quinta-feira, 29 de novembro de 2012

DAISY 2012” - AUDIOLIVROS PARA ALUNOS COM NECESSIDADES EDUCATIVAS ESPECIAIS

 

Terá lugar no próximo dia 5 de dezembro, 4ª feira, pelas 15h00, um webinar DGE subordinado ao tema «“Daisy 2012” - audiolivros para alunos com necessidades educativas especiais».
O orador deste webinar será Aquilino Rodrigues, docente convidado na Universidade Lusófona, dirigente da empresa Electrosertec, vocacionada para o fornecimento de produtos de apoio, formação e consultoria de acessibilidade e fundador do CEFAS - Centro Especializado em Formatos Alternativos, onde se insere a sua colaboração com a DGE no âmbito dos livros digitais acessíveis em formato DAISY.
In: DGE

quarta-feira, 28 de novembro de 2012

A Prestação de Serviços e a Promoção da Vida Independente

 
 Data: 3 de Dezembro de 2012 (Dia Internacional das Pessoas com Deficiência)

Auditório do ISCTE | Lisboa


O que sabe sobre as pessoas com deficiência visual?
Como acedem à informação? Como se deslocam? Que escolaridade têm? Onde trabalham? Quais as suas principais necessidades? Que barreiras impedem o acesso a uma vida autónoma e independente? O que têm a dizer sobre os serviços da ACAPO?

Conheça as respostas na apresentação pública dos resultados e conclusões do estudo “A Prestação de Serviços e a Promoção da Vida Independente”

Programa

09h30 – Receção
10h00 – Sessão de Abertura
- Rodrigo Santos, Diretor da ACAPO
- José Madeira Serôdio, Presidente do Conselho Diretivo do INR, IP.
- Luís Reto, Reitor do ISCTE-IUL

10h15 às 13h00 – Apresentação dos resultados do estudo proferida por Paulo Pedroso, sociólogo e coordenador do estudo
 Para melhor conhecer a população com deficiência visual – caraterização de sócios e utentes da ACAPO
 Vida independente e qualidade de vida
Comentadores:
- Ana Salvado, Doutoranda de Sociologia do Centro de Investigação e Estudos em Sociologia/ISCTE-IUL
- Rodrigo Santos, Diretor da ACAPO

13h00 às 14h30 – Pausa para Almoço

14h30 às 17h30 – cont. da apresentação dos resultados
 Os serviços e a vida independente
 Estratégias da ACAPO de ação para a autorrepresentação
Comentadores:
- Luís Capucha, Professor e Investigador do Centro de Investigação e Estudos em Sociologia/ ISCTE-IUL
- Carlos Lopes, Presidente da Direção Nacional da ACAPO

17h30 – Sessão de Encerramento
- Carlos Lopes, Presidente da Direção Nacional da ACAPO
- Rosa Maria Simões, Presidente do Conselho Diretivo Instituto de Gestão do Fundo Social Europeu
- Marco António Costa, Secretário de Estado da Solidariedade e Segurança Social (sujeito a confirmação)


ENTRADA GRATUITA
INSCRIÇÕES ATÉ 29 DE NOVEMBRO
em www.acapo.pt


CONTACTOS
ACAPO – Associação dos Cegos e Amblíopes de Portugal
Av. D. Carlos I, n.º 126 9º andar 1200-651 Lisboa
Telefone: 213 244 500 | Fax: 213 244 501
E-mail: rp.dn@acapo.pt (Relações Públicas)
Website: www.acapo.pt

UM- Ensaio para travar a progressão da miopia

O Departamento de Física da Universidade do Minho (UM) vai participar num ensaio clínico, à escala mundial, para travar a progressão da miopia sem o recurso a remédios. Vão estar envolvidas em Portugal mais de 300 crianças, dos oito aos 12 anos. O estudo vai envolver o uso de lentes de contacto gelatinosas e descartáveis, prolongando-se durante os próximos três anos.

José Gonzaléz-Méijome, coordenador do Laboratório de Investigação em Optometria Clínica e Experimental da UM, justifica as idades escolhidas pelo facto de ser esse o período "mais crítico da evolução da miopia".

