domingo, 27 de outubro de 2019

Dia do Terapeuta Ocupacional

O Terapeuta Ocupacional capacita a pessoa com estratégias que visem a autonomia nas suas rotinas diárias. Seja qual o contexto, o TO trabalha a autonomia das suas tarefas, aumentando a sua qualidade de vida

quinta-feira, 24 de outubro de 2019

10 anos da Convenção sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência

Há 10 anos, no dia 23 de outubro de 2009, iniciou-se a vigência, em Portugal, da Convenção sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência, da Organização das Nações Unidas.


Todos os países que ratificaram esta Convenção, comprometeram-se a promover, proteger e garantir o pleno e igual gozo de todos os direitos humanos e liberdades fundamentais por todas as pessoas com deficiência e promover o respeito pela sua dignidade, nomeadamente a:

  • Assegurar a igualdade perante a lei, incluindo o direito a possuir e a herdar bens, a controlar as suas finanças e a ter acesso a empréstimos, crédito e hipotecas;
  • Promover a mobilidade pessoal, facilitando o acesso a produtos de apoio;
  • Garantir o direito a uma vida autónoma, bem como o direito a casar e a constituir família;
  • Incluir as crianças e jovens com deficiência no sistema educativo regular;
  • Assegurar a igualdade de acesso à formação profissional, à educação para adultos e à educação permanente;
  • Promover o emprego, o trabalho independente e o empreendedorismo;
  • Garantir a participação na vida pública e política.
Fonte: INR

Nike cria linha de tênis para pessoas com deficiência



Veja como funciona:

quarta-feira, 23 de outubro de 2019

O que são os CAVI?

O que são os CAVI?
CAVI significa “Centro de Apoio à Vida Independente” e é o nome dado pelo Governo Português às delegações das organizações, que se queiram registar como Centros de Apoio à Vida Independente, para posteriormente se candidatarem aos projectos-piloto nacionais.

CAVI e CVI são a mesma coisa?
Não. CAVI, como referido antes, significa Centro de Apoio à Vida Independente e é a terminologia usada pelo Governo para se referir às delegações das organizações que querem concorrer aos projectos-piloto.
O CVI é o Centro de Vida Independente, e é uma associação independente de organismos estatais ou locais.

Como é a candidatura do CAVI?
Cada CAVI, após ter este estatuto no INR, terá de submeter uma candidatura aos fundos disponíveis para os projectos-piloto de Vida Independente. Estes fundos (do Portugal 2020 e outros) serão disponibilizados aos CAVI que sejam seleccionados após análise de todas as candidaturas submetidas.

No orçamento de cada CAVI estão suportados os custos com as despesas correntes (ex: água, luz, comunicações, rendas)? E o custo com os técnicos?Sim, nas verbas disponíveis para os CAVI serão contemplados os custos operacionais de cada CAVI, incluindo técnicos.

Quem gere estes pagamentos? E quem gere os pagamentos às ou aos assistentes pessoais?Todos os pagamentos têm de passar obrigatoriamente pelo CAVI e pela Associação devido às normas legais em vigor.
Os procedimentos exactos para os pagamentos às/aos assistentes pessoais ainda não estão definidos.

As candidaturas de cada CAVI serão realizadas regionalmente?Sim, cada Delegação terá de submeter a sua candidatura. (Ver penúltima questão)
Cada Delegação terá de se registar como CAVI, através de um formulário específico, disponibilizado pelo INR.
A submissão de candidaturas aos fundos ainda não está disponível.

A majoração relacionada com a empregabilidade de pessoas com deficiência na equipa técnica é de 10%?Não, o Governo não especifica o valor de majoração no caso das equipas técnicas terem pessoas com deficiência.

“…Os CAVI devem ser criados no seio de ONG-PD, quer sejam estas entidades com trabalho reconhecido na área da deficiência, quer se hajam constituído de raiz para efeitos de prestação de serviços de assistência pessoal. No primeiro caso, a entidade deverá constituir um núcleo/unidade autónoma para o efeito.” – Relatório de Auscultação Pública dos Modelos de Apoio à Vida Independente.
Sendo o CVI uma ONG-PD vai poder criar várias delegações a nível regional?O CVI irá criar Delegações em todas as regiões onde haja pessoas suficientes para se candidatar a CAVI.
Veja mais sobre as Delegações aqui.

Projeto MAVI

Conheça o Modelo de Apoio á Vida Independente:






Decreto-Lei nº 129/2017 de 9 de outubro, aprova o programa "Modelo de Apoio à Vida Independente" (MAVI), definindo as regras e condições aplicáveis ao desenvolvimento da atividade de assistência pessoal, de criação, organização, reconhecimento e funcionamento de Centros de Apoio à Vida Independente, CAVI, bem como os requisitos de elegibilidade e o regime de concessão dos apoios técnicos e financeiros dos projetos-piloto de assistência pessoal. O programa MAVI assenta na disponibilização de assistência pessoal a pessoas com deficiência ou incapacidade, pelos CAVI, em contextos diversos, para a realização de atividades de vida diária e de mediação que estas, em razão das limitações decorrentes da sua interação com as condições do meio, não possam realizar por si próprias. 
O programa MAVI tem como objetivo específico constituir-se como instrumento de garantia às pessoas com deficiência ou incapacidade das condições de acesso para o exercício dos seus direitos de cidadania e para participação nos diversos contextos de vida em igualdade com os demais.


segunda-feira, 21 de outubro de 2019

Google Maps introduz guia de voz para invisuais


É a pensar, essencialmente, nos utilizadores invisuais que a Google lançou nova atualização para o Google Maps, que acrescenta guia de voz mais detalhada para caminhadas, funcionalidade que a empresa afirma ter sido desenvolvida de raiz por e para pessoas cegas.

Se a popular aplicação da Google se tornou numa ferramenta comum pela forma intuitiva como permite acompanhar as indicações do trajeto no ecrã, para pessoas invisuais ou com baixa visão esta ferramenta está agora mais completa, com o guia de voz com atualizações contínua, muitíssimo mais detalhado, incluindo sinais sonoros para a localização de passadeiras e alertas para a presença de todo o tipo de obstáculos no caminho. Como explica Wakana Sugiyama, analista de negócios na companhia, cega e com participação fundamental no processo de desenvolvimento do novo Guia de Voz.

Para já, apenas disponível para iOS e Android em inglês e japonês. Mais tarde, a versão atualizada da aplicação será introduzida a outros idiomas e geografias.

ação de formação “Desmistificar a deficiência: os desafios da comunicação”

A Plural&Singular vai ministrar uma ação de formação sobre comunicação acessível e inclusiva dirigida aos seus colaboradores e às escolas do concelho de Guimarães.

A ação de formação “Desmistificar a deficiência: os desafios da comunicação” é, neste primeiro momento, dirigida a 120 trabalhadores do município que terão a oportunidade de desconstruir mitos e preconceitos e perceber a influência que a utilização dos conceitos adequados poderá ter nas mudanças necessárias à construção de uma sociedade mais inclusiva.

Além disso, este encontro é uma oportunidade de perceber o que se deve ter em conta na produção de conteúdos e documentos acessíveis, na apresentação da informação em sites e de saber quais as tecnologias usadas por pessoas com deficiência para comunicar.

Os participantes terão, também, a possibilidade de conhecer alguns aspetos relacionados com a comunicação acessível, como atender este público e como tornar os ambientes acessíveis.

A formação dirigida aos elementos do Fórum Municipal das Pessoas com Deficiência que se realizou a 26 de novembro de 2018 motivou o município a estender esta iniciativa aos seus colaboradores, mas também às escolas do concelho.

Estão previstas 14 ações de formação, uma por agrupamento escolar, o que vai permitir que 180 participantes, entre eles, professores, auxiliares da ação educativa e outros técnicos tenham mais uma oportunidade de “desmistificar a deficiência”, e de refletir sobre “os desafios da comunicação”.

Numa segunda fase, do total de 300 formandos serão selecionados 90 cuja atividade profissional se justifique para participar no nível II da ação de formação que incide na acessibilidade digital e no conhecimento de software gratuito e tecnologias de apoio que facilitem a comunicação de pessoas com diversidade funcional.

A Câmara Municipal de Guimarães, entendendo que o acesso à informação é um direito, com a aposta nesta formação quis proporcionar aos principais intervenientes nesta área uma oportunidade para comunicarem cada vez melhor e chegarem a mais pessoas.

Esta iniciativa conta com o apoio do Fórum Municipal das Pessoas com Deficiência de Guimarães, que também identificou a necessidade de capacitar as pessoas para comunicar com todos os públicos independentemente da sua condição funcional.

Mais Informações

Chrome introduz funcionalidade para cegos “verem” imagens enquanto navegam na internet

Através de IA e machine learning, o browser vai passar a descrever as
imagens para ajudar cegos ou pessoas com problemas de visão a navegarem
com maior eficácia na internet.
Considerando que a componente multimédia, sobretudo as imagens, fazem
parte de toda a experiência online, quando se navega pela internet, as
pessoas com problemas de visão e os cegos passam ao lado dos conteúdos
ilustrados. A Google pretende oferecer uma solução baseada em
inteligência artificial e machine learning para gerar automaticamente
descrições para essas pessoas. Até aqui, as descrições mostradas em
Braille dependem sempre dos web designers em obedecer às normas e criar
o chamado texto alternativo para as imagens.
A equipa da Google, responsável pela divisão de acessibilidade do
Chrome, produziu uma funcionalidade que tira partido do sistema de
reconhecimento de imagens, ligando-o a um algoritmo para gerar as tais
descrições alternativas das imagens. Isto porque segundo Laura Allen,
programadora sénior e gestora da equipa, citada pela Fast Company,
existem muitos milhões de imagens online sem qualquer descrição, uma má
conduta que a afeta diretamente, visto que tem uma visão reduzida.
“Quando se está a navegar e se depara com estas imagens, basicamente
ouve-se “imagem” ou “gráfico” ou simplesmente um gigantesco número,
referente ao nome do ficheiro da imagem, que são totalmente irrelevantes”.
É explicado que a tecnologia vai permitir oferecer algumas descrições
mais detalhadas, nomeadamente explicar que uma imagem com bananas e
cocos numa bancada se trata de “uma banca de frutas e vegetais no
mercado”. Para tal recorre à sua base de dados do Google Photos,
reconhecendo os objetos e aprende a gerar descrições assertivas para os
utilizadores com visão reduzida. O importante da tecnologia parece ser a
contextualização das imagens, e não uma descrição direta dos elementos
que as compõem.
Invés de referir bananas e cocos, a ferramenta pode referer o contexto
"frutas e legumes numa banca de venda" aos utilizadores cegos.
Ainda assim, e considerando que o algoritmo não é perfeito, sempre que
tenha dúvida do teor da imagem, a decisão é fazer com que não a traduza,
de todo, para evitar confundir os utilizadores. E no processo de testes,
a Google afirma que a ferramenta já identificou 10 milhões de mensagens
em poucos meses.
Para já, o recurso começou a ser disponibilizado aos utilizadores de
forma faseada, sobretudo aos que utilizam os tais leitores de ecrã.
Esses utilizadores vão poder controlar o sistema, se apenas querem
utilizar numa página, ou manter ligado durante a navegação. A Google
adianta que neste momento apenas está disponível em inglês, mas em breve
vai chegar a outros idiomas.

