quarta-feira, 13 de janeiro de 2016

GLOBONEWS LARGA NA FRENTE E ESTREIA AUDIODESCRIÇÃO


O documentário "Boa noite, Solidão" será exibido pela GloboNews neste sábado, dia 16, às 21h05 e será o primeiro programa da emissora a contar com o recurso da audiodescrição. Atualmente, as operadoras de TV por Assinatura já são obrigadas a transmitir os recursos de acessibilidade para pessoas com deficiência visual ou auditiva veiculados pela TV Aberta, mas não existe a obrigatoriedade para as emissoras exclusivas da TV a cabo, como a GloboNews. A audiodescrição é um recurso de acessibilidade que serve não só para pessoas com deficiência visual, mas também para terceira idade, pessoas com baixo letramento e com alguns tipos de deficiência intelectual.

GloboNews: Boa Noite, Solidão será o primeiro programa da TV a cabo produzido com audiodescrição
PraCegoVer: Cena do documentário "Boa Noite, Solidão": Geneton Moraes Neto entrevista o sertanejo Ginaldo José da Silva. O documentário será transmitido pela GloboNews neste sábado.
Trinta anos depois de sair de Pernambuco em busca de melhores oportunidades no Rio de Janeiro, um movimento bastante comum naquela época, o jornalista Geneton Moraes Neto faz uma reflexão em seu novo documentário, "Boa Noite, Solidão", o quinto de sua carreira. Seu objetivo é entender o que pensam as pessoas que fazem uma opção contrária a dele: a de não sair da periferia rumo aos grandes centros. Esse foi o seu único critério: escolher pessoas que, por livre escolha, nunca saíram da pequena cidade de Solidão, no sertão pernambucano, e não conhecem o Rio de Janeiro, São Paulo ou Brasília. "Um princípio que considero básico para o jornalismo é perfeitamente adaptável ao universo dos documentaristas: não se deve, nunca, sair de casa com uma ideia preconcebida sobre a realidade. A experiência de se deixar surpreender pela realidade é sempre fascinante", explica Geneton.
A escolha da cidade foi aleatória. Pernambucano, Geneton sempre ficou curioso com o nome dessa cidade no mapa. "O documentário deve, obrigatoriamente, extrapolar o mero registro jornalístico. Deve ser uma aventura pessoal", explica. Percorreu 450km do Recife para o sertão com o cinegrafista Eduardo Riecken, companheiro de muitas viagens ao sertão no início dos anos 80 para cobrir a seca, em busca de personagens que tivessem boas histórias para contar. E, assim, conheceu em Solidão um homem semi-analfabeto que fabricou um carro com peças de oito automóveis diferentes, com o qual presta todo tipo de serviço; o homem de Afogados de Ingazeira que sonhava em voar e fabricou uma espécie de asa delta que levantou voo; e até um agricultor que zela pela língua portuguesa e critica as gírias ditas pelas pessoas que moram no Sudeste do país. "Fica clara a imensa dívida que o Brasil tem com tantos brasileiros. Se eles tivessem tido a chance de estudar, o que estariam fazendo hoje?", reflete o jornalissta.
A conclusão do documentarista é que as pessoas ainda nutrem uma curiosidade sobre os grandes centros, mas não sonham mais em morar neles por conta do medo da violência, alimentado pelo noticiário da TV ou pelos relatos de amigos que se arriscaram nessa travessia. Isso confirma o que as pesquisas mostram: hoje há mais gente voltando para o Nordeste do que saindo de lá. Ao mesmo tempo, a população do sertão hoje é tão conectada quanto os jovens das grandes cidades e têm acesso a todo tipo de rede social ou aplicativo, graças à popularização da internet.
Fonte:GloboNews

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