Para além da Universidade do Minho, o ensaio clínico conta com a participação de outros cinco parceiros espalhados pelo Mundo – dois deles no Reino Unido, um no Canadá, um em Singapura e outro em Hong Kong.

domingo, 18 de novembro de 2012

Na Biblioteca Nacional os cegoslêem "em mão de igualdade"

 
Braille e audiolivros

O Departamento de Cegos e Amblíopes disponibiliza livros braille, áudio e digitais aos 160 mil deficientes visuais de Portugal. Mas continua a sair caro a um cego ser letrado.

“As pessoas cegas”, diz Carlos Ferreira enquanto dedilha uma linha de braille para encontrar a aplicação da Batalha Naval no seu iPhone, “são como as outras, às vezes só querem parar de trabalhar e distrair-se. Mas ainda não percebi bem porquê, têm muito poucos jogos...”

Não é o caso do director do Departamento de Cegos e Amblíopes da Biblioteca Nacional, que tem dezenas de jogos no telemóvel, do xadrez às damas, passando pela forca. Sentado à secretária do seu escritório, Carlos explora as dezenas de aplicações com destreza e pára na batalha naval – “Sou fã” – para uma demonstração. O iPhone grita códigos de guerra enquanto se ouvem Splashs. São os tiros do director a acertar na água. “É melhor parar, que isto não está a correr muito bem... [risos] Vou mostrar-lhe outras aplicações.”

Segue-se o Color Reader: Carlos encosta o iPhone à camisola da jornalista e o telemóvel diz ‘Cor Pre-to’, numa voz feminina robotizada. Muda de programa outra vez, apalpa a mesa, aponta a câmara do iPhone a um objecto e fotografa-o. “Vamos falando que o resultado ainda demora.”

Carlos tem 50 anos, é cego de nascença e assumiu a direcção deste departamento “a 12 de Dezembro de 2011”. Licenciado em Organização e Gestão de Empresas, trabalhou muitos anos no Ministério da Educação antes de se mudar para a Biblioteca Nacional, onde hoje lidera uma equipa de cinco funcionários, todos eles cegos ou amblíopes, que gerem um acervo de mais de 10 mil livros em vários suportes para os leitores inscritos na instituição (eram 639 em Setembro).

“A forma que as pessoas cegas têm de ler difere essencialmente na forma como se acede à informação”, explica-nos, enquanto as mãos passeiam num documento sobre o centenário do nascimento de Helen Keller, enquanto Louis Braille nos observa congelado num retrato a preto-e-branco pendurado na parede atrás de Carlos. “Quando vocês olham para uma página impressa têm uma visão global do que lá está. Nós fazemos sempre uma leitura linear através do braille, que dá resposta a quase todas as nossas necessidades.”

Enquanto o ouvimos somos interrompidos pelo iPhone com o resultado da demanda de há cinco minutos. “So-ny Mu-sic Re-cor-der”, soletra o telemóvel. “Ah! Ouviu?”, diz Carlos, triunfante. “É o seu gravador, não é?”

TECNOLOGIAAs aplicações e o próprio sistema Apple – segundo o especialista Carlos, “a única marca que já percebeu, também por pressão dos utilizadores cegos, que existe este mercado por desenvolver” – são um sinal dos tempos. Para cegos, como para quem vê.

Foi com o desenvolvimento tecnológico em mente que partimos para a entrevista. O aparecimento de audiolivros e de telemóveis que falam com os utilizadores levanta uma questão inocente mas legítima, que levamos na ponta da língua ao subir ao primeiro andar da BN: está o braille condenado a desaparecer?

“Tenho alguma dificuldade em dizer que sim ou que não”, responderá Carlos com um suspiro. “No meu tempo de escola não havia nada que substituísse o braille, mas com o advento das tecnologias de informação isso deixou de ser assim. Discutir isto é um bocado como discutir se os livros em papel vão desaparecer...”

No ano em que nascia o Departamento que hoje dirige, Carlos estava a entrar para a 1.ª classe. Ao contrário do que acontece hoje, em que as crianças com deficiências visuais são integradas desde o início da escolaridade obrigatória em escolas regulares, Carlos esteve numa escola para cegos até ao antigo 7.º ano.

“Hoje os níveis de literacia estão a reduzir, os miúdos não lêem, preferem ver televisão ou estar na internet, e os miúdos cegos vão nessa onda também. Com a situação agravada de que o próprio ensino não está qualificado para dar apoio a alunos cegos, com honrosas excepções.”