Fonte:Sapo,10 out 2019 14:03 

Montepio lança cartão de débito especial para cegos

O Banco Montepio lançou esta segunda-feira um cartão de débito com uma marca “que faz toda a diferença no dia-a-dia das pessoas com deficiência visual”. Trata-se de uma pequena “ranhura”, em forma de meia-lua, posicionada num dos lados do cartão, que permite às pessoas cegas distinguir este cartão de outros, de uma forma simples e imediata, explica a instituição.


domingo, 20 de outubro de 2019

20 de outubro - Dia Mundial de Combate ao Bullying







BULLYING
Podemos definir bullying como um conjunto de comportamentos de carácter agressivo, adotados entre pares, de modo intencional e repetido, podendo afetar e causar dano – a nível físico, verbal, social/relacional, psicológico e/ou sexual – às crianças e jovens, envolvidos numa relação de desequilíbrio de poder entre o agressor e a vítima. As vítimas de bullying podem sentir maior tristeza, diminuição de autoestima, desmotivação e baixa de rendimento escolar, perturbações alimentares e de sono, e maior propensão para comportamentos depressivos.



bullying e outras formas de violência são fenómenos que se registam com uma frequência preocupante nas vidas das crianças e jovens, podendo ser devastadores para as vítimas, e cabe à Escola assumir-se como um espaço privilegiado na prevenção e combate a todas as formas de violência. O Plano “Escola Sem Bullying. Escola Sem Violência” surge como um auxiliar de apoio, com vista à utilização de diferentes abordagens de prevenção e intervenção face a este fenómeno, de modo a incentivar, reconhecer e divulgar práticas de referência. 

sábado, 19 de outubro de 2019

Parque infantil inclusivo nasce em Porto de Mós

O parque infantil Almirante Vítor Trigueiro Crespo, em Porto de Mós, vai ser transformado num parque inclusivo, no âmbito de uma das candidaturas do Orçamento Participativo 2018 que a autarquia assumiu, apesar de não ser projeto vencedor.
"Além de ser exequível, o projeto estava dentro das nossas preocupações, que têm sido as acessibilidades. Aliás, temos procurado dotar todos os edifícios públicos dessas condições. Um parque infantil inclusivo era algo que não tínhamos e que seria importante para todas as crianças usufruírem", justificou à agência Lusa o presidente do Município de Porto de Mós, Jorge Vala.
Este projeto tinha ainda outra componente relacionada com as acessibilidades no castelo: "Já tínhamos realizado algumas obras no castelo, mas a proposta de criar um elevador para a torre não foi aceite pela Direção Geral do Património. A proposta do parque inclusivo pareceu-nos uma boa ideia e avançámos", explicou o autarca de Porto de Mós, no distrito de Leiria.
O atual espaço entra hoje em obras de remodelação, que incluem a acomodação de equipamentos adaptados para crianças com mobilidade reduzida, nomeadamente um carrossel e um baloiço.
"O parque é o mesmo. Já tínhamos colocado uma vela para fazer sombra e agora vamos redimensioná-lo para ser adaptado às crianças com mobilidade reduzida. Como o piso já não estava em grandes condições, vamos trocá-lo", revelou o autarca.
As obras, que têm um investimento de cerca de 40 mil euros, deverão estar concluídas no final do mês.
Fonte: RTP Noticias

18 de outubro: Dia internacional de consciencialização da Perturbação do Desenvolvimento da Linguagem (PDL)

Sabia que em Portugal cerca de 9% das crianças com necessidades educativas especiais apresentam PDL? Não é um diagnóstico raro, mas ainda é uma patologia relativamente desconhecida para população em geral.

quinta-feira, 17 de outubro de 2019

EduPlaces/Locais Educadores: práticas, vozes e percursos de educação inclusiva

No dia 8 de novembro decorre no IE UMinho o Seminário Internacional EDUPLACES SE HOUVERA QUEM ME ENSINARA…. DEBATE DE RESULTADOS DE INVESTIGAÇÃO.
O projeto EduPlaces/Locais Educadores: práticas, vozes e percursos de educação inclusiva (2016-2019) (PTDC/MHC-CED/3775/2014) constitui um estudo multi-caso de dez práticas socioeducativas híbridas e contraditórias, que alteram efeitos de certas barreiras e influenciam os percursos escolares dos jovens que envolvem.
Nesse sentido, desafiam a criação de um reportório de práticas institucionais favoráveis à superação de barreiras à participação de todas as crianças e jovens na aprendizagem e na escola.

O seminário conta com a participação de investigadores de cinco universidades portuguesas e três universidades estrangeiras: Fátima Antunes, Joana Lúcio, José Augusto Pacheco; Licínio Lima e Virgínio Sá (Universidade do Minho); Rosana Barros (Universidade do Algarve); Natália Alves (Universidade de Lisboa); Ariana Cosme, Helena Araújo, Tiago Neves (Universidade do Porto); Armando Loureiro (Universidade de Trás os Montes e Alto Douro); Danny Wildemeersch (Universidade de Lovaina); Francesca Salvá-Mut (Universidade de Ilhas Baleares); Sally Power (Universidade de Cardiff). E a moderação e comentário de Ana Cristina Pereira (Jornal Público) e Inês Cardoso (Jornal de Notícias).

Portugal é um dos estados-membros da União Europeia com mais elevados índices de insucesso e abandono escolares, mas também aquele que mais significativamente reduziu esses índices ao longo das últimas décadas. A universalização da educação e a expansão da escolaridade constituíram conquistas relevantes do processo de democratização da sociedade portuguesa nos últimos 45 anos. A coesão social, a democratização e a inclusão educativas (isto é, a participação na educação, na escola e na aprendizagem) constituem parâmetros que guiam as políticas e as práticas socioeducativas orientadas para a superação do insucesso e abandono escolares.

Não obstante, o conhecimento e o debate científicos e educativos abrem espaço e desafiam os investigadores e profissionais a questionar as bases teóricas e empíricas dessas políticas e práticas e a discutir o seu contributo para a compreensão dos processos político-pedagógicos e educativos envolvidos.

Neste Seminário Internacional do Projeto EduPlaces analisa-se esse painel alargado de práticas socioeducativas ― desenvolvidas em diversos contextos geográficos no âmbito de programas nacionais baseados na escola ou na comunidade ― para debater em que termos essas políticas e práticas socioeducativas chegam a: (i) mitigar ou superar certos efeitos de condições estruturais e desvantagens socioeducativas, também fabricadas pelo sistema educativo e outras poderosas instituições; (ii) influenciar a capacidade institucional de efetivamente contribuir para a construção pelos sujeitos de percursos académicos suscetíveis de alargar as oportunidades de vida de certos públicos em desvantagem face à escolarização.

Discutem-se também as relações entre as práticas socioeducativas inclusivas e as comunidades de prática e de aprendizagem dos profissionais envolvidos, ou seja, os modos como se retroalimentam, se fertilizam ou se tornam interdependentes.
Esta iniciativa é particularmente dirigida a estudantes do Instituto de Educação, responsáveis de agrupamentos de escolas, professores, técnicos de educação, membros de órgãos de gestão das escolas, animadores socioculturais, técnicos de serviço social, técnicos da administração local, responsáveis autárquicos pela educação, formadores, membros de associações de pais, outros profissionais de educação escolar e não-escolar.

