As terapias baseadas em células estaminais demonstraram ser efetivas para regenerar o tecido ocular em crianças com cataratas e reparar a córnea em animais que perderam a visão, segundo estudos publicados hoje na Nature.
Os estudos descrevem novas técnicas para devolver a transparência à córnea e ao cristalino, o que pode evitar transplantes ou implantes artificiais, procedimentos com algum risco para o paciente.
As cataratas, a primeira causa de cegueira no mundo, tratam-se habitualmente com uma operação em que se substitui o cristalino por uma lente intraocular artificial.
Em crianças com cataratas congénitas, o êxito daquela intervenção é limitado, dado que a operação pode criar uma certa distorção na linha de visão difícil de corrigir com óculos, porque o olho continua em desenvolvimento.
Cientistas dos Estados Unidos e do Reino Unido desenvolveram uma técnica para devolver a transparência ao cristalino sem necessidade de o substituir.
Os cientistas explicam, no estudo, que a técnica é menos invasiva que o procedimento habitual e consiste em retirar uma parte do tecido danificado, mas deixam intactas as células estaminais.
O procedimento foi testado em 12 crianças com menos de dois anos.
Segundo os resultados, o cristalino das 12 crianças regenerou-se em três meses e sem complicações em todos os casos.
Num outro estudo, os cientistas demonstraram que é possível cultivar células do epitélio em laboratório e transplantá-las para olhos de mamíferos.
Os cientistas experimentaram o método em coelhos com a visão danificada para comprovar que se pode utilizar com êxito para reverter danos na córnea.
O estudo sugere que este pode ser o primeiro passo para desenhar a experiência em humanos, o que pode evitar transplantes da córnea.
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