O que se passa com uns é o que se passa com outros, só que no caso dos miúdos cegos, “se começam a desprezar o braille, depois dificilmente lá chegam”. Por outro lado, “há também uma culpa grande de alguns adultos cegos”, que estimulam este “facilitismo” tecnológico, acusa Carlos. “A ideia que se transmite aos mais novos é que só com suportes de voz conseguem ir lá. E não é assim. Nós adultos já adquirimos conhecimentos, mas eles não e é preciso ler muito durante a vida. Não conheço ninguém que escreva bem sem ter lido muito e o braille é o sistema que temos para ler.”

Na realidade, começamos a perceber – já a conversa vai em mais de uma hora – que a tecnologia tem mais para potenciar o braille do que para o eliminar. Quando Carlos entrou para o secundário, passando do ensino especial para o regular, a direcção do Liceu Pedro Nunes teve de lhe arranjar uma sala para poder guardar os livros: só o manual de matemática em braille tinha 12 volumes A4.

Hoje, a par dos audiolivros, uma linha de braille ajuda qualquer cego a aceder a uma série de informações, seja via computador seja via telemóvel (com ligação bluetooth). “Você agarra nisto”, diz Carlos passando-nos o seu pequeno paralelepípedo de 12 caracteres, “e não pesa nada. O meu cartão tem 2GB, meto aqui cerca de 2 milhões de páginas braille. Não tenho aqui dois milhões, mas tenho uma boa quantidade de livros e se associar este meu equipamento ao iPhone a capacidade aumenta ainda mais”, diz a sorrir. “A tecnologia tem um potencial enorme para promover o braille.”

RetratoSe o Censo de 2001 mostrava a existência de cerca de 163 mil pessoas com deficiência visual em Portugal, dos quais 25 mil eram cegas, “o de 2011 não tinha questões que permitissem determinar a evolução ou regressão desses números”, como explica ao i a vice-presidente da ACAPO.

Os estudos mais recentes, na sua maioria norte-americanos, estimam que 1% da população de cada país sofre de algum tipo de deficiência visual. E do total de cegos portugueses, diz Graça Gerardo, “julga-se que aproximadamente 10% a 15% lêem braille”. Já no universo de mais de 3 mil associados da ACAPO, são cerca de 1800 os que lêem, o que “também não significa que esse número represente o total de portugueses que conseguem ter um claro domínio deste sistema de leitura e escrita, que é o principal garante da autonomia e desenvolvimento cultural e social de uma pessoa com deficiência visual”.

Ainda assim, o braille continua a ser um sistema a que é dada pouca atenção por cá. Entre outras razões, pelos custos que envolve. Hoje produzir um livro em braille sai caro, “mas sai muito mais barato do que saía há 30 anos, porque na altura eram escritos em máquina braille ou à mão”, diz Carlos. Mesmo assim, os custos financeiros e humanos são altos.

Uma caixa de papel braille com mil folhas custa cerca de 25 euros. E uma impressora como as que existem no departamento, que produz 600 páginas por hora, custa à volta de 15 mil euros. A isto juntem-se os preços das linhas de braille: a que Carlos traz sempre no bolso custa 1800 euros, mas uma mais avançada, de 40 caracteres, pode rondar os 4 mil euros.

“Como dizia um amigo meu, o iPhone é caro mas só custa 600 euros. E aqui está a diferença”, diz Carlos, antes de largar outro número de cabeça: “O que dizia o último estudo que li sobre esta matéria é que só 10% dos cegos americanos lêem bem braille e desses 95% têm um emprego considerado bom comparativamente com outras pessoas.”

Sobre o caminho a trilhar para melhorar o acesso a deficientes visuais, Carlos é cauteloso e é o primeiro a dizer que é preciso ter cuidado com as reivindicações, para não se “ser vítima dos próprios desejos”. Mesmo assim, e apesar de “ser um assunto delicado”, acha que “não existe outro rumo” que não seja o Ministério da Educação e editoras unirem esforços para melhorar o acesso de deficientes visuais à literatura.

No caso do ministério, onde Carlos trabalhou, as editoras de manuais escolares já os enviam em formato digital à equipa que prepara versões em braille e áudio. No caso das editoras comuns, o processo tem sido mais moroso, também por causa dos direitos de autor.