A inscrição é gratuita e obrigatória para eduplaces-cied@ie.uminho.pt

Chrome introduz funcionalidade para cegos “verem” imagens enquanto navegam na internet

Através de IA e machine learning, o browser vai passar a descrever as imagens para ajudar cegos ou pessoas com problemas de visão a navegarem com maior eficácia na internet.
Chrome introduz funcionalidade para cegos “verem” imagens enquanto navegam na internet
Considerando que a componente multimédia, sobretudo as imagens, fazem parte de toda a experiência online, quando se navega pela internet, as pessoas com problemas de visão e os cegos passam ao lado dos conteúdos ilustrados. A Google pretende oferecer uma solução baseada em inteligência artificial e machine learning para gerar automaticamente descrições para essas pessoas. Até aqui, as descrições mostradas em Braille dependem sempre dos web designers em obedecer às normas e criar o chamado texto alternativo para as imagens.
A equipa da Google, responsável pela divisão de acessibilidade do Chrome, produziu uma funcionalidade que tira partido do sistema de reconhecimento de imagens, ligando-o a um algoritmo para gerar as tais descrições alternativas das imagens. Isto porque segundo Laura Allen, programadora sénior e gestora da equipa, citada pela Fast Company, existem muitos milhões de imagens online sem qualquer descrição, uma má conduta que a afeta diretamente, visto que tem uma visão reduzida. “Quando se está a navegar e se depara com estas imagens, basicamente ouve-se “imagem” ou “gráfico” ou simplesmente um gigantesco número, referente ao nome do ficheiro da imagem, que são totalmente irrelevantes”.
É explicado que a tecnologia vai permitir oferecer algumas descrições mais detalhadas, nomeadamente explicar que uma imagem com bananas e cocos numa bancada se trata de “uma banca de frutas e vegetais no mercado”. Para tal recorre à sua base de dados do Google Photos, reconhecendo os objetos e aprende a gerar descrições assertivas para os utilizadores com visão reduzida. O importante da tecnologia parece ser a contextualização das imagens, e não uma descrição direta dos elementos que as compõem.
tek google
Invés de referir bananas e cocos, a ferramenta pode referer o contexto "frutas e legumes numa banca de venda" aos utilizadores cegos.
Ainda assim, e considerando que o algoritmo não é perfeito, sempre que tenha dúvida do teor da imagem, a decisão é fazer com que não a traduza, de todo, para evitar confundir os utilizadores. E no processo de testes, a Google afirma que a ferramenta já identificou 10 milhões de mensagens em poucos meses.
Para já, o recurso começou a ser disponibilizado aos utilizadores de forma faseada, sobretudo aos que utilizam os tais leitores de ecrã. Esses utilizadores vão poder controlar o sistema, se apenas querem utilizar numa página, ou manter ligado durante a navegação. A Google adianta que neste momento apenas está disponível em inglês, mas em breve vai chegar a outros idiomas.

terça-feira, 15 de outubro de 2019

«Como» Desenvolver Programas de Orientação e Mobilidade para Pessoas com Deficiência Visual

 


O desenvolvimento da Orientação e Mobilidade de pessoas com deficiência visual ocorre como em qualquer indivíduo, desde o nascimento. O que vai caracterizar a diferença é a necessidade das crianças cegas serem estimuladas, o mais cedo possível, através dos sentidos remanescentes e da manipulação natural que ocorre nos momentos de troca, banho, alimentação e carinho, devendo portanto, iniciar no colo da mãe e no berço onde vai adquirindo ricas oportunidades de vivenciar espaços e movimentos. Portanto, pode-se considerar este momento como o inicio da construção de sua Orientação e Mobilidade.
Nos programas de Intervenção Precoce já deverão ser incluídos para crianças com deficiência visual alguns procedimentos visando futuramente uma orientação e mobilidade independente. É importante salientar que nestes primeiros anos de vida, os pais são os principais mediadores nessa construção e deverão participar ativamente deste programa.
Quando a criança começa a frequentar a escola, novas técnicas poderão introduzidas gradativamente e serem incorporadas por ela, passando a fazer parte de seu dia a dia. Nesta fase, o mediador mais direto é o professor especializado, que em parceria com os pais e professores de classe comum ajudarão a criança a construir as bases necessárias para sua independência, não apenas na orientação e mobilidade mas também nas atividades da vida autônoma e social.
Antes de iniciar o programa específico de Orientação e Mobilidade o professor deverá observar e avaliar de forma sistemática as habilidades e as dificuldades do aluno para planejar programas que levem à formação de conceitos e a saber o momento exato de iniciar tal programa e de que forma serão introduzidas as técnicas específicas de mobilidade.
Um dos aspectos importantes a serem considerado, tanto na observação como na avaliação formal, é a existência ou não de verbalismos utilizados pela criança com deficiência visual. Um verbalismo é o resultado de conceitos imprecisos ou vagos resultantes de experiência sensorial insuficiente. Neste caso a criança quando solicitada a descrever um conceito o faz adequadamente (verbalismo), mas não consegue aplicá-lo na prática. Por exemplo, se perguntarmos a um aluno até mesmo de escolaridade avançada, o que são linhas paralelas, ele descreverá corretamente, será capaz até de colocar duas linhas paralelas sobre a mesa; porém, se pedirmos para que ele ande paralelamente à parede não conseguirá fazê-lo, pela falta de oportunidade de transferir uma informação teórica para a prática, não incorporando o conceito.
Conceitos inadequados do espaço físico da escola não possibilitam ao aluno andar livremente, por não dominar seu tamanho, saber encontrar pontos de referência, identificar peculiaridades da construção, como escadas, pisos, corredores, reconhecer formas geométricas dos ambientes o que dificultará a formação de mapa mental da rota a seguir inteirado com o ambiente.
Para que o aluno com deficiência visual possa se movimentar de um ponto a outro, é preciso não apenas "ler" ou seguir rotas, mas esta alerta, orientado em relação ao seu destino, construindo mesmo involuntariamente, um mapa mental em constante mudança.
 
TÉCNICAS FORMAIS APLICADAS EM ORIENTAÇÃO E MOBILIDADE
Segundo o Comité de Competência do Departamento de Educação dos Estados Unidos, os professores que trabalham com crianças deficientes visuais necessitam conhecer as habilidades básicas de mobilidade; os conceitos e as técnicas que antecedem a aprendizagem do uso da bengala-longa. Somente após ter interiorizado os conceitos de Orientação e Mobilidade é que o aluno estará apto a aprender as técnicas com rapidez e eficiência.
Embora, neste livro, tenha sido concebida uma sequência lógica sobre o ensino das técnicas de Orientação e Mobilidade, sua organização foi feita para fins didáticos, o que não implica, em momento algum, que não possam ser alteradas em sua ordem e até mesmo ensinadas concomitantemente variando de pessoa para pessoa, segundo idade, condições físicas, e vivências anteriores.
 
TÉCNICA DO GUIA VIDENTE
É a primeira técnica a ser ensinada e se constitui num dos meios mais eficientes para familiarizar a criança com os espaços físicos da escola, principalmente a sala de aula.
O professor ao guiar o aluno de um lado a outro na escola deverá pedir-lhe que descreva detalhes encontrados no ambiente: cruzamento de corredores, aberturas de espaços como saguão, portas, texturas dos pisos, inclinações, degraus e outros. Essas informações poderão servir ao professor como avaliação informal do aluno quanto aos conceitos e as percepções não visuais ou no caso dos alunos com baixa visão o quanto e como está enxergando, o que pode identificar e a que distância. A técnica do guia vidente é aceita e empregada universalmente tanto em ambientes internos ou externos, é utilizada tanto no início do aprendizado de orientação e mobilidade como em situações posteriores.
E importante destacar que nesta técnica o deficiente visual não deverá se deixar guiar passivamente, mas sim assumir uma atitude responsável por sua segurança física, devendo instruir seu guia para que este se constitua numa fonte segura de informação e proteção.
O aluno deficiente visual deverá esforçar-se para interpretar corretamente os movimentos corporais e sinais emitidos pelo guia, isto acontecerá após um período de uso da técnica quando estará apto a captar todas as informações cinestesicamente, dispensando as informações orais.
Entretanto, durante a caminhada o guia vidente poderá descrever, relatar e informar pontos de referência que possam interessar, fornecer informações complementares e úteis sobre os serviços existentes bem como obstáculos encontrados no percurso.
Uma observação importante é que o deficiente visual em ambiente externo deverá caminhar do lado interno da calçada, protegendo-se de obstáculos que, quase sempre, são encontrados na parte externa da calçada, como postes, telefone, caixa de correio, lixeiras e outros.
 
OBSERVAÇÃO
Todas as técnicas aqui descritas serão apresentadas de forma esquematizada, com o objetivo de facilitar a compreensão imediata das mesmas, como também garantir a sua correta utilização e servir de referencial para as adaptações que se fizerem necessárias.
A finalidade de apresentação destas técnicas é oferecer subsídios práticos aos professores de classes inclusivas e pais de alunos deficientes visuais para que possam atuar junto aos mesmos de forma a torná-los mais independentes.

UTILIZAÇÃO DO GUIA VIDENTE

OBJETIVOS GERAIS
  • Funcionar como uma técnica segura e eficiente de movimentos
  • Proporcionar ao aluno participação ativa e independente
  • Permitir que o aluno compense as dificuldades causadas por um mal guia
  • Possibilitar a interpretação dos movimentos do guia através da percepção cinestésica.

TÉCNICA BÁSICA
O guia vidente entra em contato com o aluno cego, tocando levemente no seu braço, devendo colocar o seu cotovelo em contato direto com o braço do aluno
• O aluno localiza o cotovelo do guia, segura seu braço (logo acima do cotovelo) colocando o polegar do lado externo e os outros dedos na parte interna do braço de maneira firme e segura.
• O aluno deverá permanecer meio passo atrás do guia, com o seu ombro na mesma posição que a dele, fornecendo maior proteção e segurança em termos de reação.
• O aluno cego deverá acompanhar o ritmo da marcha do guia vidente de forma sincronizada, evitando tornar-se um peso para o guia.
• O aluno deverá manter seu braço junto ao seu corpo com o cotovelo flexionado num ângulo de 90°.
Ao pegar no braço do guia, o deficiente visual deverá estar atento para não cometer erros que poderão comprometer sua orientação e adequação social como: segurar muito próximo da axial puxar a roupa do guia apertar demasiadamente ou pegar frouxamente, o braço do guia o que poderá constituir-se em perigo na travessia de ruas podendo soltar-se involuntariamente pendurar-se no braço do guia ocasionando um peso em demasia
ALERTAS
• aluno deverá sempre ser deixado em contato com um objeto concreto, evitando sentir-se perdido no espaço, e o guia deverá informar onde ele se encontra
• a parte superior do braço deverá ser mantida junto ao corpo, principalmente ao fazer curvas, de modo que o aluno obtenha maior proteção do guia
• as crianças ou pessoas de baixa estatura poderão usar tanto a cintura como o pulso do guia para compensar a diferença de altura
• esta técnica, embora de grande utilidade e eficiência trata-se de um meio de locomoção dependente, pois seus usuários precisam de outra pessoa para se locomoverem.

