Olhares
quarta-feira, 27 de abril de 2022
Dia Internacional do Cão-Guia! 🦮
O que devemos ou não fazer ao encontrar um cão-guia e o seu utilizador?
quarta-feira, 2 de junho de 2021
Pelo Direito a Brincar (Artº 9º nº 2 da Convenção sobre os Direitos da Criança)
Esta manhã foi apresentado o novo Lego Braille Bricks.
Este jogo, uma edição especial da Lego, é lançado em Portugal através de uma parceria entre a Fundação Lego e a ACAPO, Associação dos Cegos e Amblíopes de Portugal, com o objetivo de desconstruir estereótipos e tornar o Braille um sistema de leitura e escrita atrativo para qualquer criança.
O jogo é composto por 340 peças, cada uma das quais representando uma letra ou sinal de pontuação, inscrito simultaneamente em Braille e a negro, o que permite que todas as crianças brinquem e explorem juntas. Mais do que um jogo é um desafio, onde quem vê aprende Braille e quem não vê tem a oportunidade de ensinar algo novo aos amigos e ser, sem dúvida, o líder por um dia!
Um excelente exemplo da Lego a destacar, promotor de inclusão, autonomia e autodeterminação.
O jogo não estará à venda mas será atribuído aos Estabelecimentos de Ensino/Instituições que ensinam Braille a alunos com deficiência visual (entre os 4 e os 18 anos) e cujos técnicos/professores tenham frequentado um webinar promovido pela ACAPO. Eu já fiz e como tal o meu agrupamento de escolas receberá este jogo. :)
Quanto aos técnicos/professores interessados em frequentar um webinar promovido pela ACAPO, contactem para este endereço eletrónico lego@acapo.pt
segunda-feira, 26 de abril de 2021
Mochila com Inteligência Artificial permite que cegos explorem o mundo com mais segurança
A nova mochila com Inteligência Artificial (IA) é a prova de que a tecnologia pode ajudar pessoas com deficiência visual a explorarem o mundo de forma segura.
Um dos maiores desafios dos invisuais é movimentarem-se em espaços públicos de forma segura. A nova mochila com software de Inteligência Artificial da Intel foi desenhada especificamente para alertar os utilizadores com um som cada vez que se aproximam de passadeiras ou pessoas, por exemplo.
Segundo o The Washington Post, a mochila ativada por voz foi criada por uma equipa liderada por Jagadish K. Mahendran, investigador do Instituto de Inteligência Artificial na Universidade da Geórgia, nos Estados Unidos. O objetivo era desenvolver um sistema capaz de substituir a bengala ou o cão-guia.
“No ano passado encontrei um amigo que é deficiente visual e apercebi-me de que já ensinei robôs a ler, mas que ainda existem muitas pessoas que não veem e precisam de ajuda. Foi o que me levou a criar o sistema de assistência visual usando o Kit de Inteligência Artificial com Profundidade da OpenCV (OAK-D), desenvolvido pela Intel”, explicou o líder da equipa, em comunicado.
O dispositivo fica alojado dentro de uma pequena mochila que contém uma unidade de computação, semelhante a um computador portátil. Além da mochila, que tem o sistema principal de GPS, o invisual tem de transportar uma pequena bolsa que guarda a bateria, que tem uma duração de cerca de oito horas.
O utilizador tem de usar também uma espécie de colete, com uma câmara tripla equipada com tecnologia IA espacial OAK-D da Luxonis, que executa o Movidius VPU da Intel.
Além de ler sinais, a câmara deteta passadeiras e mudanças de elevação no passeio. A partir do processamento de redes neuronais avançadas, os dados de visão computacional – como um mapa de profundidade de visão periférica em tempo real e informações em cores RGB – vão ajudando a elaborar os caminhos e obstáculos que forem surgindo.
Para passar a informação recolhida ao utilizador, o sistema usa um comando de voz através de um auscultador Bluetooth. O invisual também consegue interagir com o sistema – como se estivesse a usar a Siri – e pedir informações de localização.