Desde 2003 tem havido contactos esporádicos da BN e do Centro Professor Albuquerque e Castro, “o grande produtor de material não didáctico braille em Portugal”, com as editoras para facilitar o processo, que para já continua por avançar.

Em contrapartida, e graças às tecnologias, já há sistemas de ajuda à navegação dos cegos na sociedade, que vão para lá dos livros. A ACAPO está agora “em fase de negociações com a equipa ministerial [de Educação] para limar arestas” no “trabalho meritório” do ministério, que já criou as escolas de referência, “dotadas de recursos materiais e humanos para dar autonomia a alunos com deficiência visual”.

Graças à Lei 33/2008, que entrou em vigor em 2009, os deficientes visuais já podem pedir que informações como o nome de produto e respectiva data de validade sejam apostas no final das suas compras, o que, diz Graça Gerardo, “já acontece em muitas das grandes superfícies e em todas as compras online”.

Literatura gratuitaNum comunicado da ACAPO divulgado no Dia Mundial do Livro, a associação referia que continua a ser difícil os cegos “lerem em pé de igualdade”. Neste caso em mão, ou não fosse o braille incontornável. Até se desenvolverem alternativas, o departamento da BN é um dos poucos que ajudam os cegos portugueses a acederem à literatura.

O departamento nasceu em 1969, quando a biblioteca se mudou para o edifício que hoje ocupa, no Campo Grande. Na altura, o director Manuel Santos Estevens tinha acabado de voltar de uma viagem a Washington, onde visitou a Biblioteca do Congresso, “que já tinha um serviço para cegos”, explica Carlos. O que Estevens fez foi transportar a ideia para Lisboa, pondo em prática o serviço de apoio a leitores cegos, que opera cada vez melhor.

Quatro anos depois da sua fundação, o serviço começou a receber os primeiros voluntários, pessoas sem deficiência que ajudam a reproduzir os livros impressos em vários suportes. Neste momento, há 28 voluntários no departamento, “essencialmente a trabalhar no registo sonoro de livros, mas também a rever e a corrigir livros digitalizados para que depois possam ser impressos em braille ou lidos por eles”. Carlos apelida-os carinhosamente “leitores”, a “jóia da coroa” do departamento.

Marta Azenha, figurinista de 25 anos, é um deles. Quando saímos do escritório para conhecer as instalações do departamento, Marta instala-se no estúdio de leitura, abre “O Décimo Quarto Zero”, de Enzo Russo, aproxima a boca do microfone e começa por dizer o número da página. É uma das muitas diferenças entre os audiolivros para cegos e os regulares, que editoras como a LeYa já disponibilizam para o leitor comum. “Quando a Marta está a ler”, explica-nos Carlos, “uma das preocupações que tem de ter, para além de ler o texto, é indicar o número da página. Outra, no caso de ter imagens, é descrevê-las, e quando há palavras em língua estrangeira soletrá-las, para que o livro não fique pela metade”.

Do outro lado do vidro, um dos funcionários do departamento vai assistindo à leitura, “não porque queira conhecer logo o livro”, brinca Carlos, “mas para assegurar o registo em formato digital, identificar eventuais falhas e introduzir marcas para depois editar o som e tentar que o produto final fique o melhor possível”.

É esse produto final que é disponibilizado aos mais de 600 leitores inscritos. Os livros em braille – neste momento mais de 3400, além de 4 mil obras musicais – só podem ser emprestados. “Enviamos pelo correio numas pastas com um cartão que tem a morada do leitor de um lado e, no verso, a nossa morada aqui”, para facilitar a devolução.

Os audiolivros que Marta e os outros voluntários gravam (mais de 2100) e os livros digitais (938) são oferecidos. Estes últimos são enviados por email, depois de o leitor consultar o catálogo actualizado anualmente e fazer o pedido. Para os outros, o departamento está a tentar pôr em prática um sistema de autenticação no site da BN para que os leitores possam ter acesso a eles sem sair de casa. Até o processo estar concluído, o departamento usa a Drop Box como “solução intermédia”, onde através da internet os leitores descarregam os livros no conforto das suas casas.

sexta-feira, 16 de novembro de 2012

Novas lentes para usar no sono corrigem miopia sem necessidade de cirurgia





A intervenção cirúrgica a laser deixou de ser necessária para corrigir a miopia com o anúncio de uma nova técnica que apenas requer o uso de lentes especiais durante o sono.