TROCA DE LADO
OBJETIVO
Proporcionar ao aluno deficiente visual a mudança de lado de acordo com o seu interesse, preferência, condições de segurança e adequação social quando estiver sendo guiado em ambientes internos ou externos.
PROCEDIMENTOS
• Para a troca de lado o aluno deverá segurar o braço do guia com as duas mãos
• Soltando uma das mãos o aluno deverá escorregá-la horizontalmente nas costas do guia até localizar o braço oposto
• Após localizar o outro braço o aluno passará automaticamente para o lado oposto
ALERTA
• O aluno somente deverá soltar o braço do guia após ter localizado seu braço oposto.

PASSAGEM ESTREITA
OBJETIVO
• Permitir a passagem do aluno de forma segura em locais estreitos quando não é possível ao guia e acompanhante se posicionarem lado a lado (portas, corredores, locais congestionados, entre peças de móveis, objetos e outros)
PROCEDIMENTOS
• O guia posicionará seu braço estendido para trás, em diagonal e distante de seu corpo (20cm)
• O aluno se colocará atrás de seu guia, estendendo seus braços e segurando com as duas mãos o braço do guia, colocando-se bem atrás do mesmo
Após ultrapassar a passagem estreita ou área congestionada, o guia e o aluno assumem novamente a posição básica
ALERTA
• O aluno deverá sentir-se livre para mover-se atrás do guia. No caso de guia desconhecido o aluno deverá perceber cinestesicamente o movimento e posicionarse de forma segura, protegendo-se.
• O aluno deverá manter seu braço estendido para não pisar no calcanhar de seu guia

RODAR (CURVAS)
OBJETIVO
• Dar condições ao aluno para interpretar curvas através do uso de linhas quebradas (ângulo reto)
PROCEDIMENTOS
• Toda curva deve ser feita em ângulo reto e o aluno deverá posicionar-se de tal forma que possa virar-se no mesmo local que o guia com segurança.
• Guiar o aluno de forma que ele perceba que houve mudança na direção, através da percepção cinestésica.
ALERTA
• A curva realizada em linha contínua dificulta a percepção do aluno quanto a mudança de sua direção.
• Tomar o devido cuidado para que o aluno se proteja e tenha um comportamento ativo, tendo consciência do percurso percorrido e da mudança na direção.
• Após tempo de prática esta técnica poderá ser menos rígida, o aluno terá condições de perceber curvas mesmo que o guia não utilize "linha quebrada"

SUBIR ESCADAS
OBJETIVO
• Dar condições ao guia e ao aluno deficiente visual de subirem escadas com segurança, eficiência e elegância
PROCEDIMENTOS
• O guia se aproximará perpendicularmente (formando a letra T) da borda do primeiro degrau da escada e faz uma pequena pausa
• O guia iniciará a subida permitindo que o aluno permaneça um degrau atrás dele
• O guia deverá ir do lado do corrimão para poder segurar-se e proteger o aluno, caso haja algo inesperado
• No fim da escada o guia fará uma pausa para indicar o topo da mesma, evitando que o aluno dê um passo em falso
• No topo da escada o nível do braço do guia indicará o fim da mesma (através da estabilização da altura do braço)
• As sucessivas mudanças da altura do braço e do corpo do guia, darão ao aluno imediata informação espacial, motora e cinestésica
ALERTAS
• O centro de gravidade do aluno deverá cair nos calcanhares, permitindo uma posição ereta.
• O aluno deverá ser orientado para não deslizar seu pé para frente em busca do próximo degrau
• As alunas devem evitar o uso de salto alto quando estiverem utilizando escadas, uma vez que pode interferir no equilíbrio, na percepção cinestésica e tátil
• A aluna deverá ser orientada sobre os acidentes que poderão ocorrer com o uso de salto alto, principalmente no início do programa, (torcer o pé, escorregar ou cair)
• O guia deverá prestar atenção quanto a sua aproximação da escada e manter a posição perpendicular, uma vez que, caso ocorra de forma diagonal, o aluno cego perderá sua referência

DESCER ESCADAS
OBJETIVO
Dar condições ao guia e ao aluno deficiente visual para descerem escadas com segurança, eficiência e elegância
PROCEDIMENTOS
• O guia vidente se aproximará perpendicularmente da borda da escada e fará uma pausa, posicionando-se para a descida
• O aluno deverá estar atento quanto a sua posição ereta, mantendo o centro de gravidade localizado sobre os calcanhares
• Quando o guia desce o primeiro degrau, o aluno dará meio passo para perceber cinestesicamente o movimento de descida e localizar a borda do primeiro degrau
• O guia iniciará a descida permitindo que o aluno permaneça um degrau atrás dele
• No final da escada o levantamento do braço do guia permitirá ao aluno perceber que acabou a descida.
ALERTAS
• No caso de escadas espirais o aluno deverá ser colocado na parte mais larga da mesma deixando a mais estreita para o guia
• O aluno será colocado entre o guia e o corrimão, permitindo ao guia segurá-lo caso dê um passo em falso
• O corrimão poderá ser necessário para o aluno quando este apresentar além da cegueira outros comprometimentos, (paralisia cerebral, deficiência física, distrofias musculares e outros)

(ULTRAPASSAGEM DE) PORTAS
OBJETIVOS
• Dar condições ao guia e ao aluno deficiente visual para ultrapassarem portas com segurança, eficiência e participação ativa do aluno.
PROCEDIMENTOS
• O guia deverá fazer uma rotação e informar ao aluno sobre a posição da porta, ou seja se abre a direita, esquerda, para fora ou para dentro, permitindo sua participação ativa na passagem.
• Tanto os movimentos do guia como os do aluno serão basicamente os mesmos indicados para a passagem estreita, porém menos exagerados
• Quando o guia se posiciona próximo à porta o aluno move sua mão livre e com o dorso da mesma faz contato com ela
• O aluno manterá a porta aberta até ultrapassá-la, fechando ou deixando-a aberta, conforme o caso
• Uma vez ultrapassada a porta, o guia deverá retornar seu braço a posição anterior, indicando assim, que o obstáculo foi ultrapassado
• No caso de portas giratórias, o aluno com deficiência visual deverá manter seu braço livre estendido à frente, à altura da cintura, com a palma da mão voltada para fora
• A medida que vai ultrapassando a porta, sua mão deverá correr ao longo da mesma, segurando-a até ultrapassá-la com segurança
• Para abrir portas o guia deverá parar diante da mesma com o trinco em frente ao centro do corpo do aluno e informar a direção em que ela abre
• Com sua mão livre o aluno deverá entrar em contato com a porta e abri-la e ambos deverão ultrapassá-la na posição usual
ALERTAS
• Na ultrapassagem de qualquer tipo de porta é importante que o guia vá fornecendo informações orais precisas para que o aluno se posicione corretamente e possa ultrapassá-la com segurança
• Em portas que abrem para dentro e para fora, do tipo vai e vem, cabe ao guia segurá-la para que a mesma não venha atingir o aluno

LOCALIZAR CADEIRA E SENTAR-SE
OBJETIVO
Dar condições ao aluno com deficiência visual para localizar a cadeira, explorar o assento, sentando-se com adequação, independência e segurança
PROCEDIMENTOS
• O guia conduzirá o aluno a meio passo da cadeira explicando a posição e a proximidade da mesma, informando se há presença de mesa ou não
• O aluno estenderá o braço localizando com o dorso da mão o seu encosto, passando a explorar o assento verificando a proximidade da mesa, quando houver
• Caso haja mesa, o aluno deverá explorá-la para saber se está sentado em frente, ao lado etc.
 
Técnicas quanto à posição das cadeiras
a) aproximação pela frente da cadeira
• após a informação do guia sobre a cadeira, o aluno deslizará sua perna para frente até fazer contato com a mesma na sua parte anterior.
• o aluno localizará o encosto da cadeira segurando-o e com a outra mão fará a limpeza do assento (com o dorso da mão verifica se não há nada no assento)
• mantendo contato com a cadeira o aluno fará uma volta de 1802 utilizando seu corpo como eixo, mantendo a parte posterior dos membros inferiores na altura do assento e sentando-se independentemente
b) aproximação pelo encosto da cadeira
• a aproximação da cadeira ocorre como descrito anteriormente
• o aluno estende seu braço para frente em diagonal, para entrar em contato com o encosto da cadeira
• segurando o encosto da cadeira dá a volta até atingir a frente da mesma a partir dessa etapa, o aluno estará posicionado à frente da cadeira e deverá proceder da mesma forma que na técnica descrita anteriormente
c) sentar-se em cadeiras perfiladas (auditórios)
• o guia deverá parar na fileira desejada e fornecer orientação verbal ao aluno
• o aluno se posicionará ao lado do guia que irá conduzi-lo entre as cadeiras, andando de lado
• o aluno deverá utilizar a mão livre para rastrear a parte de trás das cadeiras da frente
• quando atingir o assento desejado, o guia dará orientação verbal. O aluno utilizará a técnica descrita para sentar-se
ALERTAS
• O propósito de fazer a limpeza no assento tem duas finalidades: verificar se existe algum objeto sobre o mesmo e adquirir informações a respeito do seu tipo e tamanho
• O aluno poderá obter informações sobre a cadeira de forma segura, elegante e mais precisa, quando utiliza corretamente as técnicas acima mencionadas e não ficar esperando passivamente as descrições do guia
• O aluno deverá puxar lentamente a cadeira, quando próxima da mesa, para não bater sua mão
• Se o aluno entrar em uma sala sozinho, deverá ser orientado para perguntar onde poderá sentar-se.
• Estas técnica necessita de contínuo reforço.