A tecnologia foi revelada no final de março, mas pode demorar alguns anos até ser lançada uma versão no mercado.
Apesar disso, o produto oferece um vislumbre de como a tecnologia poderia ajudar cada vez mais as pessoas com problemas de visão a perceber melhor os ambientes onde se movimentam e, desta forma, a viver com mais independência.
fonte: https://zap.aeiou.pt/
quarta-feira, 27 de janeiro de 2021
A literacia Braille na idade pré-escolar
O Braille é um sistema que permite aos cegos ler e escrever. O método recebeu esse nome em homenagem a seu inventor, o francês Louis Braille.
Para que uma criança com deficiência da visão tenha um
processo adequado de aprendizagem do Braille, em primeiro lugar deve contar com
um profissional que o ensine de acordo com as suas necessidades e
potencialidades.
A criação de contextos de literacia Braille emergente
em idade pré-escolar é imprescindível para o desenvolvimento e aprendizagem da
criança cega.
O tato ativo, ou sistema háptico, é o mais importante
sistema sensorial de que a pessoa com cegueira dispõe para conseguir conhecer o
mundo, por isso, é essencial provocar a estimulação sensório-percetual do tato,
através do envolvimento precoce da criança em atividades de exploração e
manipulação das características físicas dos objetos, nomeadamente das
diferentes formas, tamanhos e texturas.
Assim, na idade precoce, as atividades de literacia
braille emergente têm que contemplar uma componente motivacional e cativante,
numa contínua e persistente descoberta da linguagem escrita e oral. Durante os
anos que antecedem a escola, a base da literacia é construída à medida que a
criança desenvolve atitudes positivas e isso inclui o desejo de ler e a crença
de que o consegue fazer. Neste sentido, é da maior importância o
desenvolvimento precoce do toque háptico e de competências de preparação para a
aprendizagem do braille nos diversos contextos da criança. Famílias e profissionais
têm, neste âmbito, um papel preponderante no desenvolvimento da leitura e da
escrita. É fundamental implementar estratégias com vista à promoção da curiosidade
e do prazer pelo toque e à criação de ambientes de literacia nos contextos naturais.
Assim, é importante facilitar atitudes positivas face ao braille, indo ao
encontro dos interesses da criança; respeitando a sua forma de percecionar o
mundo e selecionando atividades de caráter lúdico.
Saliento duas ideias inspiradoras: que brincar à
leitura é fazer do braille uma brincadeira que gera felicidade; e que os pontos
braille são sementes de luz levados ao cérebro pelos dedos, para a germinação
do saber. Porque o braille é promotor da inclusão, e nunca o contrário!
Em conclusão, o caminho para a alfabetização é
desafiante e deverá assentar em alicerces bem construídos, que dotem a criança
das competências essenciais tidas como pré-requisitos necessários para o sucesso
na leitura e na escrita.
Fotografias: brincar à leitura com materiais diversificados
domingo, 24 de janeiro de 2021
Eleições para todos!
Pela terceira vez em Portugal, depois das eleições Europeias e das legislativas, as eleições presidenciais contaram com uma matriz de voto em braille. Conforme a Lei Orgânica 3/2018, que estabelece a criação de uma matriz de voto em braille
A matriz de voto consiste numa folha, um pouco maior que uma A4, onde se encontra, em braille, o número de cada candidato e recortado o quadrado à frente. Esta folha é colocada sobre o boletim de voto, o que permite que uma pessoa cega possa votar de forma autónoma.
Para além da matriz, é disponibilizada uma folha A3, onde se encontra, em braille, o nome de cada candidato e o número correspondente. Desta forma a pessoa cega pode confirmar qual o número do candidato em quem pretende votar.
Esta é, sem dúvida, uma excelente demonstração de inclusão que permite a uma pessoa cega exercer, plenamente, o seu direito a votar com autonomia.