A nova técnica Terapia Corneal Refractiva (CRT na sigla em inglês) passa pelo uso de umas lentes especiais durante a noite que vão moldando a córnea, de forma que ao acordar, o utilizador conseguirá ver nitidamente durante todo o dia.

O jornal ABC de Madrid avança na sua edição de hoje que a CRT envolve o uso destas novas lentes todas as noites, pois de contrário regressam os sintomas da miopia (ao fim de três noites seguidas sem utilização).

O diário afirma que é necessário aconselhamento médico e que as lentes são adequadas para pessoas com até seis dioptrias e 1,75 de estigmatismo.

As lentes devem ser usadas durante seis a oito horas por dia ao longo dos primeiros 15 dias. No fim do período de adaptação, é indicado que devem ser usadas todas as noites, mas não é fornecida uma duração mínima de utilização.

segunda-feira, 12 de novembro de 2012

Os pássaros podem ajudar os cegos dentro das estações de Metro

As pessoas cegas não têm acesso à informação afixada
As pessoas cegas não têm acesso à informação afixada (DR)


Há um programa implementado no metro do Porto que ajuda a guiar as pessoas cegas dentro das estações com a ajuda de pássaros a cantar, explica o “Engenharia num minuto”, uma rubrica feita pela Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto (FEUP).

“As pessoas cegas não têm acesso à informação afixada e não podem encontrar facilmente o caminho que têm de fazer até à zona de embarque ”, diz Diamantino Freitas, especialista da FEUP em engenharia da reabilitação. O vídeo pode ser visto aqui:

http://videos.publico.pt/Default.aspx?Id=94ade99d-95bc-4996-8272-2195c4d6dc6d

O “Engenharia num minuto” é uma rubrica produzida pela Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto, para a divulgação de ciência. O PÚBLICO é parceiro neste projecto e vai, nos próximos meses, publicar duas edições por semana.

terça-feira, 6 de novembro de 2012

Jardim da Sereia - Revista Inclusiva de Divulgação Tiflo-cultural

 
Acaba de sair o terceiro número da revista mensal gratuita Jardim da Sereia - Revista Inclusiva de Divulgação Tiflo-cultural, com edição áudio, braille e digital (pdf e word). A revista será facultada, a título gratuito, pela Biblioteca Municipal de Coimbra.

Índice:

  • Editorial
  • Bernardo Santareno: A Obra e o Homem- Entre o Céu e o Inferno - por Vicente Batalha.
    - São Bernardo - por Fernanda Lapa.
  • Tiflologia: Orientação profissional dos cegos e contribuição da Psicologia para a sua formação profissional - António Martinho do Rosário.
  • Quando os cegos são a personagem...: Renascer - José Gerra.
  • Coimbra Tem Mais Encanto: Tradições Académicas.
  • A Viajar Pelas Letras: Caminhando sobre o sol: o dia que há de ser - Joana Branco.
  • Vai Acontecer:
    Conferências Políticas - A Democracia e o Futuro.
    Conversas ao fim da tarde: Teolinda Gersão.


Pode fazer o download da versão áudio no link: http://dc390.4shared.com/download/LldqML8X/03-Jardim_da_Sereia.zip

Para receber a revista ou para + informações:
Biblioteca Municipal de Coimbra
tel. 239 702 630
e-mail: leitura.especial@cm-coimbra.pt

sexta-feira, 2 de novembro de 2012

Históriaspara todos


Os Três Porquinhos
é o primeiro título da coleção ”Histórias de sempre para toda a gente”, coleção pensada com muito entusiasmo para ajudar os mais pequeninos cegos a iniciarem o seu percurso de aprendizagem da leitura e da escrita.

Por isso, são histórias para tocar, sentir e ler com a pontinha dos dedos. Com figuras em relevo para destacar e colar, atividades para explorar e pontinhos mágicos para ler, criamos um livro dinâmico que se vai criando e explorando.

Um livro para todos, para ler, tocar e cheirar, que irá transformar as primeiras leituras, em momentos mágicos de brincadeira e diversão.


Pais visuais com filhos cegos

As experiências da primeira infância são muito importantes para o desenvolvimento global e harmonioso de qualquer criança e, em particular, para o desenvolvimento da linguagem. Por isso, a presença dos pais e educadores nestes primeiros tempos promove a capacidade da criança para “ler o mundo” (Rosenketter, 2004:4).