SENTAR-SE À MESA
OBJETIVO
• Permitir ao aluno que se oriente e se posicione à mesa de forma correta, adequada e elegante
PROCEDIMENTOS
• O aluno deverá aproximar-se da cadeira fazendo uso das técnicas anteriormente descritas
• Após localização e identificação da cadeira, segue lateralmente as linhas da mesma com uma das mãos e com a outra entra em contato com a borda da mesa
• O aluno deverá manter contato com a mesa enquanto puxa a cadeira
• Verificará o assento e o encosto da cadeira
• Após sentar-se deverá alinhar-se em relação à mesa, usando a parte dorsal das mãos para perceber a linha da mesa à sua frente e puxar a cadeira para aproximarse perpendicularmente de forma confortável.
ALERTAS
• O aluno deverá se posicionar de forma que sua cadeira esteja em linha perpendicular à mesa
• Para a exploração da mesa, a face dorsal da mão é utilizada para que o aluno não derrube nada que possa estar sobre a mesma, como copos, alimentos, e outros
• A exploração da mesa com o dorso da mão irá amenizar o impacto da mesma, caso venha a tocar em qualquer objeto

TÉCNICAS DE AUTO-AJUDA
Estas técnicas possibilitarão ao aluno com deficiência visual movimentar-se com independência, eficiência e segurança, em ambientes internos e familiares, em situações onde haja necessidade de utilizar seu corpo e seus movimentos para se orientar e se locomover.
Para o uso dessas técnicas os alunos necessitarão de conhecimento de seu corpo, de seus movimentos, da posição das partes do mesmo, e dominar conceitos relacionados a espaço, tempo, lateralidade e outros, envolvendo a interpretação cinestésica e a utilização integrada de todos os sentidos.
Segundo FANJUL (1983) as técnicas de auto-ajuda deverão ser incluídas o mais precocemente possível, pois se constituirão nas bases da segurança e confiança na locomoção, tornando-se hábitos indispensáveis que evitarão que o aluno deficiente visual caminhe agitando os braços de forma incontrolada. Sem o uso de pontos de referência confiáveis, por não ter adquirido orientação e domínio do ambiente e conhecimento dos objetos que o rodeiam, estará exposto constantemente a acidentes, gerando uma relação de dependência com seus familiars ou pessoas de seu relacionamento, o que irá bloquear sua independência e levará a uma baixa na sua auto-estima.

TÉCNICA DE PROTEÇÃO SUPERIOR
OBJETIVO
• Proporcionar ao aluno proteção da parte superior de seu corpo em um ambiente familiar, detectando objetos que estejam colocados na altura de seu tórax e rosto
PROCEDIMENTOS
• Flexionar o cotovelo formando um ângulo obtuso, elevando-o até a altura do ombro com a palma da mão voltada para a frente e os dedos estendidos, levemente flexionadoss
• O antebraço e a mão deverão ficar a uma distância aproximada de 20 cm do rosto e tórax
ALERTAS
• O braço e os dedos da mão deverão permanecer levemente flexionados para evitar traumas ao entrar em choque com obstáculos • Muitos alunos poderão encontrar dificuldades na utilização desta técnica em conjunto com o uso da bengala
• Esta técnica poderá ser usada simultaneamente com o rastreamento com a mão (a ser descrita posteriormente)

TÉCNICA DE PROTEÇÃO INFERIOR
OBETIVOS
• Proporcionar ao aluno com deficiência visual proteção da parte frontal e inferior do tronco, detectando obstáculos na altura da cintura e órgãos genitais.
PROCEDIMENTOS
• O aluno colocará o braço estendido, em posição diagonal na frente do corpo, com a mão na linha média (meio do corpo), e a palma da mão voltada para o seu corpo
• A mão deverá permanecer a uma distância de 20 cm do corpo aproximadamente, o que é suficiente para detectar obstáculos antes de atingi-los
ALERTAS
• Um aluno alto poderá ter necessidade de aproximar mais sua mão do corpo, deixando-a mais baixa, desta forma não irá colidir com possíveis obstáculos, podendo ainda reduzir a velocidade de sua marcha para se proteger

SEGUIR LINHAS GUIAS
OBJETIVOS
• Favorecer ao aluno a obtenção de uma linha paralela de direção para localizar objetos de seu interesse e/ou pontos de referências
• Permitir que o aluno mantenha sua orientação de forma segura e eficiente através de contato constante com uma superfícies (parede), facilitando assim, sua localização no espaço
• Permitir a manutenção da marcha na direção desejada
PROCEDIMENTOS
• O aluno localizará a parede e se posicionará paralelamente à ela, mantendo uma distância aproximada de 20cm
• O aluno rastreará a parede com o dorso da mão, utilizando de maneira suave o dedo mínimo e anular em contato com a linha guia, enquanto que os outros dedos deverão permanecer flexionados.
• O braço e antebraço deverão formar um ângulo obtuso permitindo que o cotovelo fique levemente flexionado
• O braço deverá permanecer em diagonal na parte lateral do corpo enquanto a mão que rastrea a parede, deverá posicionar-se abaixo da cintura, o que permitirá um tempo hábil de reação entre possíveis obstáculos.
ALERTA
• A mão que está rastreando a parede (móvel, balcão e outros) deverá permanecer à frente do corpo do aluno (40 cm aproximado) para antecipar a percepção do obstáculo e realizar os desejos necessários.
• O aluno deverá permanecer 20 cm de distância da parede para não colidir com objetos que possam estar presentes, ex: extintor, caixa de eletricidade e outros.
• A técnica deverá ser modificada quando a parede for muito áspera (rastrear levemente com as unhas)
• O rastreamento de linhas guias pode ser usada em conjunto com a proteção superior desde que a mesma não passe a ser apenas uma técnica de proteção.
• Esta técnica poderá ser usada tanto por principiantes em programa de orientação e mobilidade, como também por aqueles que têm locomoção independente.
• Deverá ser empregado constantemente por alunos que têm comprometimento adicionais à cegueira, ex: comprometimento auditivo, neurológico, físico e mental.
• Esta técnica deverá levar o aluno a localizar aberturas como portas, corredores e outros.
• Quando as pontas dos dedos ficam estendidas/esticadas o aluno correrá o risco de que lhes entrem farpas sob as unhas
• Quando o professor encontrar muita dificuldade para fazer com que o aluno mantenha os dedos da mão levemente flexionados, basta colocar um pequeno objetos entre os dedos médio, indicador e polegar, até que o aluno adquira o hábito de rastrear corretamente.

ENQUADRAMENTO OU ALINHAMENTO
OBJETIVOS
• Possibilitar ao aluno condições para determinar sua posição em relação a outros objetos e decidir a partir daí, a tomada de direção desejada
• Permitir que o aluno, a partir do objeto e o posicionamento de seu corpo, estabeleça a tomada de sua linha de direção (perpendicular, diagonal ou paralela)
PROCEDIMENTOS
• O aluno alinhará uma parte de seu corpo em relação a um objeto estável como mesa, porta, parede e outras.
• Empregará uma imagem espacial e projetará uma linha reta de caminhada que poderá ser perpendicular, diagonal ou paralela, a partir da linha média do seu corpo.
• Se a linha que irá seguir a região glútea no alinhamento; caso a linha a seguir seja paralela deverá utilizar a mesma posição do rastreamento e em diagonal deverá formar com o seu corpo e o objeto um ângulo obtuso.
• O aluno deve utilizar princípios de cinesiologia e os princípios anteriores de orientação e mobilidade para localizar-se.
ALERTAS
• A técnica de enquadramento é utilizada em situação estática e é um passo anterior a tomada de direção.
• A medida que o aluno vai dominado a técnica ela poderá deixar de ser tão rigorosa.
• Alguns objetos ou parte do corpo que se complementam bem são a parte posterior do corpo e a parede, a parte dorsal da mão e as portas abertas.
• O principal ponto de referência para o reconhecimento de ambientes internos é a porta.
• É importante estabelecer uma posição correta no ambiente para determinar o ponto de partida e definir qual a sua posição para chegar ao ponto pretendido.
• No caso de portas abertas o aluno deverá tocar lateralmente os batentes com as mãos para alinhar seu corpo dentro desse espaço.
• O enquadramento ainda poderá se feito com os calcanhares ou parte lateral das pernas (paralelo)

TOMADA DE DIREÇÃO
OBJETIVOS
Permitir ao aluno determinar a linha de direção através do uso de linhas retas de objetos ou de informações auditivas, de forma segura e eficiente

ENQUADRAMENTO E TOMADA DE DIREÇÃO EM:
  • Linha Perpendicular
  • Linha Horizontal
  • Diagonal
PROCEDIMENTOS
O aluno empregando à imagem espacial alinha seu corpo, em movimento, para estabelecer, corrigir linhas de direção e atingir o seu objetivo.
Poderão ser utilizado objetos fixos (pontos de referência) ou usar informações auditivas (pistas). O aluno nesta técnica deverá utilizar os ensinamentos anteriores do programa de orientação e mobilidade.
ALERTA
Esta técnica é diferente da "técnica de enquadramento" porque ela é aplicada em situações dinâmicas e os planos do corpo não estão alinhados com os planos do objeto.
Esta técnica deverá se tornar menos rígida a partir de seu domínio
O aluno utilizará esta técnica mesmo após sua locomoção independente; quando já estiver utilizando a bengala tomará a direção de acordo com o som do tráfego, mudança de vento e outros.

LOCALIZAÇÃO DE OBJETOS (CAÍDOS)
OBJETIVOS
• Facilitar de forma segura, eficiente e adequada a localização e busca sistemática de objetos caídos ou colocados em algum lugar
• Possibilitar a recuperação, de forma rápida e dinâmica, de objetos que caíam
PROCEDIMENTOS
• O aluno deverá ser orientado para ficar atento à pista auditiva fornecida pelo ruído do objeto ao tocar o solo.
• O ruído produzido pelo objeto fornecerá ao aluno duas pistas simultaneamente: distância e a direção em relação ao aluno
• Quando detectado através do som o lugar exato em que se encontra o objeto, o aluno procurará ficar de frente e caminhar até ele, tendo o cuidado de não se distrair e perder a referência de sua posição.
• No ponto onde se encontra o objeto caído o aluno deverá abaixar-se com o tronco ereto, flexionando as pernas até ficar de cócoras ou apoiando um dos joelhos no chão.
• O aluno deficiente visual iniciará sua busca com uma das mãos, executando movimento de "limpeza" de forma sistemática, com o dorso da mão, os movimentos poderão ser em forma de espiral em círculos concêntricos do maior para o menor, em linhas paralelas, em diagonais ou em forma de grade.
ALERTAS
• Objetos que rolam ao cair o aluno deverá esperar que os mesmos parem para iniciar a sua busca.
• O aluno deverá levantar-se vagarosamente, com cautela, para não bater a cabeça, principalmente quando se deslocar abaixado.
• O aluno deverá ter conhecimento que alguns objetos poderão rolar e executar uma trajetória no solo, o que poderá ser acompanhado auditivamente; é quando a textura do solo possibilitar o abafamento do som (sombra sonora) a pista será perdida e o aluno terá dificuldades para encontrá-lo e sua busca será incerta, necessitando, por vezes, de ajuda.
• O aluno deverá ser orientado para flexionar seus joelhos corretamente, descer e subir no mesmo eixo vertical para maior segurança.
Poderá utilizar esta técnica com a proteção superior, para garantir uma descida e uma busca livre de obstáculos, a qual poderá deixar de ser usada no momento em que se certifique de que espaço a sua frente está livre.
• O aluno deverá estar consciente que é muito difícil localizar objetos esféricos, que realizam trajetórias irregulares e difícil de serem seguidos auditivamente, a não ser que caiam em superfícies que dificultem o objeto de rolar (carpetes, emborrachados e outros).

