâneo, avança também um projecto-piloto para a detecção precoce da degenerescência macular da idade (DMI), que é a causa mais frequente de cegueira acima dos 55 anos nos países mais evoluídos, como lembrou Maria João Quadrado, presidente da Sociedade Portuguesa de Oftalmologia. Estes exames vão ser associados ao rastreios, que já são efectuados há vários anos nos centros de saúde, da retinopatia diabética. O equipamento também é simples, uma câmara móvel, e, em quatro semanas, os doentes com diagnóstico positivo devem ser enviados para consulta hospitalar.
A periodicidade do exame é anual e não representa custos adicionais. Calcula-se que, a partir de 1 de Julho, sejam rastreados 37.412 diabéticos com mais de 55 anos dos quatro ACES do Porto, Maia, Valongo e Gondomar.
Até ao final de Junho, como tinha sido prometido, avançam também os primeiros projectos-piloto de saúde oral. Nesta primeira fase, serão contratados médicos dentistas para dois centros de saúde alentejanos (Portel e Montemor-o-Novo) e mais 11 da região de Lisboa e Vale do Tejo (Monte de Caparica, Moita, Fátima, Salvaterra de Magos, Cartaxo, Rio Maior, Azambuja, Alenquer, Arruda dos Vinhos, Lourinhã, Mafra, Ericeira). Foram escolhidos por já terem equipamentos e higienistas orais, mas os edifícios ainda estão a ser adaptados para o efeito, explicou o secretário de Estado.
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