Quando a criança não vê, a informação visual sobre o ambiente à sua volta e as pessoas que dele fazem parte é-lhe inacessível. Assim o maior desafio com que se deparam os pais destes bebés é dar-lhes a conhecer o mundo que os rodeia, através da estimulação motora e sensorial. A presença e a disponibilidade são palavras-chave nestes primeiros tempos.

Disponíveis para interagir com os seus bebés, e tendo presente a importância de se focarem no que a criança tem e não no que lhe falta, os pais vão aprendendo a conhecer o seu bebé e sendo capazes de lhe fornecer pistas importantes para a sua aprendizagem.

Ao longo do dia surgem naturalmente inúmeras oportunidades de aprendizagem: a hora do banho, onde esponjas de diferentes formas e espumas de diferentes aromas podem fazer da higiene um momento de diversão; a hora da refeição, onde o paladar, o olfacto e o tacto vão ajudar a identificar os diferentes alimentos; ou a hora de dormir, onde as canções de embalar irão ajudá-los a relaxar com o conforto das músicas que aos poucos se vão tornando familiares.

No âmbito da aprendizagem, o momento de contar ou ler histórias representa uma excelente oportunidade não só de aprendizagem mas também de bem-estar.


Para a criança que não vê, ouvir histórias permite aceder - através de um estímulo que lhe é acessível, a voz - a informações importantes, tais como rotinas, emoções e sentimentos. Se estimularmos simultaneamente os outros sentidos (tacto, paladar, olfacto), estamos a facilitar a aprendizagem, pois as crianças serão capazes de reconhecer tudo o que não vêem através de pistas que lhe são acessíveis.

Da mesma forma se associarmos às histórias pistas auditivas, tácteis (por exemplo, elementos tridimensionais que correspondem a objectos da história) e olfactivas, estamos a facilitar e a promover as oportunidades de descoberta e de compreensão do enredo da história e das suas personagens, que na primeira infância retratam muitas vezes a vida familiar.

Ao incluirmos algumas palavras em braille estamos a preparar e a facilitar, através deste contacto precoce, a sua futura aprendizagem.


Através das histórias, em particular quando são contadas, é possível trabalhar as expressões faciais (por exemplo, fazendo um sorriso nas carinhas dos nossos pequeninos) ou até mesmo ajudar as crianças na execução de alguns movimentos, como bater palmas, rodar, andar, correr. Por tudo isto, as histórias infantis representam uma excelente oportunidade de diversão, interacção, bem-estar e aprendizagem.


Pais cegos com filhos visuais

No caso das crianças visuais, filhas de pais cegos, a comunicação baseada na voz é possível. Por isso o bebé percebe que existe uma resposta associada aos seus primeiros sons, como o choro e os arrulhos.

No entanto, e porque estes pequeninos respondem igualmente a estímulos visuais, é importante que os pais usem e abusem de toda a linguagem não-verbal quando interagem com os filhos, nomeadamente expressões faciais e linguagem corporal, ainda que este tipo de estímulo visual seja inacessível para os progenitores.

Na verdade, através das expressões faciais, os bebés também aprendem a conhecer se a mãe está triste, alegre ou até zangada. Desta forma, o bebé está a compreender que as pessoas têm diferentes sentimentos e emoções, e que isso faz parte da vida.

A percepção do dia e da noite é facilitada pela ausência ou presença da luz. Por isso, o facto de os pais ligarem as luzes nas suas casas ajuda ao desenvolvimento desta percepção e permite que o bebé continue a receber a informação visual da sua envolvente: das pessoas, dos brinquedos e do seu espaço.

Por outro lado a comunicação é muito facilitada pelos estímulos auditivos (rádio, brinquedos sonoros), bem como pelos sons exteriores que se vão ouvindo durante os passeios e sobre os quais é possível falar: os pássaros, os carros, etc. Desta forma, o bebé vai associando o som ao nome do objecto e ao objecto em si. E aos poucos, vai desenvolvendo a sua linguagem.

As histórias infantis, tanto contadas como lidas, são actividades privilegiadas não só para o desenvolvimento da linguagem como para a criança se aperceber do enredo através dos outros sentidos.


Além disso, através das histórias é possível não só apresentar outras famílias com pais cegos, permitindo que a criança compreenda melhor a sua realidade, como explicar que através dos outros sentidos é possível receber informação tão importante como a informação visual.