FAMILIARIZAÇÃO DE AMBIENTES
OBJETIVOS
• Oferecer ao aluno condições de obter informações acerca de um ambiente desconhecido, de forma segura e eficiente
• Favorecer a familiarização sistemática do ambiente estabelecendo relacionamento da porta com os objetos
PROCEDIMENTOS
• O aluno fará o enquadramento com a porta principal, que é o ponto de referência dominante, para a familiarização de ambientes
• O aluno determinará aproximadamente o tamanho do ambiente interno, utilizando a ecolocalização
PROCEDIMENTOS DO PERÍMETRO
• O aluno estabelece um ponto de partida (preferencialmente a porta como ponto de referência) e utilizando-se da linha guia, percorre o perímetro do ambiente interno
• Em conjunto com o rastreamento poderá ser usada a proteção superior
PROCEDIMENTOS DE FAMILIARIZAÇÃO PARCIAL
• Após enquadramento na porta, o aluno seguirá linhas, guias em uma das paredes e voltará à porta
• O aluno irá progressivamente ampliando a exploração do ambiente sempre retornando ao ponto inicial de referência (porta)
• O aluno determinará o relacionamento dos objetos existentes no ambiente em relação à porta, através dos seguintes procedimentos:
Ir da porta a um objeto (por ex. mesa da professora) retornando à porta
Ir da porta à mesa da professora e à sua carteira retornando pelo mesmo caminho
Ir da porta à mesa da professora e à sua carteira, retornando diretamente à porta, utilizando trajeto alternativo
incluir gradativamente todos os objetos que compõem a sala de aula
No final o aluno deverá ser capaz de relacionar todos os objetos do ambiente interno em relação à porta
O aluno deverá utilizar os ensinamentos anteriores de mobilidade para a sua movimentação na sala de aula como enquadramento, proteção superior, proteção inferior e outros.
ALERTAS
• A porta deverá sempre ser o ponto de referência para a orientação do aluno em ambientes internos
• As técnicas usadas poderão variar de acordo com o ambiente e as habilidades individuais do aluno
• Deve-se permitir que o aluno tenha a iniciativa e criatividade para a exploração do ambiente, estabelecendo projetos alternativos
• Quando o aluno encontrar muita dificuldade, a familiarização poderá ser feita com a ajuda de um guia vidente
• Esta técnica deverá ser utilizada mesmo após aquisição de independência na orientação e mobilidade.

TÉCNICAS COM 0 USO DA BENGALA LONGA OU TÉCNICAS DE HOOVER

Estas técnicas têm como objetivo habilitar a pessoa com deficiência visual para locomoverse com segurança, eficiência e independência em ambientes internos e externos, utilizando a bengala longa.
O primeiro-tenente e médico oftalmologista do Valley Forge Hospital, Dr. Richard Hoover, observando os ex-combatentes cegos dos programas de reabilitação concluiu que "as pessoas cegas em meu país se mouem miseravelmente", a partir de suas observações constituiu uma equipe e se propôs a estudar o problema e procurar alternativas que pudessem mudar este quadro.
Em 1950, após estudos relacionados a problemática da cegueira e a mecânica da marcha, criou uma bengala mais longa e mais leve que as tradicionais de apoio, para ser utilizada como uma extensão do dedo indicador, para sondar através da percepão tátil-cinestésica o espaço à frente, detectando a natureza e condições do piso, existência de obstáculos, depressões, aclives, declives, localizar pontos de referência e proteger a parte inferior do corpo de colisões.
A bengala criada por Hoover, media aproximadamente, l,42m de comprimento, por l,2cm de diâmetro e pesando 186g, com a extremidade inferior arredondada para facilitar o deslizamento no contato com o solo. Criou e desenvolveu um sistema de exploração tátil e cinestésica por extensão, estruturando um programa de Orientação e Mobilidade em três etapas; utilização do guia vidente, técnicas de auto-ajuda e técnicas para utilização da bengala longa.
Hoje, o comprimento da bengala para a pessoa com deficiência visual é determinado pela estatura, tipo físico, extensão do passo; costuma-se tomar com referência de medida uma linha vertical que vai da extremidade do osso externo (boca do estômago) até o solo. Essa técnica foi organizada através de umm sequência progressiva de dificuldades, iniciando-se em ambientes internos e conhecidos, passando para uma fase residencial, de movimento e trânsito tranquilo, evoluindo para áreas comerciais e mais movimentadas.
Em se tratando de estudantes, deverá ser iniciada pelos corredores, sala de aula, banheiros, refeitório e parte administrativa passando para o pátio e posteriormente para os arredores onde a escola está inserida.
A bengala longa poderá ser utilizada desde a infância até a idade em que a pessoa tenha condições de se locomover sozinha. O uso da mesma é recomendável também para crianças pequenas dependendo de algumas condições relacionadas à idade, interesse, necessidade, maturidade, responsabilidade e domínio de competências e habilidades que favoreçam o processo evolutivo dos programas de Orientação e Mobilidade.

TÉCNICA DIAGONAL DA BENGALA (seguir linhas guias)
OBJETIVO
• Proporcionar ao aluno condições para andar independentemente e com segurança em ambientes familiares
• Garantir que a pessoa mantenha em sua caminhada a linha de direção desejada
• Facilitar a locomoção em áreas congestionadas
• Permitir a utilização da técnica em companhia do guia vidente
PROCEDIMENTOS
• Para esta técnica o aluno deverá segurar a bengala com a mão entre o cabo e o corpo da mesma
• Deverá flexionar seu braço até que sua mão fique aproximadamente na altura da cintura, fazendo uma rotação do antebraço, permitindo que a palma da mão fique voltada para a frente
• O cotovelo e o pulso deverão estar estendidos
• O polegar deverá ficar paralelamente ao redor do cabo direcionado para a ponta
• O dedo indicador deverá ficar paralelo e superior ao cabo direcionado para a ponta, seguindo o sentido da bengala
• Os outros dedos ficarão flexionados segurando o cabo
• A bengala deverá cruzar diagonalmente à frente do corpo desde a mão que a segura até a ponta (ponteira), que deverá estar a 2,5cm além do plano lateral do ombro oposto
• A bengala deverá ficar disposta de forma que o seu cabo também ultrapasse a 2,5cm do ombro, do lado da mão que a segura
• A ponteira da bengala deverá estar anterior ao cabo através de um leve desvio, mantendo-a em contato com o solo
• A bengala deverá ser mantida na mão oposta a parede, sobre o solo e em contato com a parede
• A bengala poderá ser segurada por qualquer uma das mãos, porém deverá ser mantida naquela oposta à parede a ser rastreada
ALERTAS
• Esta técnica poderá ser modificada com o uso do guia vidente (a bengala deverá ficar um pouco mais vertical, levemente erguida, não tocando o solo evitando desta maneira que o guia tropece na mesma)
• Esta técnica também poderá ser modificada para subir e descer escadas (para subir a ponteira deverá ficar um pouco mais elevada para tocar as bordas dos degraus à frente e para descer deverá permanecer a uns 2cm acima do degrau sem tocar no mesmo)
• Conforme a textura do piso e característica do ambiente, a ponta poderá deslizar no solo ou mantê-la levemente suspensa (2cm), tocar o chão a cada três ou quarto passos.
• A parte baixa do corpo ficará desprotegida com esta técnica
• Esta técnica não detecta depressão do solo
 
OBSERVAÇÕES
Os erros comuns na utilização desta técnica são:
• Mover a mão muito longe da linha média do corpo, colocando-a muito além do ombro oposto
• Levantar muito a ponta da bengala no caso do rastreamento (pois sempre que possível, ela deverá estar deslizando no solo)
• Deixar a mão abaixo da cintura
• Manter a ponta da bengala no mesmo plano ou posterior ao cabo

COLOCAÇÃO DA BENGALA LONGA
OBJETIVOS
• Orientar a pessoa com deficiência visual para colocar a bengala em locais que possa pegar com facilidade e que não venha a atrapalhar a circulação de outras pessoas
PROCEDIMENTOS
• A bengala poderá ser colocada em locais acessíveis tais como:
• Diagonalmente embaixo da cadeira
• Num canto junto a móveis ou paredes, verticalmente
• Quando a pessoa estiver em pé, poderá mantê-la verticalmente junto ao seu corpo
• Quando sentada poderá colocá-la em diagonal, entre suas pernas e apoiada em um dos ombros
• No chão em posição paralela, contra a parede.
ALERTAS
• No caso da bengala ser dobrável ela poderá ser colocada no bolso de trás, na bolsa ou presa ao cinto
• Poderá ainda permanecer no colo ou colocada sobre a mesa
• A pessoa com deficiência precisa utilizar as referências espaciais para saber se o local onde foi colocada a bengala não se constitua em obstáculo para outras pessoas que circulam no ambiente.

TÉCNICA PARA DETECÇÃO E EXPLORAÇÃO DE OBJETOS

OBJETIVOS
• Dar condições para que a pessoa com deficiência visual obtenha informações do ambiente, exploração e identificação de objetos encontrados, de forma segura, eficiente e de forma correta
PROCEDIMENTOS
• O aluno ao entrar em contato com algum objeto através da bengala, deverá aproximar-se do mesmo e colocar a bengala na posição vertical em contato com o objeto
• Esta posição dará condições ao aluno de explorar o objeto, dando informações sobre a altura e tamanho do mesmo
• Se a bengala permanecer totalmente em contato com o objeto, indicará que o mesmo é alto e pode ser explorado na posição de pé
• Se a bengala tocar um objeto a uma altura mais baixa, o aluno deverá colocar-se ao lado do mesmo deslizando a sua mão ao longo do comprimento da bengala até encontrá-lo, flexionando o joelho, usando a proteção superior, se necessário
• Quando os objetos são extremamente baixos, a exploração poderá ser feita com a ponta da bengala ao invés de curvar-se até ele
ALERTA
• Esta técnica só deverá ser usada pelo aluno se necessária, porque quando o ambiente não for conhecido poderá colocar em risco sua orientação e segurança (caixa de eletricidade não lacrada, fios desencapados, objetos sobrepostos e outros)

TÉCNICA PARA LOCALIZAÇÃO DE PORTAS FECHADAS E TRINCOS
OBJETIVO
• Capacitar o aluno para localizar portas fechadas e trincos, através do uso da bengala de forma eficiente, segura e adequada.
• Dar condições ao aluno para proteger seus dedos evitando que fiquem presos na porta ou dobradiça
PROCEDIMENTOS
• O aluno ao entrar em contato com a porta através da ponta da bengala, deverá manter o contato e colocar a bengala na posição vertical
• Ele mantém a bengala verticalmente movimentando-a lateralmente para a esquerda e para a direita, até localizar os batentes e o trinco da porta
• O aluno deverá movimentar a sua mão livre para baixo ao longo da bengala até encontrar o trinco, abre a porta e a ultrapassa utilizando a técnica diagonal
• Ultrapassando a porta, o aluno deverá fechá-la e prosseguir sua caminhada usando a técnica de toque.
ALERTAS
Quando o aluno localiza a dobradiça da porta automaticamente saberá que o trinco está posicionado do lado oposto e a porta também se abrirá em direção a ele
Se o trinco não for localizado o aluno deverá investigar que tipo de porta está à sua frente (de correr, vai-e-vem, abertura central).

TÉCNICA DO TOQUE
OBJETIVO
• Capacitar o aluno para locomover-se independentemente em todos os tipos de ambientes, tanto internos como externos, familiares ou desconhecidos, de forma segura, eficiente e adequada
• Proporcionar, através desta técnica, o máximo de proteção e informação do ambiente, no que se refere a diferentes objetos que possam ser encontrados do solo até a linha da cintura
PROCEDIMENTOS
• O aluno deverá flexionar levemente o braço, até que sua mão fique na altura a cintura, colocando-o na parte mediana do corpo, estendendo posteriormente o cotovelo para obter a máxima proteção
• A ponta da bengala deverá ser colocada mais para frente em relação ao cabo, que deverá permanecer mais próximo do corpo do aluno, enquanto a ponta, para frente, mais distante de seus pés (correndo diagonalmente da mão para o solo)
• A mão do aluno deverá ser mantida num prolongamento natural do antebraço, de forma cômoda e anatómica, sem provocar tensão no pulso. O dorso da mão deverá ficar para fora, deixando bem visíveis o polegar e o indicador
• O cabo da bengala deverá ser segurado com firmeza, de forma que fique bem acomodado na palma da mão, com o polegar e o dedo médio formando um anel em torno do cabo, os dedos anular e mínimo ajudarão no apoio da bengala
• O dedo indicador por ser o mais enervado e mais sensível, se constitui no melhor transmissor das sensações e vibrações recebidas pela bengala de forma tátil e cinestésica, transformando-a (a bengala) em um verdadeiro prolongamento do dedo indicador
• O dedo indicador deverá ficar paralelo ao longo da bengala, entre o cabo e o seu corpo, apontando em direção à ponta da bengala
• O pulso deverá ser flexionado levemente para baixo, de forma a facilitar a movimentação da bengala, em arco, da direita para a esquerda
• A bengala deverá tocar os dois pontos do solo (direita e esquerda), ultrapassando
2,5 cm aproximadamente de cada lado do ombro do aluno, para sua maior segurança e proteção
• O aluno deverá fazer a "limpeza" do solo desenhando um " z", iniciado distante de seu pé e finalizando junto a ele, verificando se existem depressões ou obstáculos para que possa iniciar sua caminhada seguramente
• O aluno deverá iniciar a caminhada, realizando à sua frente com a ponta da bengala o desenho de um arco simetricamente com a parte mediana de seu corpo
• Quando o aluno dá um passo, a ponta de sua bengala deverá tocar o solo do lado oposto ao pé que foi à frente, e assim sucessivamente
• A bengala deverá tocar levemente o solo (sem batê-la), num ritmo sincronizado com o seu passo. O toque da bengala no solo foi o que deu origem ao nome da técnica.
ALERTAS
No uso desta técnica poderão ocorrer alguns erros que são relativamente comuns, principalmente no início do programa, mas passíveis de correção, tais como:
 
a) Fora do passo
• Quando o aluno errar o passo ele poderá parar e começar novamente e de forma correta
• O aluno poderá fingir que está chutando a bengala para o lado oposto a cada passo e desta forma habituar-se a sincronia do mesmo
• O aluno poderá ainda, usar um duplo toque em um dos lados para corrigir a técnica.

b) A mão poderá sair fora do centro ou das altura correta
• O aluno poderá usar um ponto de referência pessoal para manter sua mão na parte mediana do corpo, como uma fivela de seu cinto, um botão etc.

c) Bengala pulando ou arco muito grande ou pequeno
• O aluno poderá tornar o toque muito leve na extremidade da ponta da bengala, para a correção ele poderá levantar o seu pulso abaixando dessa forma a ponta
da bengala, permitindo um toque mais firme
• O aluno poderá desenhar arcos maiores que os desejáveis perdendo desta forma o controle do espaço por onde deve caminhar, velocidade reduzida na marcha e aumento da possibilidade de tropeçar e chocar-se com obstáculos. Para corrigir este defeito poderão ser colocados dois objetos no solo, um de cada lado, servindo como referência para o tamanho exato do arco (tijolo, madeira), até que o aluno se conscientize e mecanize o tamanho correto do mesmo.
• Quando o aluno realiza um arco menor que o ideal, fará uma cobertura de proteção inadequada expondo-se a situações de perigo, não detectando possíveis obstáculos em sua linha de direção lateral.

d) Mover o braço todo em detrimento do movimento do pulso
• Quando o aluno movimenta o braço ao invés do pulso, deverá ser orientado no sentido de movimentar a bengala através da posição correta do dedo indicador.
Outra correção que poderá ser feita é colocar uma pulseira feita com papel cartão (4 cm de largura aproximadamente) e pedir ao aluno que observe o
movimentar do pulso que deverá tocar sua mão na pulseira em ambos os lados.
• Outra alternativa que poderá ser utilizada para esta correção é através da percepção proprioceptiva do aluno quando é orientado a segurar levemente seu pulso com a outra mão, com o dedo indicador estendido sobre a sua mão o que lhe dará oportunidade de perceber e interpretar o movimento correto.

e) Assimetria do arco
• Quando o aluno executa o arco de forma assimétrica poderá ficar parado e exercitar o movimento da bengala de forma simétrica, tendo como referência dois objetos, colocados à sua frente, um de cada lado
• O professor deverá ficar atento à posição da mão e fazer as correções cabíveis
• O professor poderá andar de costas, de frente para aluno, percebendo desta forma a simetria do arco, a posição da mão, reforçando verbalmente o que está correto, orientando as correções necessárias
OBSERVAÇÕES
• O professor deverá inicialmente introduzir esta técnica em ambientes conhecidos e de forma gradativa e sistemática
• O aluno deverá receber orientação quanto a cada detalhe da técnica; exemplo: posição da mão, braço, arco e outros
• As correções deverão ser feitas obedecendo a uma sequência progressiva e de um só detalhe por vez, ou seja nunca corrigir no mesmo dia a simetria do arco, sincrônia pé e bengala, forma de segurar a bengala e outros.
• O aluno não deverá avançar no programa enquanto não tiver pleno domínio de fases anteriores.

LOCALIZAÇÃO DE ABERTURAS COM A TÉCNICA DO TOQUE
OBJETIVOS
• Permitir ao aluno que localize aberturas fazendo uso da técnica do toque, de forma segura e independente
PROCEDIMENTOS
• O aluno deverá caminhar próximo à parede (paralelo), segurando mais abaixo no corpo da bengala diminuindo o tamanho da mesma, para facilitar a localização da abertura
• A bengala deverá tocar alternadamente na parede e no solo, sendo esta uma alternativa da técnica do toque
• O aluno deverá evitar que a bengala repique seu toque na parede, para se proteger
ALERTAS
• O aluno deverá ser cauteloso para não permitir que a sua mão saia da linha media do corpo, deverá movimentar apenas o pulso evitando mexer o braço todo, o que poderá dificultar a sua orientação
• O aluno poderá ter a tendência de se afastar da parede, não caminhando paralelamente a ela, o que resultará em perda de informações essenciais e empobrecimento da técnica.