Por um lado, a ilustração fornece pistas visuais importantes para a compreensão da história, mas por outro é possível perceber e colorir ainda mais o enredo através de descrições olfactivas, gustativas e tácteis.

Quando o braille existe em simultâneo com o texto a negro, permite que a criança e os seus pais partilhem o mesmo livro. Os pequeninos vão aprendendo que, da mesma forma que as letras todas juntas formam palavras, e estas formam frases e histórias, possíveis de ler, os pontinhos do braille traduzem todas essas palavras e possibilitam igualmente a leitura, mas… na ponta dos dedos

http://www.cuckoo.pt/

Lipor concurso ecopontos acessíveis a todos


A LIPOR - Serviço Intermunicipalizado de Gestão de Resíduos do Grande Porto – encontra-se a promover o Concurso Nacional de Ideias para a criação de ecopontos acessíveis a todos.

O concurso, desenvolvido no âmbito do Projeto R+, Equipamentos Amigos das Pessoas, do qual a ACAPO é parceira, tem como objetivos o combate à exclusão social, permitindo que os cidadãos com deficiência tenham as mesmas oportunidades em aderir à reciclagem multimaterial, e a promoção do debate sobre o tema das acessibilidades/disponibilidade dos ecopontos para pessoas com deficiência e/ou incapacidade.

Destinado a arquitetos, designers, engenheiros, etc., as candidaturas a este concurso estão abertas até 12 de dezembro, podendo ser submetidas através do link: www.concursosoasrn.com/concurso.asp?Id=19.

Concerto na escuridão completa

Um casal de músicos cegos do Mali vai estar em Lisboa para um concerto que promete ser inolvidável: vai decorrer na total escuridão, sem luzes ou focos no palco ou fora dele. A intenção de Amadou & Mariam, invisuais desde muito novos, passa por tentar que a assistência absorva a música da mesma forma que eles a ouvem e sentem. "Se não consegues ver, a tua perceção do som é mais apurada", afirmou Amadou Bagayoko, cantor de 58 anos cego desde os 16.
O espetáculo intitula-se "Eclipse" e terá lugar no Grande Auditório da Fundação Calouste Gulbenkian, em Lisboa, a 18 de Novembro, um domingo, às 19 horas. Prevê-se uma experiência sensorial assinalável. Até as luzes de "saída de emergência" estarão apagadas. Além da ausência de qualquer luz, os nossos sentidos serão exacerbados com a propagação de aromas no ar. Consta que a sala será perfumada com um odor que recria o cheiro a terra quente de Bamako, a capital do Mali. Mais ainda: a perceção da temperatura ambiente também vai oscilar entre 15 e 30 graus celsius.
É claro que um espetáculo desta natureza acarreta medidas execionais. Por exemplo, toda a equipa de sala vai estar equipada com um sistema de visão noturna. "Em caso de emergência, desconforto, indisposição ou desorientação que provoque a necessidade de sair da sala, deverá o espetador agitar o programa no ar. Um assistente irá imediatamente ao seu encontro e prestará o auxílio necessário", lê-se no site da Fundação. Além disso, e "para garantir o êxito do espetáculo", afigura-se obrigatório respeitar determinadas regras: sacos, malas e casacos devem ser deixados no bengaleiro; "todos os equipamentos passíveis de emitir luz, som ou vibração (telemóveis, relógios, etc.) deverão estar desligados e é absolutamente proibido "qualquer dispositivo de gravação vídeo ou som". Após o início do concerto, não será possível a entrada ou reentrada na sala.
"Eclipse" terá a duração de 75 minutos e apresentará um repertório que pretende contar o trajeto de vida e obra da dupla. Com mais seis músicos em palco (entre os quais, Mamadou Diabaté, primo do magnífico Toumani Diabaté), não vão faltar as canções mais emblemáticas, que na última década têm conquistado fãs em todo o planeta. Amadou & Mariam são das mais entusiasmantes propostas do continente africano e já colaboraram com nomes como Manu Chao ou Damon Albarn, dos Blur. Fazem uma espécie de pop colorida e soalheira temperada com ritmos tradicionais do Mali e aberta a ramificações várias.

Ainda há bilhetes à venda no site da Fundação Calouste Gulbenkian