TÉCNICA DE DESCER A ESCADA COM BENGALA
OBJETIVOS
• Oferecer condições ao aluno para descer escadas usando a bengala com segurança, eficiência e independência
PROCEDIMENTOS
 
a) Técnica Principal
• O aluno deverá se aproximar da escada em ritmo normal de marcha usando a técnica do toque
• Quando a ponta da bengala tocar no primeiro degrau o aluno deverá fazer uma exploração com a mesma "varredura" no sentido horizontal, para ter certeza de que ele se encontra na posição perpendicular à escada.
• O aluno deverá colocar a sua bengala,verticalmente no primeiro degrau, encaminhando-se para o início da escada e verificando com a bengala a altura do degrau e a largura da escada .
• O aluno deverá colocar a bengala em diagonal, cruzando o corpo, mantendo sua mão ao lado e com o cotovelo ligeiramente flexionado
• A ponta da bengala deverá permanecer, aproximadamente 2,5 cm acima da borda do segundo degrau, de acordo com a altura do indivíduo
O aluno deverá descer a escada com o peso de seu corpo centralizado sobre os calcanhares até que a ponta da bengala deslize sobre o solo, indicando o término da mesma, fazendo uma rápida "limpeza " para prosseguir sua caminhada com segurança.
A técnica acima descrita permite que o aluno desça escadas com facilidade e segurança, no entanto ele poderá fazer uso de duas alternativas:

b) A técnica alternada número um e número dois, permitem ao aluno entrar em contato com escadas irregulares
• O aluno deverá se aproximar e explorar a escada como na técnica anterior
• O aluno deverá descer as escadas mantendo a ponta da bengala em constante contato com a borda de cada degrau
• Quando o aluno atingir o final da escada, a bengala deslizará no solo.

c) A técnica alternada número dois
• Esta alternativa oferece ao aluno uma forma segura para descer, principalmente em se tratando de pessoas mais idosas ou que apresentam alterações motoras ou neurológicas adicionais à deficiência visual
• O aluno deverá localizar a borda de cada degrau e trazer a bengala para trás, podendo descer um degrau de cada vez e apoiar-se no corrimão, caso tenha necessidade
• Esta técnica é indicada para alunos extremamente medrosos uma vez que mantém constante contato com o degrau, dando-lhe maior segurança.
ALERTAS
Poderá ser necessário ajustar o tamanho da bengala sobre a borda do degrau, dependendo do comprimento do braço do aluno (segurando na bengala mais abaixo)
Embora o uso do corrimão não seja encorajado, alguns casos especiais (deficiencies adicionais) poderão necessitar dos mesmos
O corrimão deverá ser usado nas escadas em espiral.
O professor deverá permanecer em frente e abaixo do aluno durante a instrução inicial, evitando assim a possibilidade de quedas; o professor nunca deverá colocar os dois pés em um mesmo degrau para manter uma posição de segurança, tanto dele como do aluno
Tantos as mulheres como os homens não deverão usar saltos altos enquanto não dominarem plenamente esta técnica
Esta técnica deverá ser revista continuamente para que o procedimento seja realizado de forma segura e eficaz

TÉCNICA DE SUBIR ESCADAS COM A BENGALA
OBJETIVOS
• Capacitar o aluno para subir escadas com a bengala de forma independente, segura, eficiente e adequada
PROCEDIMENTOS
• O aluno deverá se aproximar da escada em passos normais, utilizando-se da técnica do toque
• Quando a bengala fizer contato com a escada ele deverá abaixar sua mão ao longo do corpo da bengala e andar em direção à mesma, fazendo a "varredura", explorando a largura da escada e altura dos degraus
• O aluno deverá fazer seu enquadramento, formando uma linha perpendicular entre seus pés e o primeiro degrau, mantendo a bengala em diagonal cruzando seu corpo para iniciar a subida
• A ponta da bengala deverá fazer contado com cada degrau, a medida que sobe, devendo manter seu corpo ligeiramente inclinado para a frente
• Quando a ponta da bengala não mais tocar o degrau o aluno deverá subir mais dois até atingir o topo da escada, pois a bengala estará sempre dois degraus acima dele.
• Ao atingir o topo da escada o aluno deverá fazer a varredura e continuar a sua caminhada
ALERTAS
• O aluno poderá escolher a posição e a maneira de segurar a bengala, garantindo assim sua proteção e comodidade.(vertical ou diagonal)
• Se o aluno optar pela forma vertical deverá com a ponta da bengala localizar o primeiro degrau, colocando-a na borda do mesmo, segurar no corpo da bengala na posição de um lápis, adaptando sua altura e dando início a subida.
• O aluno poderá usar a técnica de toque e deslize para aproximar-se da escada, em ambiente conhecido onde ele sabe de sua existência e proximidade
• O professor deverá permanecer atrás do aluno quando estiver subindo

FAMILIARIZAÇÃO DE TRANSPORTE (CARRO)
OBJETIVO
Dar condições ao aluno para que conheça as parte principais de um carro e possa entrar e sair do mesmo com segurança e de forma adequada.
PROCEDIMENTOS
• O aluno deverá estabelecer uma relação com o carro, conhecendo as partes principais do mesmo para estabelecer sua posição (faróis dianteiros, indicará a frente do carro e as lanternas traseiras a parte de trás, as portas a parte lateral.
• Com a bengala em uma das mãos, longe do carro, usando a técnica do toque ele deverá seguir linhas guias ao longo do carro, deslizando sua mão na parte superior do veículo, fazendo reconhecimento do mesmo.
• Ao localizar a janela saberá que está na direção da porta, deverá localizar o trinco e abrir amplamente a porta, mas de forma cautelosa para não bater em si próprio, em outras pessoas ou objetos.
• Após abrir a porta, deverá localizar a beirada do teto do carro para saber o quanto deverá abaixar-se para não bater sua cabeça. Deverá virar-se colocando-se paralelamente ao veiculo, introduzindo primeiro a perna que se encontra ao lado do assento, evitando entrar de frente, limpa o banco e senta-se puxando a porta e fechando-a firmemente.
ALERTAS
O aluno deverá estar seguro que dobrou sua bengala e que a mesma não esteja atrapalhando o motorista ou outro passageiro, principalmente no caso das bengalas inteiriças
Para o aluno sair do veículo deverá utilizar o processo inverso
Cuidado especial deverá ser dado para abrir e fechar as portas evitando assim que o aluno ou outras pessoas prendam seus dedos.



ANEXO
Orientação e Mobilidade - Sugestões de Avaliação
Questionário de Avaliação Inicial
(adolescentes e adultos)
 
Prof.ª Mª Ivete de Masi

(adaptada de «Orientation and Mobility» de W. Scheffer)

Nome:
Idade:
Diagnóstico Oftalmológico
Data:
Profissional:

1 - Você sabe o que é Orientação e Mobilidade? (se o aluno não souber, o professor deve explicar)
2 - Você tem algum problema para ouvir? Em caso positivo perguntar:
a) você tem dificuldade para ouvir quando está andando?
b) você usa aparelho auditivo?
c) desde quando você o usa?
d) você recebeu algum treinamento para usá-lo?
3 - Você tem alguma outra deficiência, além da cegueira?
4 - Você teve alguma instrução prévia em Orientação e Mobilidade? Em caso positivo perguntar:
a) onde você recebeu orientação?
b) quem foi o professor? (para solicitar relatório)
c) quando você recebeu essas orientações?
d) o que você aprendeu com ele?
5 - Há quanto tempo você mora nesse lugar?
6 - Que tipo de coisas você faz que estejam ligadas à O.M.?
7 - O que você gostaria de fazer e que não faz atualmente em Orientação e Mobilidade?
8 - Você pode me informar como é a sua vizinhança? (bairro)
  rural
  exclusivamente residencial
  residencial e comercial
  urbana
  outras
9 - Você pode me descrever como é a sua vizinhança? (bairro)
10 - Você compreende como é o bairro onde está a sua casa? Em caso negativo perguntar:
a) Por que isso acontece?
  ninguém está disponível para ajudar
  o bairro é inseguro
  não há interesse em sair
  não há lugares aonde ir
  a família/amigos desencorajam você
  muita ocupação impedem de sair
  outros
b) Até onde você pode ir em seu bairro?
c) Você tem interesse em sair mais de casa?
d) Aonde você gostaria de ir ou de conhecer?
11 - Quais formas que você usa para andar no seu bairro?
  Sem auxílio óptico
  Usando a visão residual e auxílios ópticos
  Guia vidente
  Montado num carrinho
  Usando a bengala longa
  Outros
12 - Quais as dificuldades que você tem em usar algum dos métodos acima para andar?
13 - Você atravessa as ruas do seu bairro?
14 - Como são controladas as ruas de seu bairro?
  Sinal de parada
  Semáforos
  Controlado por policial
  Auxílio de policiais para a travessia
  Não tem controle de semáforos
  Outros
15 - Como você sabe quando é seguro atravessar:
  Em cruzamentos com semáforos?
  Em cruzamentos sem controle de semáforos?
16 - Quais as dificuldades que você tem em cruzar as ruas?
17 - Você usa a bengala para ajudá-lo a andar ou para fazer identificação de obstáculos?
18 - Que tipo de bengala você usa?
19 - Para que você usa a bengala?
20 - Você tem algum problema para usar a bengala?
  tamanho inadequado (grande ou pequena)
  a bengala não fornece as informações suficiente
  a bengala não oferece a proteção necessária
 a bengala não oferece apoio
 outros
21 - Que problemas você tem com a bengala?
22 - Como você se sente usando a bengala?
23 - Você fica incomodado com:
 luzes brilhantes
 escuridão
 pouca luz
24 - Em que tipos de lugar você faz compras de forma independente?
25 - Com R$ 5,00 você pode comprar algo que custa R$ 3,98?
26 - Você anda em outros lugares além do seu bairro? Em caso positivo, onde?
27 - Você usa transportes coletivos de forma independente?
28 - Você considera importante alcançar seu objetivo sendo independente em mobilidade


ϟ
Nely Garcia é professora na Faculdade de Educação da Universidade de S. Paulo, Brasil, onde se doutorou em 2000. É especialista em Orientação e Mobilidade.
[excerto] Capítulo 4
da obra 'ORIENTAÇÃO E MOBILIDADE - CONHECIMENTOS BÁSICOS PARA A INCLUSÃO DA PESSOA COM DEFICIÊNCIA VISUAL'.
Coordenadora: Maria Glória Batista da Mota.
MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO - SECRETARIA DE EDUCAÇÃO ESPECIAL - BRASÍLIA, 2003